Capítulo 12

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- Finalmente, eu te liguei 26 vezes. Erick, onde que você se meteu?

- Eu precisava ficar sozinho.

- Você me deixou preocupada, você não vem a faculdade a dias.

- Apenas três dias.

- Que seja! Eu liguei para você ontem e quem atendeu foi... sua mãe?! – A dúvida estava expressada  no rosto de Nick. – Está tudo bem? – Ela continuou fazendo uma cara de preocupada.

- Sinceramente, não, não está nada bem. E eu não posso fazer nada.

- Me fala, eu sou sua melhor amiga, me deixa te ajudar. Eu aguento dividir esse fardo com você.

- Eu...

- Na minha casa, depois.

- Okay. – Ele respondeu, e ela sorriu em agradecimento.

- Esses dias que você não vem, tem acontecido muitas coisas aqui na universidade, e advinha? Mais um corpo foi achado. Ela estava jogada na porta. Com duas penas. – Ela simbolizou fazendo dois com os dedos.

- Isso é estranho.

- Isso é de longe estranho, o estranho é a senhora Rodriguez, ela aproveitou o acontecimento e quer que a gente entende o pensamento de um assassino.

- Boa sorte.

- Vou precisar, vou nessa Cutie.

- Tchau.

Erick seguiu para a biblioteca, não havia movimento no caminho e o silêncio era predominante na grande sala repletas de livros, o único barulho que se ouvia era a sua respiração, era possível ouvir até o sangue correr em suas veias. Todas as mesas estavam ocupadas pelos alunos concentrados em seus livros, ele entrou em meio as prateleiras e sentou no chão gelado pescando o livro inacabado de dentro de sua mochila.

Sua história era tão real aos seus olhos que a sua realidade fora excluída por um longo tempo, alguém com um perfume feminino doce sentou ao seu lado, mas não o atrapalhou, pelo seu olhar periférico ele viu a garota com um lápis e caderno na mão, ela estava desenhando um esboço de alguma coisa.

Três horas havia se passado e a garota ainda desenhava concentrada no papel a sua frente, Erick fechou o livro e virou para ver a garota de cabelos negros mordendo o lábio inferior enquanto desenhava algo irreconhecível.

- Não sabia que você desenhava. – Erick disse dando um pequeno susto na garota.

- Calma, respira. – Ela disse soltando o ar – Pelos anjos Erick, que susto. – Ela disse após colocar a mão no peito e largar o lápis.

- Desculpa, não sabia que você estava tão concentrada. – Ele disse olhando o desenho preto e branco em seu colo. – O que você estava desenhando?

- Olha aquele ângulo, - ela disse apontando para um casal sentado na mesa atrás de duas prateleiras. – aquele casal entre as duas prateleiras. – Ela disse fazendo um coque frouxo no cabelo.

- Posso ver?

- Claro. – Lola concordou entregando o caderno. – Você não deveria estar na aula?

- Não estou com cabeça para assistir as aulas, e você por que não está na aula?

- Deveria ficar em casa então. – Ela disse encostando a cabeça na prateleira. – Eu assisti o começo da aula, mas não suportei a Senhora Rodriguez falando sobre as mortes, todo mundo está cheio disso. – Ela fechou os olhos e bufou. – Então, o que acha?

- Isso é magnifico. – Ele disse entregando o desenho para Lola, e fitando os livros na prateleira da frente. – A gente deveria conversar sobre, o beijo.

- Não temos muito o que falar, foi coisa do momento. – Lola disse tranquilamente com os olhos fechados.

- Pode ser. – Existia um pedacinho de decepção na voz de Erick.

- Erick.

- Sim.

- Você não está bem. – Ela disse.

- Estou sim. – Erick negou.

- Não, não está. O pouco que eu te conheço, eu sei que não está.

- É difícil de explicar. – Ele disse, sem a encarar.

- É sobre a sua mãe?

- É...

Do inferno ao ParaísoOnde histórias criam vida. Descubra agora