O ENCONTRO COM A VERDADE

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        Ali, em frente ao Museu de História da Literatura Heaveana, estava aquela casa simples. As velhas portas de vidro sem abertura sensorial, as grades internas de proteção, indicando ausência do moderno sistema de segurança. Em sua fachada estava escrito: "Livraria Alvorada". Era uma velha livraria azul. Seu aspecto contrastava grandemente com as livrarias, lojas e até mesmo as casas mais simples de minha cidade. Aquela parecia estar perdida no tempo, enquanto estas pareciam uma mistura de requinte, ornamentação e tecnologia de "última geração" (atualmente usamos a expressão: tecnologia de mais presente geração).

        ___ Ok Filipe! Temos apenas cinquenta minutos! Só consegui realizar essa viagem porque coloquei no projeto de excursão que nosso objetivo principal era o Instituto Histórico e Geográfico de Heaven, que fica a 150 quilômetros daqui, e porque concordei com a presença de um representante do Coordenador Filantrópico, que estará à nossa procura se demorarmos muito. Porém, consegui estabelecer algumas visitações de trinta minutos em outras instituições, como foi o caso do Museu. Se esta velha livraria azul é o endereço que ele nos deu, não podemos perder tempo! Vamos! (Disse o professor Lucas tentando me conduzir apressadamente).

        ___ Ótimo professor! Paula vai com a gente!

        ___ Paula? Ora, ora, mas quem diria? Você mudou de ideia rápido, não é Paula? Acho isso excelente!

        ___ O Filipe conseguiu me convencer a tentar pelo menos mais uma vez...

        ___ Que bom que está conosco mais uma vez! Seja bem vinda de volta ao time!

        ___ Obrigada.

        ___ Tá legal, vamos!

        Ao entrarmos naquela livraria vimos algumas estantes repleta de livros. Estes, por sua vez, pareciam um tanto esquecidos, pois nenhuma viva alma encontramos no ambiente e muitos livros estavam empoeirados. Foi então que de trás de uma das estantes saiu um senhor de barba por fazer, aparentando uns 70 anos de idade. Parecia ser o dono do estabelecimento. O professor Lucas perguntou se ele conhecia o professor Bunyan, ao que ele respondeu surpreendentemente:

        ___ Não o conheço,

        ___ O senhor tem certeza? Não quer olhar em sua lista de clientes se há alguém com esse nome? (Sugeriu o professor).

        ___ Não. Infelizmente tenho certeza de que não posso ajudá-los.

        ___ Não é possível! Deve haver algum engano! (Exclamei) ___ Professor, tem certeza que é esse o endereço que lhe passei?

        ___ É este mesmo: Avenida Caminho da Cruz, número 10.

        ___ Pois é, é esse mesmo... Eu me lembro que foi esse o endereço na projeção...

        ___ Você disse: projeção? (Inquiriu o senhor. E mais surpreendente foi o que veio a seguir).

        ___ Isso mesmo! O senhor sabe de mais alguma coisa? (Perguntei).

        ___ Qual é o seu nome garoto?

        ___ Filipe.

        ___ E o do senhor? (Perguntou ele ao professor).

        ___ Sou o professor Lucas Almeida.

        ___ E o da moça? (Dirigindo-se à Paula).

        ___ Meu nome é Paula.

        ___ Deixem seus registros óticos com o Miguel e depois venham comigo.

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