Capítulo 13: Retorno

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Aquela noite permanecia como a mais longa de sua vida. Os seus sentimentos o consumiam por inteiro somado ao fato de que dormira em período integral. Seria daquele jeito que poderia passar pelo resto de sua vida. Pensava em procurar uma fonte de renda, mas o seu estado mental o impedia de seguir adiante. Só conseguia pensar em Joseph e... ocasionalmente no desgraçado, naquele homem implacável. Sim, Davis. “Afinal, aonde está aquele desgraçado?”, perguntava-se. O guarda peças do museu sumira do mapa. Onde estaria? Não sabia. Pensou muito sobre o assunto. Foi quando foi checar as suas correspondências. Lá estava a principal manchete  da cidade com o seguinte tema: “Museu de História Humana de Barrymore vira zona de investigação”. Espantou-se ao ler a matéria que relatava o desaparecimento do guarda das peças do Museu onde trabalhara. Sim, estava de fato desaparecido.

    Sentiu-se um ignorante depois de ter lido a notícia. Como não cogitara aquela provável hipótese? O faz tudo de Joseph estava desaparecido. Mas como? Teria se matado? Ou será que... sim, havia uma provável chance de ser verdade. Não conseguia acreditar no que pensara: o criminoso ter matado Davis depois de tanto o manipular. Mas, se isso fosse verdade, se Joseph realmente tivesse matado Davis, por que o faria? Por quê? Não conseguia entender. Não compreendia os motivos de tantos crimes hediondos que o proprietário do Museu de Barrymore cometera. “Bem, era um homem louco, poderia ter assassinado Davis apenas para garantir que este não o denunciaria. Davis também era muito perturbado e fraco emocionalmente. Poderia não ter suportado a culpa pelo que fez e ter posto um termo à sua própria vida.” Estas eram as únicas hipóteses em que o arqueólogo, com todo o seu raciocínio, chegara.

        Estes raciocínios deixavam o seu consciente e o seu subconsciente acelerados, dificultando ainda nada mais uma provável noite de sono. O provável fato do assassinato de Davis atiçava ainda mais os seus desejos primitivos de retribuição à Joseph. Estava praticamente decidido a fazer justiça com as próprias mãos.

       No exato momento em que os seus desejos estavam a flor da pele, escutou a campainha de sua residência tocar. Um policial com grande capacidade física espreitava na porta.

–O que o senhor deseja? –Perguntou Mark.

–O senhor por acaso é Mark Stone? –Questionou o chefe de polícia.

–Sim, sou eu mesmo. Posso ajudar senhor?

–Lamento lhe informar, mas o senhor precisa ser escoltado pela polícia. O senhor é acusado de alguns crimes.
O arqueólogo ficou pálido e aterrorizado, mas procurou esconder a sua surpresa e o seu medo, por mais difícil que fosse.

–Eu? Acusado de crimes? –Dizia disfarçadamente o arqueólogo. –Mas o senhor tem certeza? Acho que o senhor...

–O senhor vai ter a oportunidade de se esclarecer na delegacia Sr. Stone! –Censurou o chefe de polícia de Barnely.

–Como quiser senhor...

O arqueólogo impressionava-se consigo mesmo na maneira em como conseguia transmitir tanta naturalidade, apesar de estar ciente do crime cometido. O arqueólogo entrou no carro e foi conduzido até uma delegacia no centro da cidade de Barnely. O local era simplório e era apenas um reflexo da falta de incompetência da polícia local.

–Então, senhor Mark Stone. Este é o seu nome? –Perguntou estupidamente o detetive baixo, gordo e de cabelos  ralos.

–Me desculpe senhor, mas é difícil colaborar quando as pessoas me fazem perguntas imbecis. –Respondeu sarcasticamente o arqueólogo.
O detetive enfureceu-se e aumentou o tom de voz.

–Este um assunto sério Sr. Stone. O senhor é ou não é Mark Stone.

–O senhor mesmo está dizendo isto. –Ironizou novamente.

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