• dia quente •

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Noah me olhava apreensivo e, por um segundo, pareceu se arrepender do que disse. Obviamente a minha falta de reação o assustou, após mais de um minuto calada, o garoto provavelmente começou a pensar que eu o rejeitaria.

Bom, eu considerei a possibilidade. Considerei todas as possibilidades existentes, na verdade. Entretanto, o estado do meu cérebro se assemelhava à um hamster correndo na rodinha, sempre voltando ao ponto inicial. Eu imaginava as consequências e logo em seguida me cegava pelo desejo de beijá-lo outra vez.

Estava travando uma batalha interna.

Ele acabou recuando, deu um longo suspiro e sussurrou um pedido de desculpa quando uma espécie de explosão aconteceu dentro de mim. Noah estava prestes a me virar às costas e eu o puxei pela nuca, colando nossos lábios.

Permanecemos assim por vários segundos enquanto eu assimilava o que havia acabado de fazer. Escolhi a emoção, mesmo que custasse a minha sanidade. Suas mãos envolveram a minha cintura, apertando-me contra si e, antes que eu pudesse pensar em me afastar, o garoto deslizou sua língua pela minha boca, fazendo-me a abrir involuntariamente.

Nos envolvemos em um beijo intenso, trazendo vida às borboletas dançantes no meu estômago. Eu acariciava seus cabelos com uma mão e a outra se ocupava em apertar seu ombro direito, como se aquilo fosse segurá-lo perto de mim.

Então eu percebi que tê-lo longe era pior do que qualquer consequência que aquele beijo pudesse causar.

Noah massageava a minha língua com a sua e, se não fosse por suas mãos firmes sustentando o meu corpo, eu teria perdido as forças. O beijo dele ainda me tirava me órbita.

Ele me prensou contra o parapeito e eu acabei ofegando, fazendo-o sorrir entre os meus lábios.

- Eu senti falta disso. - confessei em um sussurro, abrindo os olhos brevemente para checar sua reação. O garoto mantinha os dele fechados, seus fios castanhos claros caíam sobre a testa e um sorriso de canto brincava em sua boca.

Em resposta, ele apenas me deu longos selinhos e logo em seguida voltou a me beijar com a mesma voracidade, desta vez, usando uma das mãos para puxar suavemente os cabelos na minha nuca.

Estava completamente inerte ao mundo real quando a voz de Any surgiu de repente, arrancando-me da minha bolha de prazer.

- Gente, vocês vão querer... - ela começou a dizer e eu rapidamente empurrei Noah, cessando o nosso beijo. A olhei e a cacheada estava completamente sem graça, segurando a risada. - É...

- Viu, eu disse que eles estavam se beijando, você atrapalhou, sua sem noção. - Sabina ralhou ao surgir por trás dela.

Noah soltou uma risada baixa, negando com a cabeça.

- Tudo bem, nós já vamos entrar. - ele falou e ambas assentiram, sumindo pelas persianas em seguida.

- Vamos? - perguntei em dúvida, visto que eu não tinha qualquer intenção de encerrar aquele momento. O americano voltou a me olhar.

- É, daqui uns dez ou vinte minutos... - respondeu com um sorriso sacana no rosto e as nossas bocas se encontraram mais uma vez.

Eu poderia beijá-lo por horas e nunca me cansaria.

[...]

Após uma certa relutância, Noah e eu deixamos a sacada e voltamos à companhia dos nossos amigos. Eles haviam feito vários tipos de hambúrgueres e devoramos todos eles na sala de estar, assistindo à um programa na TV.

Tentei não pensar, na maior parte do tempo, sobre escolha que fiz. Eu teria mais catorze dias em Los Angeles e definitivamente não queria passá-los me lamentando ou sendo paranoica. Ainda estava assustada e com medo dos meus próprios sentimentos, no entanto, a cada vez que eu olhava para Noah e ele sorria na minha direção, tudo sumia. Não existiam mais dúvidas, nem o medo. Era só nós dois. Era só ele e a sensação gostosa que eu sentia quando estávamos juntos. Leve, exatamente como descreviam nos contos de fadas.

ℓυcкy sταr  ☆  Noah UrreaOnde histórias criam vida. Descubra agora