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Sophia Narrando:


Hoje finalmente recebi alta, fiquei dois dias internada e estava apenas esperando dona Lurdes voltar com algumas roupas pra me trocar e poder ir embora. Já estava imaginando como seria voltar pra aquele inferno, não queria voltar pra lá mas também não tenho pra onde ir no momento.

Será que dona Lurdes me deixaria ficar na casa dela pelo menos por alguns dias até eu consegui falar com Grego? Nem sei como pedir uma coisa dessas, ela já está me ajudando tanto e não quero abusar, mas dessa vez eu realmente tó com medo, algo me diz que a minha prima também tá envolvida no estrago dos meus medicamentos e se elas foram capazes de fazer isso com certeza são capazes de coisas muito piores e não posso me descuidar com essas duas.

Estava sentada na cama, quando depois de algum tempo dona Lurdes chega trazendo uma bolsa.

Dona Lurdes: Aqui Sophia suas roupas, não tive tempo de escolher uma melhor porque sua mãe praticamente não deixou, só consegui entrar na casa porque vi o JP passando na rua e me vi obrigada a chama-lo. Expliquei a situação e ele me ajudou, se não fosse isso eu não conseguiria entrar porque sua mãe além de me xingar queria me agredir.

Sophia: Obrigada dona Lurdes, por tudo que a senhora esta fazendo por mim - Peguei a bolsa de suas mãos botei na cama e olhei pra ela - E me desculpe pela minha mãe - Eu disse completamente envergonhada.

Dona Lurdes: Não precisa me agradecer menina, faço isso de coração e também não precisa pedir desculpas você não fez nada, a única que deve se envergonhar é sua mãe pelas atitudes dela. Talvez um dia ela se arrependa por suas ações, só espero que não seja tarde demais. Agora bote um sorriso nesse rosto, levanta dessa cama vá se banhar e trocar de roupa. Você não vai querer saí assim parecendo um zumbi vai? - Ela sorri pra mim e acabo sorrindo também com seu comentário, mas logo fico seria novamente.

Sophia: Eu estou tão acabada assim? - Arregalei os olhos e fingi está assustada.

Mas acho que exagerei por que dona Lurdes ficou totalmente sem graça.

Dona Lurdes: Não minha querida, você é uma moça linda por fora e principalmente por dentro. Não deixe jamais que mudem isso em você ou que digam o contrário esta bem? E se disserem, não dê importância, isso é coisa de gente sem amor próprio. O importante é que tú sabe a pessoa que tú é. 

Meus olhos encheram de lágrimas ao ouvir isso. Segurei em suas mãos, olhei em seus olhos e disse:

Sophia: Eu prometo dona Lurdes, não vou deixar que ninguém mude quem eu sou, a minha essência. A senhora está sendo como uma mãe para mim - Ela me abraça e percebo que esta emocionada.

Dona Lurdes: Agora cuida pra sairmos logo daqui - Ela diz pondo fim ao nosso abraço e limpando as lágrimas disfarçadamente. 

Sorriu pra ela, pego minha bolsa e levanto da cama indo em direção ao banheiro.

Entro e fecho a porta, tiro minhas roupas e tomo um banho rápido, saio do banho vou até a bancada da pia e abro a minha bolsa tirando uma calça moletom, uma blusa de manga curta e uma sapatilha - Acho que dona Lurdes escolheu bem, pelo menos elas são confortáveis - visto tudo e depois penteio os meus cabelos ruivos fazendo um rabo de cavalo, boto meus óculos, passo um pouco do meu perfume favorito e estou pronta.

Saio do banheiro e encontro dona Lurdes sentada na poltrona lendo um livro, quando percebe minha presença se levanta, me olha atentamente e logo abre um sorriso, e eu acabo fazendo o mesmo. 

Dona Lurdes: Se já esta pronta, podemos ir então? -  Ela pergunta ainda sorrindo

Sophia: Sim, já podemos ir, mas antes preciso falar com o doutor Augusto e pedir um atestado médico pra apresentar ao seu Zé no trabalho. Não quero que ele pense que faltei ao serviço porque quis e sem dá nenhuma explicação.

Para Sempre SuaOnde histórias criam vida. Descubra agora