Amizade fortalecida e reconciliação

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Cheguei cedo na escola àquela manhã e me surpreendi ao encontrar com Jeno na entrada. Ele estava sério e não cumprimentava ninguém, coisa estranha para mim, já que ele era "famosinho" e gostava de falar com todo mundo, ser o centro das atenções. Me aproximei e estava disposto a passar reto, porém o dito cujo me segurou pelo braço.

— O que você quer? — questionei, não estava com saco para falar com aquele garoto.

— Preciso falar com você, vamos pra um lugar mais reservado.

Olhei bem sério para ele e retirei meu braço de sua mão. 

— Se você for tentar algo comigo eu juro que grito.

Jeno sorriu. 

— Não é nada disso, eu juro.

Andamos um pouco mais para o canto do pátio e olhei para o lado quando Mark passou junto de seus amigos e em seguida Renjun com Chenle e Jisung e a Yeri logo atrás. Todos olharam para mim como se estivessem me julgando e eu só queria que aquele garoto falasse comigo logo.

Jeno pigarreou e começou: 

— Olha Hyuck, sei que eu fui um canalha com você e fiz coisas horríveis.

— Sabe é? — provoquei, cruzando os braços.

Jeno abaixou a cabeça. 

— Sei sim... — levantou o rosto e olhou firme em meus olhos. — Por isso estou aqui pra te pedir desculpas, perdão... O que você quiser Hyuck.

Olhei para ele assustado. Um vinco se formou em minha testa. Jeno me pedindo desculpas àquela hora da manhã?

— O quê? — Foi só o que saiu da minha boca. Estava muito surpreso.

— Foi isso que você ouviu... — Ele enfiou os dedos no bolso da calça e sorriu com os olhos e eu juro que não quis enfiar os dedos naquele rosto bonito, eu juro. — Me perdoa por tudo? Eu prometo não te perseguir mais e nem encher seu saco e quem sabe... podemos até ser amigos?

Engoli em seco, não sabia o que fazer ou onde me enfiar. Jeno me desestruturou totalmente com aquilo. Sabia que sentia alguma coisa ainda por ele e sabia mais ainda que não devia, estava trabalhando para arrancar esses sentimentos confusos da minha cabeça... Lee Jeno foi abusivo, canalha, mentiroso e me machucou muito e a pessoas próximas de mim. Precisava pensar com muita cautela sobre esse pedido repentino.

— Olha... Eu não posso te dar uma resposta agora... — respirei fundo. — Não... Eu vou pensar e te ligo, ou te falo depois... — Jeno assentiu cabisbaixo e eu saí em seguida. Minha respiração pesava e se eu continuasse mais tempo ali tinha certeza que faria alguma besteira e o perdoaria sem pensar, coisa que eu não poderia.

Corri para minha sala e dei graças a Deus que a professora ainda não havia chegado. Renjun me viu e já soltou o pigarro preso na garganta e eu sabia que o sermão viria.

— Posso saber o que você estava fazendo falando com o Jeno no cantinho do pátio?

Suspirei pesado e me joguei na carteira ao seu lado. Kim Yerim estava entretida com seu celular, mas logo parou de usá-lo para observar a conversa.

— Jeno me pediu perdão.

— O QUÊ?

— Fala baixo garoto! — ralhei.

Renjun revirou os olhos, bufou e soltou uns grunhidos que eu pensei que baixaria um demônio ali na hora. Tamanho o medo que ele metia em mim e nos outros a sua volta; não se podia brincar com Huang Renjun.

A MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora