- Vamos na confeitaria da esquina?- Quebrei o silêncio.
Estávamos dentro do carro, ele acabou de colocar o cinto e sua mão vai em direção da chave.
- Não.- Virou o rosto em minha direção.- Estou querendo ir em outro lugar.
- Como assim?
- Você vai entender! Confia em mim.- Me olhou no olhos.
Quebrei o nosso contato visual e olho para a janela, está tão escuro que não consigo ver muita coisa. Meus olhos começam a pesar, os sons ao meu redor vão ficando mais longe e logo depois eu durmo.
***
Sinto alguns reflexos de luzes batendo em meu rosto, abro meus olhos aos poucos para acostumar com a claridade.
Olho ao meu redor e vejo que o banco do motorista está vazio, olho para o meu outro lado e vejo a cidade de longe, Fabricio esta em pé, de frente para o carro.
Abro a porta e forço meu corpo a sair do carro, cada passo que eu dou em sua direção o meu coração acelera mais.
- Estava esperando você acordar.- Eu paro de andar quando ele se vira para me olhar.- Quer café?- Vem em minha direção.
Ele passa por mim e vai para o capô do carro, onde vejo um saco e um café do lado.
- Onde estamos?- Olho ao redor.
- Achei esse lugar tem um tempo.- Ele senta no capô do carro.- Estava indo ver meus pais, errei a rua e achei esse lugar.
Olho para ele, a luz está batendo em seu rosto e isso faz com que ele fique mais lindo. Ele repara que estou encarando ele e sorri de lado, desce do carro e vem em minha direção.
- Sabe Mel.- Vejo a língua dele estalar entre os lábios e me arrepio.- Algo me diz.- Da a volta do meu corpo e fica atrás de mim.- Que você quer me contar algo.- Sinto sua voz suave perto do meu ouvido.
- Ee..u?- Merda de voz.- Não quero contar nada.- Consigo falar, mas a minha voz sai muito fina.
- Uhum.- Concorda com a cabeça e raspa seu barba rala em meu pescoço.
Ele coloca as mãos dele em meus braços e me vira, não consigo levantar a cabeça, se eu se quer pensar em olha-lo, eu não vou resistir.
- Olha para mim.- Nego com a cabeça.- Mel..- Olho para cima e vejo os olhos caramelos me olhando profundamente.
- Fabricio, eu.- Paro, não consigo falar.
- Tudo bem, eu sei.- Diz suave.
Suas mãos param no meu pescoço e seus lábios se aproximam de mim. Quando seus lábios encostam com os meus, uma eletricidade surge na minha espinha, tudo ao nosso redor desaparece e meu corpo, minha mente e alma só quer ele.
A falta de ar começa a gritar e ele nos separa, minha boca esta formigando e implorando para ele continuar. Mas ele não continua, abro os meus olhos e ele está me olhando sorrindo.
Me afasto dele. O QUE EU FIZ?
- Não deveria ter feito isso!- Minha voz diz, mas meu corpo não fala o mesmo.
- Tem certeza? Não é isso que o seu corpo diz.- Ele vem em minha direção.- Eu sei o que está acontecendo, sei que você lembra de mim, que o Alex está te obrigando a fazer isso.- Ele para para respirar.
- Como você soube?- Minha cabeça está girando.- Como?
- Eu percebia que você estava estranha.- Passa a mão no cabelo, ele está nervoso.- Por que não confiou em mim Melissa?
- Ele te ameaçou, ameaçou te fazer mal.- Junto minhas mão no seu rosto.- Eu não podia perder você, mesmo que você não estivesse comigo, preferia ficar sem você, do que perder você.- Será que expressei certo?- Entendeu?
Ele da as costas e vai para a frente da vista para a cidade. As costas dele está tensa.
- Eu fiquei com medo.- Sussurro.
Ele vira metade do corpo e me chama baixinho, vou em sua direçãp e me encolho com seu olhar. Ele estica os seus longos braços e me puxa para perto dele me apertando.
- Eu senti falta de sentir você assim, pertinho de mim.- Diz no topo da minha cabeça, depositando um beijo nela.- Não quero te deixar nunca mais.
Consigo ouvir o seu coração e isso me trás calma, como eu senti saudades dele.
- Precisamos voltar.- Balanço a cabeça.- Alex, ele não pode saber que estamos aqui ainda.
- Mas tem câmeras lá.- Me afasto.- As câmeras! Ele vai descobrir.
- Fica tranquila, os caras resolveram isso para mim.
- Os meninos?- Ele concorda com a cabeça.- Como?
- No caminho eu explico.
***
Estamos deitados no sofá, um em cada canto, olho de rabo de olho para um ponto especifico do lado da televisão e vejo a câmera apontada para nós. Levanto e vou no quarto pegar um cobertor, jogo em cima dos dois e seguro a mão dele por baixo da coberta.
O meu celular toca e eu tomo um susto, vejo na tela o nome enorme do Alex, a mão do Fabricio aperta a minha mão e eu deslizo e atendo.
- Que?- Consigo ouvir a sua risada sarcástica.
- Está linda hoje querida.- Meu estômago revira.
- O que você quer?
- Acho melhor falar mais suave, se não o que namoradinho vai desconfiar.- Sua voz é rígida.
- Desculpa amor, estou na TPM.
- Melhor, se arruma.
- Pra que?
- Vou buscar você para vir aqui na minha casa hoje, vamos brincar.
Consigo sentir o olhos do Fabricio queimando em mim.
- Não tem como eu ir hoje querido.
- Por que?
- Vou visitar a Camila hoje.
- Merda Melissa.- Ele fica em silencio.- Por hoje eu deixo você escapar, mas só hoje!- Desliga.
Respiro fundo e relaxo, Fabricio solta a minha mão e vai para o quarto. Alguns minutos depois aparece arrumado e me chama para irmos ver a Camila, pelo menos esse fim de semana eu me livro.
Oi amores. Foi difícil voltar, estou atualizando no computador da empresa. bjs
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Amar ou odiar o Fabricio
RomansaMelissa e Fabrício se odeiam desde pequenos, vivem brigando. Mas o amor pode mudar isso.