Ella - Novas Espécies [L8]

Bônus

Ao chegarmos em casa Fire foi buscar Spark na casa de Ice, por hora iriamos começar devagar com as apresentações. Ambos ficaram se encarando por um longo período de tempo, Blazed olhava para Spark, em seguida olhava Fire e depois fixava os olhos em mim, sabíamos que iria ser difícil para ele se acostumar a ter uma família, passou tanto tempo sozinho que desconfiava de tudo. Suspirei frustrada ao ver que ele não parecia querer aceitar o irmão, de repente Fire teve uma ideia muda, subiu as escadas pulando de dois degraus e ao voltar trazia com ele um espelho de chão que ficava no quarto de hóspedes.

Blazed nunca tinha se visto no espelho, olhar para o seu reflexo foi fascinante para ele, esperamos que ele se acostumasse a se mesmo e em seguida ficamos de frente ao espelho também. Ele olhava os seus cabelos recém cortados e a diferença dos seus olhos, Sparky apalpava o espelho achando graça. Demorou cerca de quinze minutos para ele conseguir entender um pouco de si mesmo. Blazed apontou para o seu olho cinza e em seguida apontou em minha direção, depois apontou para o seu olho dourado e em seguida para Fire e Spark.

- Somos sua família, Blazed. - sussurrei me abaixando com dificuldade por causa dos machucados. Ele encarou Spark sorridente, o pequeno lhe estendia os braços.

- Família. - sussurrou para Spark e o abraçou. Senti as lágrimas de felicidade rapidamente molharem meu rosto. Finalmente estavamos juntos, mas eu nunca descansarei sem encontrar o meu irmão. Assim como Ice, Kira e Cold, somos uma grande família. Quero todos juntos e viu fazer qualquer coisa para realizar esse sonho.

Uma mulher que cresceu rodeada por pessoas estranhas e crueis merece uma vez na vida ter uma família. Meu pai ficaria orgulhoso se estivesse aqui, tenho certeza disso. Fire fez o jantar naquela noite, eu fiquei sentada brincando de carrinho com Spark e Blazed, ver os meus filhos assim brincando juntos me deixava sensível demais.

[···]

Após a hora do banho coloquei os dois para dormir, Justice fez questão de providenciar uma cama para Blazed, coloquei no mesmo quarto do Spark. Queria estar perto dos dois, sentia essa necessidade. Ao sentar na cama Fire rapidamente se abaixa a minha frente para retirar a prótese tendo o cuidado de não me machucar. Eu não poderia pedir um marido melhor.

- Quer ajuda para retirar a faixa? - perguntou enquanto eu puxava a regata por cima da cabeça. Os chutes de Gezy resultaram em uma fratura de costela e uma lesão no estômago, como se eu não estivesse ferrada o suficiente.

- Eu me viro. - eu sabia que tudo que ele queria era me ajudar, mas não gostava de ser dependente. Sabia dos riscos que corria fora de casa, e queria sempre me testar, mostrar a mim e aos outros que a perca dos movimentos simples da minha perna direita não foi e nem vai ser capaz de me impedir a fazer qualquer coisa.

Ele assentiu e começou a desabotoar minha calça jeans larga rapidamente a puxando para longe do meu corpo. Suas mãos passeavam por minhas pernas e ele depositava beijos castos por elas, aquilo me fazia sorrir inconscientemente, ele me encarou e sorriu de volta.

- Eu estou muito feliz, Ella. Não apenas por nosso filhote estar de volta, mas por saber que você não me deixou por não me amar mais. Tive medo de ter sido um péssimo macho para você esse tempo todo. - passei a mão pelas maçãs altas do seu rosto e ele ronronou afundando o nariz em minha palma.

- Eu amo você Fire, é um ótimo macho. Eu nunca vou deixar você. - ele se ergueu e cobriu meus lábios com os seus, suas mãos subiram até a minha cintura mas ele evitou apertaf, até o seu beijo não estava tão voraz porém repleto de sentimentos.

- Está machucada, preciso cuidar de você. Direito dessa vez. - ele começou a puxar a faixa apertada que envolvia meu tórax e parte do abdômen, respirar doía. Maldito seja Gezy, que afinal não sobreviveu. Depois de me despir ele se livrou das suas roupas e me pegou no colo, o destino foi a banheira com água fria. Ele sentou atrás de mim e começou a passar a bucha em meu corpo. Fire era imprevisível e, incontrolável. Sua mão foi deslizando por meu corpo até chegar no meio das minhas pernas onde ele começou a acariciar devagar.

- Fire...- gemi com o seu toque, meu corpo estava com saudades dele. Ele ronronou em meu pescoço e prendeu as minhas com as suas contra as laterais da banheira. Minhas mãos subiram aos seus cabelos negros agora molhados e eu segurei ali. A massagem começou a se intensificar e meu corpo já dava sinais de um orgasmo violento.

- Ainda posso te satisfazer minha fêmea. - ele rosnou em meu ouvido enquanto me invadia com seus dedos ágeis,  gemi alto quando a libertação veio, tão intensa e dolorosa como eu imaginava que seria. Meu corpo inteiro tremeu e desabou, exaustão e dor muscular junto a um orgasmo violento depois de alguns dias de abstinência são uma combinação bem perigosa. Mas, as vezes é tudo que o nosso corpo precisa para relaxar.

- hm.., Fire. - resmunguei descansado sobre seu peito. Adorava as vibrações que ele emitia ali. Depois de alguns beijos e um banho tomado nos enxugamos e ele me levou de volta para o quarto onde o meu celular vibrava loucamente sobre o criado mudo. O agarrei de imediato e deslizei o dedo sobre a tela aceitando a chamada de Trisha. - Ainda está no laboratório? Slade vai ficar bem furioso comigo se souber que ficou lá até tarde por minha culpa.

- Está tudo bem, estou de plantão e tudo está meio parado por aqui. Como você está? E Blazed? - perguntou rápido, Fire apenas me encarava desconfiado.

- Estamos bem, mas não foi por isso que ligou. - ela suspirou, parecia procurar um lugar seguro para conversar. Após alguns segundos ouvi o bater de uma porta e em seguida ela começou a falar.

- Consegui isolar o DNA da sua mãe, mas ao coloca-lo no sistema o computador simplesmente desligou. Isso aconteceu cinco vezes, acha que tem um dedo da Mercile? Se tiver, vai ser difícil encontrar seu irmão. - ela suspirou preocupada.

- Difícil? Eu como isso no café da manhã!  - Fire franziu a testa me encarando.

- Como é?  - ela perguntou parecendo confusa.

- Esquece, é só um ditado dos fuzileiros. Amanhã eu passo ai no laboratório. -