Inner Circle - Season I

Capítulo 30. O banho.

Link da música: https://open.spotify.com/track/32BDNNiKUwDckgQz7rxrVe?si=b0iVfCq_Qpao2nAhcS25SA ( Lips on You - Maroon 5)

Author's POV.

Enquanto caminhavam de mãos dadas em direção à uma parte da cidade que Carolina não conhecia, Natasha e a loira não perceberam seis figuras embasbacadas olhando em direção à elas. Wanda, Steve, Tony, Diana, Sif e Thor.

- Eu achei que ela fosse quebrar a loirinha inteira. - Thor disse, chocado.

- E ela vai, mas de formas mais interessantes. - Wanda respondeu, olhando para o irmão, ambos dando um sorriso safado.

Segurando a mão de Natasha, Carol percebeu que estavam indo em sentindo contrário à cachoeira onde tomavam banho e até mesmo do mar.

- Hm...Nat? Estamos indo para o lado errado. - Carol tentou avisar.

- Não estamos não, estamos indo para o meu lugar, que agora será nosso.

Continuaram caminhando por alguns minutos, até que chegaram ao seu destino. Para Carolina, os olhos de Natasha haviam sido derretidos e eram agora a água daquele lago. A água de cor verde-azulada, cercada da natureza intocada, a fazia lembrar da pureza da mulher que amava. Sentia-se no centro de sua alma.

Sentaram-se no pequeno deck que havia, ambas colocando os pés dentro da água e apenas apreciando a companhia uma da outra, porém Natasha já tinha percebido o grande ponto de interrogação presente na testa de Carol.

- Faça a sua pergunta, Carol. - Natasha a incentivou.

- Você disse que esse é o seu lugar. Isso significa que ninguém mais pode vir aqui? - Carol perguntou, encarando a ruiva.

- Tecnicamente não. Porém meus irmãos tem a minha permissão para vir aqui, assim como eu tenho permissão para ir ao encontro deles. - Nat respondeu, sorrindo.

- Então eles também têm um lugar só deles? - a loira estava bem curiosa.

- Sim, claro. Eu não sou mais especial que eles. - Nat disse, ainda sorrindo.

"Para mim, você é a única que existe perante meus olhos." Carolina pensou, mas se calou.

- Está vendo o topo daquela montanha? - Natasha apontou. - Lá é o lugar de Steve, ele diz que lá o ar é mais puro. Além de nós, apenas Tony pode ir lá. Do outro lado da ilha tem a entrada de um vulcão há muito extinto, e lá é para onde Wanda vai quando precisa pensar. Diana e Sif também podem entrar naquele local, Wanda as permite.

- Sif? Achei que apenas o amor da vida de vocês pudesse entrar nesses lugares sagrados. Quer dizer, não que eu não tenha notado que elas têm uma relação diferente, mas Wanda ama Diana, certo? - Carolina estava extremamente confusa.

Natasha suspirou pesadamente. Sabia que podia confiar em Carolina, e também que Wanda não se importaria que ela compartilhasse essa história, porém, eram lembranças que traziam uma profunda dor para a mais nova.

- Sif, Wanda, Steve e eu sempre fomos próximos. Costumavam dizer que não éramos trigêmeos, e sim quadrigêmeos. Eu sempre a considerei minha irmã, e ela e Wanda sempre foram extremamente próximas, não faziam nada sem estarem juntas. Uma noite, nós quatro estávamos brincando na chuva, e Sif acidentalmente tocou em uma árvore que havia sido atingida por um raio. Quando Wanda percebeu o que havia acontecido, ela agarrou a mão de Sif, para tentar puxá-la, porém outro raio atingiu a árvore. Sif recebeu a maior descarga, mas Wanda também foi atingida. Eu posso lidar com a água, mas raios são fogo, são o elemento de Wanda, e ela podia suportar a carga, mas Sif não tinha as mesmas condições. Porém, como elas estavam de mãos dadas, a energia de Wanda se dividiu, com o intuito de salvar Sif, e com isso um pedaço de Wanda foi junto. - Natasha contava, com lágrimas nos olhos.

