Malévola
O sol já estava se pondo e eu estava presa no dilema de qual roupa usar. Regina despertava algo em mim que eu já havia sentido, mas não me recordava quando, só tinha certeza de que intenso e fazia meu corpo ferver. Os joguinhos, provocações e trocar farpas tornava isso divertido, além de me fazer notar que poderia facilmente comandar e conduzir isso tudo pois por algum motivo ela parecia ficar desconcertada com alguns de meus comentários. A forma como a prefeita me olhava não me parecia comum para alguém que me conhece há poucos dias, muito menos a forma como me tratava, assim como a presença dela não me parecia estranha ou recente, realmente inexplicável.
O objetivo era vestir algo provocativo, mas nem tanto, para que ela não ficasse distraída com minhas curvas logo de início e pudéssemos conversar primeiro. Eu gostaria muito de conhecer mais além aquela mulher, já que todos nós temos motivos que nos fazem agir como agimos, e o dela parecia doloroso e muitas vezes transparecia em seu olhar. Ambas as mães de Henry tinham isso em comum. Emma me contou sobre a infância difícil em orfanatos e tendo que lidar com a rejeição, mas obviamente não foi tudo, não profundamente, e isso eu sabia, ler pessoas é como uma habilidade que tenho e as conhecer faz tudo ficar mais interessante.
Costumam me ver como uma pessoa fria, grossa, sádica, facilmente irritável, sarcástica, debochada e até mesmo vadia, mas não fazem ideia do que me tornou assim, vista até mesmo como uma vilã por um aluno em especial. Todos temos demônios dentro de nós que nos fazem ser como somos e saber lidar com eles para não se deixar levar pela influência do passado é a coisa mais difícil de se fazer. Por maiores as batalhas internas que travamos conseguindo vitórias, em momentos de fraquezas nossas trevas vêm à tona e nos enfraquece. Essa noite os demônios que moravam em meu peito estavam agitados, e eu não sabia porquê.
Já eram quase oito horas quando sai de casa rumo ao meu encontro que prometia ser longo. Ao chegar na casa da prefeita notei apenas a luz do salão principal acesa e conclui que fosse para Henry não notar. O risco de ser pega na casa da mãe de um aluno que também gerenciava a cidade dava a esse momento uma adrenalina gostosa e emocionante.
Ao me aproximar da porta a mesma se abriu, revelando a mulher mais linda e sexy que eu já vi em minha vida inteira. O vestido colado ao corpo deixando suas curvas aparentes, o salto fino, o cabelo levemente bagunçado e o batom vermelho em seus lábios contribuíam para que Regina estivesse deslumbrante, e meu coração quase pulasse para fora do peito. Obviamente não deixei transparecer todo o encanto que eu sentia naquele momento, era exatamente o que ela queria mas não teria tão facilmente, então apenas segui até ela.
- Você realmente sabe mexer com os pensamentos impuros de uma mulher, Regina - passei por ela mordendo os lábios e senti seu olhar passear por meu corpo.
- E essa nem foi a minha intenção para essa noite - falou em tom de inocência enquanto fechava a porta, sem um pingo de vergonha na cara.
- Tenho dúvidas sobre suas intenções - a segui até seu escritório e ela apagou a luz do salão, em seguida fechou as portas da sala em que estávamos - muitas dúvidas...
- Tenha ciência de que meu filho está dormindo no andar de cima - indicou para que eu sentasse no sofá - cidra de maçã? - pegou duas taças e serviu.
- Imaginei que seria algo mais forte - pego a taça que ela me entrega a vendo se sentar ao meu lado, dou um gole sentindo o álcool descer por minha garganta - esqueça o que eu disse...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Evil Love
RomanceRegina ao tentar atingir Mary Margareth na maldição acaba fazendo com que ela se torne diretora de onde Henry estuda e a uma professora nova entra em seu lugar. O que a prefeita não esperava era a professora de seu filho ser um antigo amor de seus t...