Capítulo 4

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Regina

Já era manhã e eu tomava café sozinha na cozinha. Depois do ocorrido ontem a noite, Malévola foi embora e resolvi acalmar os nervos para não fazer algo que custasse minha relação com Henry.

- Não me chamou hoje - ele entrou na cozinha coçando os olhos e bocejando - Eu já ia me atrasar.

As bochechas ainda com marcas do travesseiro de quem acabou de acordar e o rosto inchado de todas as manhãs me faziam querer abraça-lo e perguntar porquê me enganou, mas precisava ser dura com ele para mostrar o quanto me magoou, então fingi que não o ouvi e continuei a comer.

- Mãe? - sentou-se de frente para mim - mãe me responde - balançou as mãos em minha frente, então não me segurei.

- Eu estava tentando ser uma pessoa boa, Henry, como prometi para você - soltei os talheres na mesa - mas você me enganou, como posso ser boa se qualquer deslize você já trás aquela mulher aqui? - limpei minha boca.

- Desculpa... eu vacilei - abaixou o olhar de forma que partiu meu coração.

- Não posso me dar ao luxo de ter encontros ou achar meu amor verdadeiro, tenho que cuidar de você - me levantei - sei que aquela mulher é sua mãe biológica mas ela não tem o cuidado de uma mãe verdadeira, muito menos a responsabilidade de uma adulta. Onde já se viu entrar na casa de alguém? - tirei meu prato da mesa - qualquer confiança que eu poderia dar a ela ou a você acabou - coloquei na pia e o deixei sozinho pensativo.

Eu precisava fazer Henry perceber que não deveria andar com a senhorita Swan, que ela era perigosa e magoava ser trocada tão facilmente. Eu havia feito uma promessa, e iria cumprir, não seria má na frente dele, mas isso não me impedia que fazer com que pessoas fossem no meu lugar.

O esperei ficar pronto para a escola enquanto lia o jornal local. Sidney realmente se superou na pesquisa descobrindo que Emma já havia sido presa uma vez e tido Henry na prisão. Imaginei que isso o fosse decepcionar com a outra mãe e talvez não querer mais ver ela. De qualquer forma ladra de filhos ficaria presa por um bom tempo depois de ontem, o que me dava vantagens.

Meu filho desceu as escadas com a mochila nas costas e pronta para irmos. Dirigi com ele até a escola em silêncio, algo desconfortável mas necessário, e assim foi até a porta de sua sala de aula.

Normalmente Henry sequer me diz "tchau" quando vai entrar na sala, mas dessa vez foi diferente. Fui surpreendida por seus pequenos braços em volta de minha cintura e sorri com o ato de afeto, sentindo algo se aquecer dentro de meu peito, então o abracei de volta, me abaixando para ficar de seu tamanho, onde ele falou baixo em meu ouvido:

- Eu vou te ajudar a achar o amor verdadeiro, mesmo que precise ficar longe da Emma por um tempo - disse como se estivesse pronto para fazer um sacrifício heroico.

Meus olhos se encheram de lágrimas, minha felicidade com aquele pequeno ato me causou tanta emoção que não cabia no peito.

Ele me soltou quando notou sua professora se aproximar, me dando um olhar cúmplice e sapeca. Me levantei novamente e joguei o cabelo para trás, em seguida virei-me para a mulher parada atrás de mim e a encarei por instantes, pensando no que iria dizer, mas não foi preciso pois ela mesma iniciou o diálogo.

- Gostaria de continuar o que começamos ontem... - falou como se fosse um assunto cotidiano, mas eu bem sabia o que se passava em sua mente.

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