- Então...elas são almas gêmeas? - Carolina estava abismada.

- Não, Carol. Almas gêmeas descendem de um lugar comum, foram separadas. Sif possui um pedaço da alma de Wanda. Não é como se ela sentisse Wanda, é como se ela estivesse dentro de Wanda. - Natasha, explicou.

Ficaram alguns minutos em silêncio, até que Carolina percebeu a movimentação curiosa de Natasha: a mesma estava se despindo, e logo em seguida entrou na água.

- O que foi? - Nat perguntou sorrindo, enquanto brincava com a água.

- Você está nua. - Carolina a encarava, com os olhos arregalados.

- Sim, estou. Eu lhe prometi um banho, e que eu saiba não é o costume dos ingleses tomar banho de roupa. Fora que, não é a primeira vez que você vê isso. - a ruiva respondeu, dando uma piscadela para a mais velha.

- O que você quer dizer com isso? - Carol gaguejava.

- Wanda estava muito distraída para perceber, mas eu vi você nos olhando no dia do casamento. Estava curiosa? - Nat questionou.

- Eu queria entender o que você estava fazendo...- Carol respondeu, envergonhada.

- Entre comigo, e eu lhe mostrarei. - Natasha falou, estendendo sua mão.

Suspirando, Carolina resolveu aceitar a oferta. Havia pensado em sair correndo, mas o seu corpo se recusava a obedecer. Lentamente a loira começou a se despir, uma verdadeira hipnose para os olhos de Natasha, que a olhava como se estivesse vendo Deus a sua frente, e era devota incansável.

(Dêem play na música: Lips On You - Maroon 5)

Calmamente Carolina entrou na água, permitindo que a única coisa que a fizesse sentir coberta fossem os olhos de Natasha que não desviavam dela.

Ao se aproximar da ruiva, a inglesa logo percebeu a mesma se movendo para ficar atrás de si, de forma que pudesse falar mais baixo.

- É tudo uma questão de sentir, Carolina. Me sinta, meu amor. - Natasha disse, no ouvido da loira.

Carol lentamente fechou os seus olhos, conforme sentia as mãos de Natasha deslizando em seu pescoço, deixando leves carinhos, e descendo por seus braços, a unhas tão delicadas a acariciando.

Ainda atrás da loira, Natasha lentamente levou suas mãos para a barriga de Carol, arranhando de leve, mas também explanando suas mãos na tentativa de massagear a relaxar a mais velha, que tremia.

Com cuidado, a bruxa se aproximou novamente do pescoço de Carol, mas dessa vez para depositar um beijo calmo e profundo, e em seguida se moveu, ficando agora frente a frente com a loira.

Olho no olho, pele com pele.

Natasha levantou sua mão direita, e carinhosamente deslizou a mesma pelo rosto de Carol, sentindo a sua respiração ficar cada vez mais pesada.

- Você está sentindo? - Natasha perguntou, em tom baixo.

- Uhum...- Carol limitou-se ao responder.

- Então por que você está tremendo? - a ruiva se aproximou.

- Porque eu não conheço isso, e fui criada para temer aquilo que não conheço, aquilo que é diferente de mim. - a loira respondeu honestamente.

- Carolina, abra os seus olhos. - Natasha pediu, e a mais velha rapidamente obedeceu. - Olhe em meus olhos, e diga-me que não me conhece. Diga-me que não somos iguais.

Carolina e Natasha agora se encaravam intensamente. Molhadas dos pés à cabeça, ambas estava imersas em seus sentimentos.

Quando a ruiva fez menção de se aproximar, Carol decidiu romper as barreiras de sua mente, e ouvir seu coração. Com a mão direita puxou Natasha para um beijo mais urgente que o primeiro que haviam dado, porém ainda mais amoroso, se possível fosse.

Quando a língua de ambas se tocaram, o universo desapareceu. Carol sentiu como se Nat houvesse despertado todas as suas terminações nervosas, causando um tremor diferente em sua corpo.

Duas almas mais um vez se fundindo, tornando-se uma só.