• garota estelar •

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O caminho foi divertido, cantamos músicas que tocavam no rádio e conversamos aleatoriedades. Noah era divertido e comunicativo, o que facilitava bastante. Ao chegarmos na festa, eu não tinha a menor ideia de quem pertencia a casa, no entanto, o garoto parecia conhecer cada pessoa presente ali, cumprimentou todos e deu longos abraços como se não os vissem há muito tempo.

Eu não sabia o que os americanos consideravam como festa, mas certamente o conceito não era o mesmo do Brasil. Se tratava de uma espécie de reunião entre amigos bebendo e cantando em um karaokê dentro de uma garagem. Haviam alguns sofás para as pessoas sentarem, um pequeno balcão com bebidas e um projetor refletindo na parede a imagem exibida no notebook. A luz era vermelha fluorescente, o que dificultava a minha visão para identificar os convidados. Me mantive quieta em um canto qualquer, escorada à uma parede, apenas observando enquanto os outros se enturmavam.

- Vem cantar, Ju! - Any me chamou empolgada, parada ao lado do notebook em que escolhiam as músicas.

- Claro, eu super vou cantar no meio dessa gente toda. - falei com ironia e dei um gole no refrigerante que Josh havia me dado minutos atrás.

- Ah, qual é brasileirinha. - senti Noah me abraçar pelos ombros e ergui o olhar até ele. Por eu estar com botas sem salto, ele acabava ganhando alguns centímetros de altura. - Só uma música, vai.

- Esquece, Urrea. - neguei com a cabeça, o garoto fez um bico e se pôs à minha frente, colocando o meu rosto entre suas mãos. Mordi o lábio inferior, desejando mentalmente que ele me beijasse.

Desde que chegamos há cerca de uma hora, Noah ficou entretido com seus amigos e eu com as meninas, o que acabou me desapontando pois quando imaginei uma festa, pensei em nos divertimos juntos. Entretanto, mal trocamos dez palavras nesse período de tempo.

- Canta você, eu gosto de te ouvir. - confessei, abrindo um sorriso ao vê-lo semicerrar seus olhos verdes.

- Tudo bem, vou pensar em algo. - disse de forma misteriosa e eu arqueei a sobrancelha.

Ele passou alguns minutos pensativo e, quando chegou na sua vez de cantar, sentou no banquinho ao lado do projetor que exibia as letras das músicas e pegou o microfone.

Assim que os primeiros acordes da música soaram, eu logo a reconheci, McFly era uma das minhas bandas favoritas. Noah me encarou e começou a cantar Star Girl, que falava sobre se apaixonar por uma garota estelar, de outro planeta. Ele provavelmente se lembrou que eu gostava da banda e das nossas conversas sobre o universo e suas constelações.

Sua voz se encaixava tão bem à melodia que quase tornei aquela versão a minha favorita. Algumas pessoas conheciam a música e cantavam junto, no entanto, os meus olhos estavam fixos no garoto de cabelos castanhos. Ele pronunciava cada verso com um largo sorriso no rosto e fazia encenações durante a letra para nos divertir, eu assistia tudo completamente admirada.

Noah era totalmente hipnotizante. Eu me sentia obcecada.

Ele finalizou a música e eu escutei aplausos, porém, não consegui reagir após ele piscar na minha direção. A canção seguinte ele dividiu com Josh, um dueto de High School Musical que me fez gargalhar alto por vários minutos. Os dois deixaram os microfones para os próximos aventureiros e foram direto até seus copos de bebida.

- Gostou da música? - o americano me indagou e mexeu em seus cabelos, jogando-os para trás. Notei que sua testa estava úmida de suor, imitar a Gabriella Montez lhe exigiu um pouco de esforço.

ℓυcкy sταr  ☆  Noah UrreaOnde histórias criam vida. Descubra agora