- Finalmente, eu te liguei 26 vezes. Erick, onde que você se meteu?
- Eu precisava ficar sozinho.
- Você me deixou preocupada, você não vem a faculdade a dias.
- Apenas três dias.
- Que seja! Eu liguei para você ontem e quem atendeu foi... sua mãe?! – A dúvida estava expressada no rosto de Nick. – Está tudo bem? – Ela continuou fazendo uma cara de preocupada.
- Sinceramente, não, não está nada bem. E eu não posso fazer nada.
- Me fala, eu sou sua melhor amiga, me deixa te ajudar. Eu aguento dividir esse fardo com você.
- Eu...
- Na minha casa, depois.
- Okay. – Ele respondeu, e ela sorriu em agradecimento.
- Esses dias que você não vem, tem acontecido muitas coisas aqui na universidade, e advinha? Mais um corpo foi achado. Ela estava jogada na porta. Com duas penas. – Ela simbolizou fazendo dois com os dedos.
- Isso é estranho.
- Isso é de longe estranho, o estranho é a senhora Rodriguez, ela aproveitou o acontecimento e quer que a gente entende o pensamento de um assassino.
- Boa sorte.
- Vou precisar, vou nessa Cutie.
- Tchau.
Erick seguiu para a biblioteca, não havia movimento no caminho e o silêncio era predominante na grande sala repletas de livros, o único barulho que se ouvia era a sua respiração, era possível ouvir até o sangue correr em suas veias. Todas as mesas estavam ocupadas pelos alunos concentrados em seus livros, ele entrou em meio as prateleiras e sentou no chão gelado pescando o livro inacabado de dentro de sua mochila.
Sua história era tão real aos seus olhos que a sua realidade fora excluída por um longo tempo, alguém com um perfume feminino doce sentou ao seu lado, mas não o atrapalhou, pelo seu olhar periférico ele viu a garota com um lápis e caderno na mão, ela estava desenhando um esboço de alguma coisa.
Três horas havia se passado e a garota ainda desenhava concentrada no papel a sua frente, Erick fechou o livro e virou para ver a garota de cabelos negros mordendo o lábio inferior enquanto desenhava algo irreconhecível.
- Não sabia que você desenhava. – Erick disse dando um pequeno susto na garota.
- Calma, respira. – Ela disse soltando o ar – Pelos anjos Erick, que susto. – Ela disse após colocar a mão no peito e largar o lápis.
- Desculpa, não sabia que você estava tão concentrada. – Ele disse olhando o desenho preto e branco em seu colo. – O que você estava desenhando?
- Olha aquele ângulo, - ela disse apontando para um casal sentado na mesa atrás de duas prateleiras. – aquele casal entre as duas prateleiras. – Ela disse fazendo um coque frouxo no cabelo.
- Posso ver?
- Claro. – Lola concordou entregando o caderno. – Você não deveria estar na aula?
- Não estou com cabeça para assistir as aulas, e você por que não está na aula?
- Deveria ficar em casa então. – Ela disse encostando a cabeça na prateleira. – Eu assisti o começo da aula, mas não suportei a Senhora Rodriguez falando sobre as mortes, todo mundo está cheio disso. – Ela fechou os olhos e bufou. – Então, o que acha?
- Isso é magnifico. – Ele disse entregando o desenho para Lola, e fitando os livros na prateleira da frente. – A gente deveria conversar sobre, o beijo.
- Não temos muito o que falar, foi coisa do momento. – Lola disse tranquilamente com os olhos fechados.
- Pode ser. – Existia um pedacinho de decepção na voz de Erick.
- Erick.
- Sim.
- Você não está bem. – Ela disse.
- Estou sim. – Erick negou.
- Não, não está. O pouco que eu te conheço, eu sei que não está.
- É difícil de explicar. – Ele disse, sem a encarar.
- É sobre a sua mãe?
- É...
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Do inferno ao Paraíso
Fantasy" Eu sinto muito... não fui a amiga que você precisava, não fui a garota que você merecia, eu apenas fui a sua ruína. Me desculpa, ontem você disse que me amava e eu me odeio. Erick eu... a caramba eu te amo tanto que doí, mais precisava fazer isso...