Capítulo 23

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- Erámos uma família feliz por incrível que pareça. – Lola disse colocando algumas batatas em sua boca – Papai e mamãe decidiu viajar, então eu e Nick ficamos com as babás, era para ser um longo tempo, mas em três semanas eles voltaram, mamãe não estava muito bem, meu pai na época era um fodido médico, para outras ele era o melhor, ele não foi para ela. – Ela sorriu seco – Ele não fez nada, era horrível. – Ela disse olhando para as suas mãos. – Ela tossia sangue, gritava de dor e ele não fazia porra nenhuma, eu ainda escuto os gritos dela.

- Lola...

- Deixa eu terminar. – Ela disse apertando as mãos, ele não disse nada então ela continuou – Ela estava com algum tipo de câncer que já tinha se alastrado pelo o corpo, não demorou muito e ela se foi, minha mãe era meu porto seguro, meu pai não gostava muito de mim, eu sempre fui a criança rebelde e Nick um anjo. – Ela fechou os olhos e deixou uma lágrima solitária escorrer pelo seu rosto. – Um belo dia ele chegou bêbado em casa e começou a gritar comigo, eu era uma garotinha de quatro anos, não sabia de nada então, ele... – Ela chorou – ele tentou me estuprar e eu o empurrei, não sei com que força, ele caiu e bateu a cabeça na mesa de vidro. – Seus olhos mostrava a dor que ela sentia – Ninguém quis a gente, quem queria uma assassina mirim? – Lola perguntou.

- Você não tem culpa. – Erick disse.

- Eu sei. – Ela riu seco. – Fomos para um orfanato, Nick era meiga, doce, obediente todos queriam a garotinha loira de olhos azuis que parecia um anjo, ela foi adotada, a família perfeita. E eu a garotinha de cabelos e olhos escuros a assassina mirim, eu era doente, rebelde e desobediente – Ela disse com repulsa -, fiquei até uma família nada normal me querer, os Wright. Nick de longe era a garotinha doce, ela me condenava todos os dias dentro daquele orfanato pela a morte terrível de seu querido pai, ela nunca quis saber o que realmente aconteceu, desde então ela me odeia e eu cumpro o papel de irmã má. – Ela molhou os lábios – Fui embora com meus pais adotivos, no começo foi um inferno, meu pai não queria uma filha ele queria um soldado para tomar conta do seu império, eu era a única, então fui treinada para dar conta e nunca fraquejar, eu herdei tudo. Por mais difícil que foi o começo eu aprendia a amar e confiar, então meus pais morreram em um acidente de carro. – Ela parou, secou o rosto com a mão e continuou. – Eu fiquei sozinha com um imenso império para comandar, até eu ser adotada pelo pai do Robert, eu me fechei para tudo e segui em frente com uma vida sem amor e confiança, até eu achar você.

- Por que você me pediu desculpas? – Erick questionou

- Porque eu fiz algo ruim, no começo eu não achei que fosse, mais passou os dias eu, eu me arrependi.

- Pode contar. – Ele a encorajou

- Não, não agora. – Ela negou – Enquanto você não estiver a salvo eu não posso.

- Por quê?

- Tem a ver com você, e quando você saber não vai querer me ver. Eu vou te contar mais não hoje. – Ela fechou os olhos e suspirou.

- Vem cá! – Erick puxou Lola para um abraço e a deitou na cama, afagando seus cabelos, até a mesma cair no sono profundo.

" - Conta, vamos conta! – Alguém gritou

- Eu não vou. – Lola respondeu

- Está com medo de perder o seu precioso anjo?

- PARA – Ela gritou

- Vamos Azrael, conte. Mostre o monstro que você é

- PARA – Gritou

- Não, não e não. Vamos querida. – A voz gargalhava – Mostre que você é bem mais sexy que o idiota da capa com a foice.

- PARA

- Vamos, doce Azrael, mostre sua vida o que você pode fazer

- Por favor, pare – Ela sussurrou

- Mostre que um beijo pode ser fatal, beije-o.

- PARA."

- Lola, Lola acorda – Erick a sacudiu. Ela acordou com a respiração descompassada e suando, as lágrimas tomaram conta. – Shhh – Erick a abraçou forte. – Calma, foi só um pesadelo.

- Desculpa. – Ela colocou o rosto na curva do pescoço de Erick e deixou as lágrimas caírem.

- Acalma, pequena. – Ele a segurou forte encostando o rosto no cabelo de Lola.

- Eu... eu fiz coisas horríveis. Erick, eu – outro soluço – eu não sou a Lola que você conhece, eu sou um monstro, quando deixo ela tomar conta eu... sou um monstro cruel e insensível.

- Não, Lola. Você não é. – Erick afagava o cabelo da garota enquanto ela chorava até o sono chegar e consumir os dois.

Do inferno ao ParaísoOnde histórias criam vida. Descubra agora