Malévola
Uma semana morando com Emma e todos os limites da minha paciência já tinham sido ultrapassados. Ela era uma boa companhia, servia para conversar depois de um dia cheio e dar uns amassos para variar, nada muito além que pudesse comprometer nossa relação e meu plano, por enquanto. Mas a bagunça dela me fazia esquecer de toda a sua utilidade e querer jogar tudo de volta naquilo que ela chama de carro.
Naquela manhã eu estava me arrumando para ir ao colégio quando encontrei mais uma vez sua jaqueta jogada no meio do corredor. Peguei e entrei em seu quarto onde ela dormia como uma pedra, abri as cortinas iluminando o ambiente recebendo um resmungo como protesto.
- Eu sei que você chega tarde e cansada, mas isso não é motivo para sair largando tudo pela casa - joguei a jaqueta em cima da cama - e eu não sou sua mãe pra ter que te acordar todos os dias para trabalhar - puxei suas cobertas, então percebi que ela estava só de calcinha.
- Malévola! - puxou o lençol pra cima de si - cadê o espaço pessoal?
- Querida, em algum momento nos veríamos nuas e infelizmente aconteceu da forma menos prazerosa - sorri maliciosa - hoje o Henry vem aqui, então trate de arrumar essa bagunça!
- Ele vem que horas? - se levantou já ignorando sua falta de vestimentas, e que corpinho lindo.
- Assim que acabar a aula eu trago ele - fantasiei por instantes aquela mulher em minha cama - hum... - retomei meus pensamentos - ele não sabe que está morando aqui, vou contar hoje, mas espero que você não saia espalhando para ninguém, a cidade é pequena e a fofoca é grande.
- Certo - vestiu sua camisa - Eu te levo na escola, quem sabe consigo ver ele entrando.
E assim minha vida com Emma se tornava cada dia mais algo rotineiro. Eu não a amava, longe disso, mas estava desenvolvendo sentimento, nada perigoso que a tornasse prioridade em minha vida, porém ajudava na convivência.
Desci as escadas e passei meu batom vermelho em frente ao espelho na sala, finalizando meu look de trabalho. Ser diretora era bom, mas nada se comparava a dar aulas e ter os alunos em seu convívio durante 6 horas do dia. Obviamente sempre iam os mais bagunceiros para minha sala e eu podia ter a diversão de os amedrontar, mas quando não aparecia ninguém minha única companhia era a ruiva irritante que trabalhava como secretária.
Emma desceu e fomos para o colégio. Ela sempre parava o carro um pouco distante caso Regina estivesse por perto e a visse tentando encontrar o filho, e hoje a prefeita estava lá. Pedi para que ficasse no carro e fui até a entrada onde Henry estava com sua outra mãe.
- Malévola! - o garoto falou animado.
- Olá, Henry - sorri - prefeita Mills - apenas acenei com a cabeça.
- Olá diretora - disse, mas não consegui entender o que ela queria passar com sua entonação.
- Mãe, eu posso ir na casa dela hoje? Prometo que vou fazer a lição de casa, ela não vai me deixar não fazer - suplicou.
- Henry nós já conversamos sobre isso, eu...
- Confia em mim, vai dar certo! - sorriu, e pude ver que ele estava tramando alguma coisa.
Regina suspirou e pensou por um instante, parecia exausta.
- Tá bom, pode ir - então me olhou - o traga às sete.
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Evil Love
RomanceRegina ao tentar atingir Mary Margareth na maldição acaba fazendo com que ela se torne diretora de onde Henry estuda e a uma professora nova entra em seu lugar. O que a prefeita não esperava era a professora de seu filho ser um antigo amor de seus t...