• contagiante •

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Estávamos início de março, o mês trouxe consigo a famigerada sensação de que o ano havia finalmente começado após o período de carnaval, no entanto, no âmbito adolescente, não era o início do semestre escolar que provocava as mais variadas emoções. Era o grupo musical que acabava de aterrissar no país.

A música e a dança uniram catorze talentosos jovens de nacionalidades diferentes em um projeto que começava a se espalhar por todo o mundo, o Now United chamou bastante atenção no Brasil devido à sua representante brasileira Any Gabrielly e, coincidentemente, uma das minhas melhores amigas.

Nos conhecemos aos treze anos através do twitter quando ela já era uma pequena artista e, apesar de vivermos em estados vizinhos, nos sentíamos bem próximas uma da outra. Desde que Any havia me contado sobre o projeto do grupo fiquei admirada com a criatividade do Simon Fuller, criador do mesmo. Eles estavam juntos há mais de um ano viajando por alguns países para divulgar suas músicas e, aparentemente, a ideia fora muito bem aceita pelo público. O Now United faria dois pequenos shows em São Paulo e, com um pouco de chantagem emocional, consegui a autorização dos meus pais para viajar e prestigiar a Any.

Pelos próximos quatro dias eu ficaria na casa da Raissa, uma amiga que temos em comum, que costumava me receber todas as vezes em que eu ia para a terra da garoa.

Pelos próximos quatro dias eu ficaria na casa da Raissa, uma amiga que temos em comum, que costumava me receber todas as vezes em que eu ia para a terra da garoa

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- Sim, mãe. Eu já comi. - respondi de forma arrastada, entediando-me com o interrogatório que recebia na ligação pelo celular. Segurava o aparelho entre a bochecha e o ombro enquanto descia lentamente as escadas da casa de Raissa. - Bebi água também, dois litros. - soltei uma risada, escutando a mulher tagarelar sobre mais algumas coisas em meu ouvido.

Caminhei até o quintal e pude enxergar a minha amiga dando ordens à dois homens que organizavam o espaço, ela havia criado um ambiente confortável com alguns pequenos bancos e sofás espalhados pelo gramado e as mesas com aperitivos e bebidas posicionadas de maneira estratégica.

- Mãe, eu preciso desligar, vou ajudar a Raissa. - disse, aproximando-me da loira. - A minha mãe está te mandando um beijo.

- Mande outro para ela. - a garota respondeu, parada com uma expressão pensativa.

- Ela mandou outro, mãe. Tchau. - encerrei a chamada antes que fosse prolongada com mais perguntas desnecessárias e enfiei o celular no bolso traseiro da minha calça jeans. - Então?

- Está legal? - ela perguntou referindo-se à decoração do espaço.

O estofado de couro preto dos bancos e sofás em contraste com as luzes coloridas criavam uma vibe neon, se assemelhava ao ambiente criado em casas de show ou pubs.

Sorri, acenando positivamente.

- Ai, que bom. - Raissa suspirou, desfazendo-se de sua feição tensa. - O que a sua mãe queria?

ℓυcкy sταr  ☆  Noah UrreaOnde histórias criam vida. Descubra agora