Unfortunate end

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Da pior maneira possível descobrimos que Jimin estava nos seus últimos dias, é infelizmente, depois da nossa noite de diversão de ontem, nesta manhã, ele acordou muito mal, sentindo fortes dores de cabeça e sangrando pelo nariz, já sabíamos o que significava isso mas mesmo assim foi um choque tremendo pra gente. Hyeri, agora já uma garotinha de quase sete anos, desde pequena sabia que um de seus papais um dia iria partir, deixamos bem claro pra ela para que não sofresse muito depois, ela por um lado sempre entendeu, chorava na hora conosco mas no outro dia já acordava feliz para alegrar seu papai e fazer dos seus últimos dias os seus melhores.

Depois de passarmos pelo hospital o médico nos disse para irmos para casa já que nada poderia ser mais feito, ele nos deu uma semana ou menos, isso me deixou com o coração apertado e um enorme bolo na garganta, mas eu deveria e seria forte, forte por ele, forte por Jimin, que estava mais devastado do que qualquer outra pessoa, mas este não demonstrava tristeza, apenas frustração, e minha força eu encontrei bem, foi no sorriso banguelo da nossa pequena ao chegarmos em casa, ela havia preparado um bolo com a noona e estava com o rosto cheio de chocolate, eu acabei por rir já que ela sempre nos trazia alegria nos nossos piores momentos.

-"Vem papai, meu bolo tá gostoso, a noona me ajudou a fazer especialmente pra vocês." - Ela já foi puxando Jimin pela mão para a cozinha.

Naquela noite eu não dormi muito bem, com medo de que algo acontecesse com o meu amado. Mas, quem eu estava querendo enganar, nada mais poderia ser feito mesmo, apenas fui conseguir dormir pela madrugada, sentindo seu cheirinho que eu tanto amo, e mesmo sem nem ter perdido ainda, já sinto saudades.

[...]

Hoje já era a noite da quarta-feira, noona havia saído novamente para se divertir com as amigas e Hyeri havia ido dormir na casa de Seokjin e Namjoon, já que havia se tornado amiga fiel do filho do casal.
Enquanto Jimin estava no banho eu colocava meu plano em prática, sim, eu tinha um plano, planejei um jantar a luz de velas em casa pra mim e para o meu marido, deixei um presente sobre a cama assim que ele entrou no banho, era apenas um colar que ao estar na luz, reluzia a frase "eu te amo" em cem idiomas diferentes, deixei um bilhete ao lado indicando para que ele usasse esta noite, bem, arrumei tudo na cozinha e fiz a surpresa. A expressão de encanto nos olhos do meu marido foi impagável, aproveitamos muito o jantar, estava maravilhoso.

[...]

-"Jungkook-ah, faça amor comigo, uma última vez..." - Jimin cortou o silêncio da mesa já com lágrima nos olhos.

Nada mais precisou ser dito, aos beijos e amassos subimos para o quarto, durante o nosso jantar nada mais precisava ser dito, sabíamos que aquilo era uma despedida e estávamos aproveitando um do outro em silêncio.
Ao deitar meu amado na cama eu pude vislumbrar suas expressões de prazer, a pele alva se tocando na minha, as carícias e beijos que eu lhe depositava na pele, os incontáveis beijos a boca e as gurias de amor eterno feitas ao pé do ouvido. Nos amávamos como se fosse a última vez, e realmente seria, tudo era de modo calmo, prazeroso, desfrutavam os ao máximo tudo o que o outro podia oferecer, devagar e carinhoso sempre, ao final de tudo tivemos um clímax maravilhoso, Jimin me fazia chegar ao limite em uma fração de segundos, em segundos caímos na cama cansados e ofegantes, seu cheiro estava impregnado em meu corpo e minha mente e eu não podia mais a não ser querer me drogar naquele cheiro, pois sim, eu já era um viciado ambulânte, um necessitado perdido por Park Jimin e tudo que havia nele, e tudo isso me desmoronava. Naquela noite não tardou em nos amarmos novamente, de novo, de novo e de novo, até o dia amanhecer, ao contar dos minutos jurias e jurias de amor eram proferidas por nossas bocas, jurias verdadeiras e eternas apenas concretizando o amor que sentíamos um pelo outro, como almas gêmeas, isso que éramos, almas gêmeas que nem a morte nos separaria, não era uma despedida, nunca seria, seria apenas um até logo, porque sempre, sempre, sempre iriamos nos encontrar em um lugar melhor, no além talvez, para assim darmos continuidade ao nosso lindo e inusitado amor, o mais intenso, onde continha a correnteinseparavel de duas almas juvenis que se amavam intensamente. Sim, isso que éramos, apesar dos anos, nós éramos apenas dois jovens que apostaram nesse amor e só queriam vive-lo como nunca antes, mas agora na era tarde.

[...]

Tarde demais, na manhã seguinte meu amado acordara pior, cuspia sangue e estava pálido, se queixava de muita dor de cabeça, não fui tolo em esperar e corremos para o hospital, mas já era tarde, ao vê-lo naquela cama, todo aparelhado, pálido e com os lábios secos, mas ainda assim incrivelmente lindo e deslumbrante ao meu ver, eu não poderia estar pior, ao seu lado, segurava a suas mãos o tempo todo, como se isso o fizesse retornar ao Jimin de antes, mas já era tarde, ao vê-lo fazer esforço a proferir as seguintes palavras:

-"M-meu amor... Não chore, uh? Nos encontraremos novamente..." - Ele disse com voz fraca e rala e logo secou minhas lágrimas enquanto tossia novamente.

-"Pro favor Jimin... Por favor..." - Eu não pedia, eu implorava, ao apertar sua mão e cair de joelhos junto ao leito de hospital.

-"Peço apenas que até lá você cuide da nossa pequena, do nosso pedacinho de felicidade, você não sabe o quanto eu sou grato por ter passado tudo isso com você, nós fomos felizes e ainda seremos em outra vida, apenas espere meu amor. Viva a sua como se fosse eu, da melhor forma possível, cuide da nossa filha, de si, dos nossos amigos, se permita amar novamente e aproveitar sua juventude, saiba que lá de cima eu vou estar te vigiando, e se preciso, desço aqui e te dou um puxões de orelha." - Acabamos rindo e ele acaba tossindo novamente.

-"Nunca se esqueça do que vivemos, ok? Tenha sempre em sua lembrança..." - Ele diz novamente já com a voz mais baixa.

-"Eu jamais esqueceria meu amor, jamais, eu te amo tanto..." - Choro um pouco mais.

-"Bom, minha hora está chegando, saiba que eu te amarei eternamente Jeongguk, se cuide e um... até logo..." - Ele sorri daquele jeito que só ele sabe e eu me agarro ao seu corpo.

-"Não Jimin, não..." - O aperto e o beijo, sou correspondido, transmito todo meu amor a ele.

-"Até mais Jeongguk, eu te amo..." - Ele sorri novamente, só que fraco dessa vez e, lentamente fecha os olhos.

Após isso meu mundo para e o único barulho que ouço é o do meu choro constante e do bipe da máquina que mede a frequência cardíaca, perco o chão e choro abraçado ao seu corpo que já se torna gelado e acabo por dizer pela milésima vez.

-"E-eu te amo." - Mesmo que ele não me ouça, sei que ele já sabia disso.

Macchiato | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora