Capítulo 9

6 1 0
                                    


- Hey, calma você vai achar ela.

- Ela não atende o telefone, já fui no Doc's Mama e eles disseram que ela terminou seu horário e saiu.

- Erick, calma nós vamos achar ela.

- Nick se não acharmos? Ela é a única que tenho.

- Você tem a mim.

- É diferente, ela é minha mãe.

- Olha, eu vou desligar e continuar procurando, e você continua daí okay?

- Okay, tchau.

- Tchau, Cutie.

- E... Nick.

- Sim?

- Obrigado.

- Amigos é para isso.

Em todo lugar que se procurava a resposta era a mesma, não, não vimos ela. Erick não sabia mais o que fazer, então decidiu colocar cartazes anunciando seu desaparecimento em todas as ruas de Boston.

Horas, dias se passaram e nada de Cheryl aparecer, a polícia havia desistido, Nick tentou convencer Erick que ela queria apenas um descanso, mais ela sabia bem no fundo que ela não ia voltar, era para sempre seu descanso.

- Eu atendo, - Nick se levantou do sofá quando bateram na porta. - É para você!

Ela disse entregando a pequena caixa nas mãos do amigo.

Não havia cor em seu rosto quando a caixa foi aberta, não havia emoção, não havia mais esperança.

- Erick, me fala. - A aflição era perceptível na voz de Nick.

- Toma. - Ele entregou a caixa revelando uma pequena pena vermelha.

- Será que... tem o mesmo significado?

- Eu não sei, mas quero acreditar que não.

- Erick, haja o que houver não perca a cabeça.

- Não vou.

A dor era insuportável, um dia você está perto de quem ama e no outro ela some, sem localização, sem roteiro. Apenas some, ela some com seu amor, seu coração, com tudo que te ensinou e te fez ver, e a dor é maior ainda principalmente quando essa pessoa é alguém próximo como sua, mãe.

Erick esparrou folhetos com o rosto estampando da mulher que o criou e ensinou a amar por toda Boston, desde os bairros nobres até os mais simples, um mês com essa tortura em seu peito e mente. Era perceptível em seu que o sono não existia a longos dias, alguns vizinhos ou até pessoas de outros bairros batiam em sua porta, alguns queriam jogar conversa fora, outros para falar do tratamento inacabável, mais sempre tinha aquele que amava fazer críticas desnecessárias para o dia, e por incrível que pareça aquele dia não foi diferente quando bateram na porta.

- Se for alguém querendo atenção, para falar qualquer coisa sobre a minha mãe pode ir embora! - Ele gritou da sala.

- E se, eu disser que achei ela? - A mulher perguntou do lado de fora. Não demorou muito para Erick abrir a porta com total impulso.

- Ma...mãe? - Surpresa, era o que seu rosto e sua voz mostrava.

- Oi filho!

- Onde você estava, você... Meu Deus.

- Desculpa. - Não era uma pergunta, mais soou como uma.

- Você...você me deve uma explicação.

- Eu sei, e... posso entrar?

- Vem, senta. - Ele se afastou da porta, dando passagem para ela até o sofá branco.

- Você está horrível, Erick.

- É, e sabemos de quem é a culpa. Quer café?

- É sabemos, me desculpa mesmo. - Ela o abraçou com se não existisse o amanhã, espantando toda a saudade que existia naquele pequeno espaço. - Eu tenho que te contar muita coisa, mais vai doer Erick. - Ela continuou quebrando o abraço e o silêncio que era bom.

- Antes a verdade doer, do que a mentira machucar, então por favor mãe, fala. - A paciência era notável em Erick, e isso era invejável.

- Eu não sou e nunca fui uma boa mãe. Mas quero que você saiba que eu sempre te amei, acima de tudo, querido.

- Eu sei.

Do inferno ao ParaísoOnde histórias criam vida. Descubra agora