CONSEQUÊNCIAS(COMPLETO)

Capítulo 25

— Você... V... Você acabou d... D... De dizer q... Você acabou de dizer que... — Eu tentava falar, mas a palavra não saia da minha boca.

Me recuso a acreditar nisso!

Isso não é verdade!

— Ela teve três paradas cardíacas, conseguimos controlar as duas primeiras, mas a última foi fatal... Infelizmente não pudemos fazer mais nada, a menina não resisistiu e acabou m...

— NÃO TERMINA! — Gritei completamente alucinada.

Isso não é verdade, isso não pode ser verdade, é um sonho e eu pretendo acordar agora mesmo!

Tom estava paralisado, conseguia sentir seu corpo rígido atrás de mim.

— Eu sinto muito pelo ocorrido, sinto mesmo muito, tratamos o caso dela com todo o cuidado possível, como médico, estou me sentindo muito mal por isso, mas alguém precisa assinar os papéis do óbito.

Óbito... Ele disse óbito? Óbito de quem? Porque ele disse óbito?

Eu agora vou entrar naquele quarto e vou ver minha filha sorrindo, ela vai me dizer "para de chorar Lizzie, pensou que eu ia morrer? Ainda vou infernizar muito você".

— Doutor para de dizer tanta besteira... De que óbito está falando? Quem morreu? Minha filha está bem, ela está ótima... Foi só um desmaio normal... Me diz que ela está bem... Por favor — Segurei desesperada as mãos do doutor. — Por favor... Pelo amor de Deus... Por tudo o que mais ama, me diz que ela está bem...

— Eu sinto muito...

— Para de dizer que sente muito! Eu quero ouvir que minha filha está bem, me diga que ela está bem!

— Li... Lizzie! — Tom me virou para ele e colocou as mãos entre meus ombros. — Ela se foi.

— Ela não se foi! — Tirei suas mãos de mim abruptamente. — Ela está bem, ela... Está bem!

— Senhores alguém precisa assinar... Os papéis do óbito — Falou o doutor mais uma vez.

— Porque esse cara insiste em falar sobre papéis de óbito? — Perguntei irritada.

— Eu... Eu vou — Disse Chris pela primeira vez. — Acho que nenhum deles tem condição para isso... E nem eu, mas eu vou mesmo assim.

— Então vamos... — O doutor saiu e Chris foi atrás dele.

— Tom... Me diz que eu estou ficando louca, que isso não está acontecendo — Pedi desesperada.

Os olhos de Tom brilhavam, conseguia ver seus olhos cheios de lágrimas.

— Me ouve meu amor — Desta vez segurou minhas mãos. — A gente precisa ser forte... Buscar forças do além... Mas nós precisamos ser fortes .

— Eu não me conformo! Não me conformo... E nunca vou me conformar... Minha filha está bem!

— ELA ESTÁ MORTA! — Tom gritou e por fim consegui ver lágrimas caindo de seus olhos. — Ela está morta... A minha filha, a minha pequena... O meu amor, uma das razões da minha existência... Ela está morta!

Suas palavras foram como um choque de realidade para mim, suas palavras fizeram a minha ficha cair completamente.

— Elá está morta? — Sussurrei e Tom me abraçou. — Nossa filha morreu?... A Kylie, Tom, ela estava bem... Ela estava bem Tom...

Não conseguia parar de chorar, sentia uma dor que nunca senti antes, uma dor que queimava meu peito intensamente.

Em instantes o doutor voltou com Chris.