Capítulo 14: A Revanche

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A mãe, com lágrimas nos olhos e com um sorriso no rosto, fez o sinal para que ele ficasse em silêncio colocando o dedo indicador sobre os seus próprios lábios.

–Filho... –Disse calmamente a mãe. –Está tudo bem. Eu resolvi tudo. –Dizia ela inquieta e com lágrimas nos olhos.

Mark ficou paralisado. Não compreendia o que estava presenciando naquele exato momento. Um misto de emoções tomavam conta dele.

–Mãe... eu não... eu não entendo. –Disse trêmulo.

–Ah, desculpe. Então, quando aquele velho me atropelou, ele pensou que tinha realmente me matado. Mas, eu o enganei. Os meus ferimentos eram leves. Então, eu consegui convencer alguém...

–Mãe! –Gritou Mark. –Porque... porque você fez isso?

–Eu posso lhe explicar. O seu pai, Mortin, era muito complicado de se lidar. Nós brigávamos constantemente pelo fato de ele estar sendo ameaçado por Joseph. Até que um dia, a minha irmã Ana...

–A tia Ana?

–Sim, ela era a proprietária do Museu de História Humana de Barrymore.

–O que? Mas, mãe...

–Eu sei, filho. Eu sei disso. Me desculpe por esconder estas coisas de você. Eu sei, eu matei o Joseph, mas não havia alternativa. Eu não tinha provas para mover um processo contra ele. Eu sei que isso foi contra tudo o que me define e contra tudo o que eu sempre ensinei à você.

Ele não disse mais nada ficou simplesmente calado e ouvindo o que a sua mãe dizia.

–Bem, a minha irmã Ana, me telefonou dizendo que o seu pai havia sido sequestrado. Eu fiquei em choque. Mas, me acalmei quando ela disse que resolveria tudo. Eu já estava preocupada naquela noite, porque ele não demorara muito a chegar em casa. Mas eu confiava na minha irmã. O seu pai conseguiu fugir. Mas então, veio a notícia da morte de Ana por um acidente de carro. Eu fiquei abalada e desconfiei obviamente de Joseph, ele era único suspeito provável.

      “O seu pai se deu conta de que estava na mira de Joseph. Ele começou a pensar desesperadamente em fugir. Eu disse à ele que o seguiria aonde quer que ele fosse, mas a resposta dele não foi nada animadora. Ele disse que não queria nos envolver nisso. Disse que se exilaria até conseguir provas suficientes contra Joseph. Mas era óbvio que nunca conseguiria provar nada. Eu fiquei desesperada, mas eu nunca conseguiria remover esta decisão dele. Eu nunca conseguia. Então, ele foi. Me pediu para tomar conta de você, mas deixou claro que nada de mal aconteceria conosco, pois nem eu e nem você havíamos sido apresentados ao público dele e à mídia. Então, ele foi embora. Eu sei, eu deveria tê-lo impedido, mas não o fiz. A ausência dele foi perceptível pelas pessoas.”

       “As coisas ficaram mais difíceis quando o seu pai foi dado como desaparecido e então nós fomos apresentados pela mídia ao grande público. Diziam que que eu deveria me casar, pois não tinha dinheiro e era verdade. O seu pai parecia estar morto na verdade. Então, eu chorei muito e relutei quanto ao fato de ter de me casar com um outro homem. Então apareceu o seu pai adotivo, que se identificava como Edward. Eu nem me lembro do sobrenome dele. Ele disse que seria temporário o casamento e que depois de um tempo, eu poderia  me divorciar quando o Mortin retornasse para casa, algo que eu tinha certeza que jamais aconteceria. Ele me prometeu que nos sustentaria e supriria as nossas necessidades e que tudo aquilo que estava fazendo era por amor. Eu desconfiei dele. Mas nós estávamos em uma situação muito difícil. Eu sei, eu fui tão ignorante, agi por instinto. As finanças estavam se esgotando. Eu não tive escolha. Tive que aceitar me casar com ele. Ele realmente parecia ser uma boa pessoa. Nos mudamos então para a residência no Distrito 3. Mas tudo mudou quando comecei a receber cartas de um homem que se identificava como Walket Gomet. Na carta, eu descobri que o Mortin estava vivo. Fui então comunicar ao meu marido, ao seu pai adotivo. Mas ele começou a agir de forma estranha. Eu me arrependi enormemente por ter aceitado me casar com aquele homem, mas já era tarde demais. Ele encontrou as cartas e cada vez mais me ameaçava. Eu desconfiei novamente do Joseph, aquele homem que desde aquele momento até então foi o proprietário do Museu, era dissimulado e poderia estar usando aquele homem com quem eu ,de forma irracional e desesperada, me casei. Eu pensava em questioná-lo sobre isso, mas quando fazia perguntas àquele homem, mais ele se tornava violento e ameaçador. Mas, às vezes ele acabava por dizer algumas verdades para mim sem querer e eu notava isso. Era nítido.

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