Capítulo 7

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Emma

A vida de assistente do xerife era bem mais tranquila do que eu imaginava. Já deveria ter pensado nisso antes, na cidade o maior crime que acontece é o Leroy ficar bêbado e sair xingando os outros.

A única coisa que estava sendo desgastante era cobrir o turno da noite porque Graham precisava cuidar da mãe doente. Engraçado que ele nunca mencionou a família dele, mas quem sou eu para contestar? Por muitos anos sonhei em ter alguém que cuidasse de mim para um dia eu poder retribuir o favor. Talvez ele tenha até me contratado pensando nessa possibilidade de ter as noites livres.

Eu sentia falta de Henry. Ele ainda insistia em dizer que não podíamos nos ver por enquanto pois estava ajudando sua mãe. Fiquei imaginando no que Regina precisasse de ajuda, mas me lembrei que ela ficou bem abalada depois da discussão com Malévola. Eu não sabia o que tinha entre elas, mas com certeza era sério e agora aparentemente tinha acabado.

Minha ronda noturna estava um completo tédio. Não tinha uma alma viva na rua, o que me fazia perguntar para mim mesma o por quê de precisar fazer esse serviço idiota. As vantagens eram eu poder realizar o famoso clichê policial de comer rosquinhas cheias de doce.

Estava passando pela rua da prefeita como em todas as noites na intensão de olhar para a janela do quarto de Henry na esperança de o ver acordado, mas pelo horário ele já deveria estar em seu quinto sonho. Mas dessa vez foi diferente, por um instante meu olhar mudou para a janela de Regina e vi alguém descendo pelo telhado e caindo nos arbustos. Parei o carro e me aproximei com os punhos fechados, pronta para dar um soco em quem fosse passar ali, e foi o que fiz.

- Emma? - Graham passou a mão no rosto o massageando - nossa, você tem a mão pesada!

- Graham? - Eu queria não acreditar - O que você estava fazendo pulando a janela da prefeita? - perguntei, mesmo sabendo a resposta.

- Bom... é... houve um imprevisto e... - gaguejou tentando arrumar uma desculpa.

- Imprevisto com a sua mãe doente? - falei desacreditada - eu não acredito que pensei que você fosse descente. E com o Henry lá?!

- Ele estava dormindo - o interrompi.

- Vocês são nojentos! - peguei a chave do carro - aqui - entreguei - não vou cobrir mais nenhum turno da noite, boa sorte cuidando da sua "mãe" - falei com nojo e sai andando.

Em pensar que eu fiquei preocupada com Regina depois de ver sua situação quando brigou com Malévola, agora ela estava muito mais do que bem, mas é o que a loira disse, a prefeita é uma pessoa que não vale a pena.

Fui para o único lugar aberto a essa hora. O Rabbit Hole era o único bar da cidade, e funcionava a madrugada inteira. Nas sextas e sábados assumia a função de boate, estando na maioria das vezes cheio, e para minha sorte hoje era sexta.

Entrei passando direto pelas pessoas na pista de dança e me sentei no balcão do bar. Pedi um whisky e depois de dar um gole notei uma presença ao meu lado que jamais imaginei ver em um lugar assim. Malévola estava tomando tequila e ao me ver virou o banco para mim.

- Dia difícil? - arqueou a sobrancelha.

- Me conta o seu que eu conto o meu - bebi.

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