Capítulo 01: Mark

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O despertador tocou. Com uma vontade imensa de continuar dormindo, o arqueólogo desativou o despertador e saltou rapidamente da cama. Mark Stone era um homem pontual e, não era para menos, pois o seu emprego exigia pontualidade. Era um homem de 26 anos, era de porte relativamente pequeno para a sua idade, pesava pouco. Seus cabelos e suas sobrancelhas eram ruivos e os olhos eram tingidos de um tom levemente verde e suas pupilas, um pouco dilatadas, eram de certa forma penetrantes. A impressão geral de quem o visse pela primeira vez era de curiosidade. Os lábios finos passavam a ideia de malícia, porém, as sobrancelhas um pouco caídas, mas assimétricas, transmitiam ao mesmo tempo tristeza e firmeza.

O homem exausto se dirigiu até o banheiro de pijama com uma disposição terrível. Escovou os dentes, lavou a sua face, desceu as escadas que ligavam o seu quarto e o banheiro ao restante da casa e foi para a sala de jantar para tomar o seu café matinal. Seu pai, Edward, um homem de 60 anos de cabelos grisalhos, gordo e corpulento, estava à mesa com uma xícara de café na mão e uma manchete de um jornal sensacionalista na outra.

-Bom dia... -Disse seu pai tranquilamente. -Dormiu bem?

-É um pouco difícil dormir bem quando a sua mãe está de coma no hospital há muito tempo, correndo risco de morte, enquanto você fingi que está tudo bem. -Respondeu Mark de forma irônica, porém com um desânimo aparente.

Seu pai ficou completamente calado e sem saber o que dar em resposta. Tentou ainda consolar o seu filho tentando dar lhe um abraço no momento em que estava indo tomar um banho. Mas ele o empurrou.
-Se você não se importa com o que aconteceu, não me trate como um imbecil! -Disse Mark furioso, antes de subir as escadas e ir em direção ao banheiro para tomar um banho.

Dez minutos depois, Mark estava pronto para ir ao trabalho. Saiu do banheiro com uma calça jeans e um moletom cinza com o logotipo do Museu de História Humana de Barrymore (MHHB) escrito em amarelo, pegou sua pasta com uma alça que se apoiava nos ombros e foi até porta que dava passagem para a rua.

-Ei, Mark!- Gritou o seu pai antes de ele fechar a porta.

-O que foi?

-Eu... eu... amo você. -Disse com mesmo tom sereno de sempre.

Ele não retribuiu com nenhuma reação e fechou a porta. A residência possuía dois andares, era de alvenaria branca com as janelas de vidro no andar de cima cobertas por cortinas marrons.

O arqueólogo pegou a sua bicicleta que estava presa em uma árvore no quintal de casa. Pedalou através das ruas de seu bairro. Um túnel de árvores com folhas marrons se formava ao longo da principal avenida do distrito, anunciando o outono.

O arqueólogo chegou na avenida principal da cidade, onde haviam edifícios que variavam entre um a cinco metros de altura. Foi pela ciclovia até chegar ao museu. Havia os dizeres no alto do edifício "Museu de História Humana de Barrymore" feitos de cobre. O edifício era de dois andares, rico em formas e curvas antigas feitas de blocos de construção.
Havia uma escadaria que dava acesso ao museu localizado entre uma quadra de prédios no centro da cidade. Ele deixou a sua bicicleta no pátio ao lado da construção destinado à este fim, onde haviam guardas. Subiu a escadaria, entrou no museu pela porta giratória e foi comparecer à sala de Robert Joseph, o diretor e proprietário do museu, localizada no segundo andar do edifício. Mark chegou na sala e se recostou a mesa de Joseph. Joseph era um homem de 50 anos, cabelos negros, pele branca e olhos azuis. Suas características passavam a impressão de meiguice.

-Então, Sr. Stone, está cinco minutos atrasados.- Disse Joseph.

-Desculpe-me, senhor.

-Alguma justificativa com respeito à sua suposta incompetência?

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