Capítulo 38. Sem planejamento.

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Música do capítulo: Amor Ideal - Rodolpho Rebuzzi e Reno Duarte.

Link da música: https://open.spotify.com/track/29cd3OQQab231pBB80hkRD?si=nVlp8BsuQJeQE8mGEbv81g

Steve's POV.

(Dêem play na música)

Eu sempre me considerei uma pessoa prática e extremamente mental. Não tenho a sensibilidade aprofundada de Natasha, ou a espiritualidade abrangente de Wanda, mas sempre fui perceptivo.

Ou pelo menos eu achava que era.

Ao sentir minha irmãzinha tremer em meu colo, chorando desesperadamente e me levando a lágrimas, eu pude perceber o quão verdadeiramente cego eu sou.

Isso não é uma crítica pessoal, apenas uma constatação. Tudo estava ocorrendo bem na frente de meus olhos, e eu não pude ver, não pude ver porque eu não soube sentir.
Eu me neguei a sentir.

Wanda chorava, apertando minha mão, dando-me certezas tão aterradoras que sentia como se minha alma estivesse sendo massacrada a cada som que a mesma emitia.

Passamos longos minutos sentados no chão, apenas dividindo certezas e dores. Eu queria estar lá para a minha irmã.

Com o passar do tempo, percebemos que estava quase na hora do desjejum, e a minha ruivinha insistiu incessantemente para que ninguém a visse daquela forma, especialmente Natasha.

Atendendo ao pedido de minha irmã, me ofereci para levá-la de volta para sua tenda, e quando a mesma aceitou, peguei-a no colo, e saí pela parte de trás, para que não fossemos vistos.

Diana nos seguiu até a tenda de ambas, e me ajudou a colocar Wanda na cama, já que a mesma não tinha forças para fazer isso por si mesma.

Eu compreendia o cansaço de minha irmã. Rituais demandam muito esforço, especialmente quando envolvem a invocação dos deuses e dores psicológicas.

Quando minha irmã já se encontrava deitada e coberta, Diana se pronunciou dizendo que iria buscar algo para comerem, e pediu-me para que fizesse companhia para Wanda, algo que aceitei sem hesitar.

Aproximando-se da minha pequena, deitei-me atrás da mesma, e comecei a acariciar seus cabelos, na esperança de que ela pudesse descansar um pouco, porém fui surpreendido pela sua voz fraca que ecoou na tenda.

- Você está bravo comigo? - minha irmã perguntou, soando como uma criança temerosa.

- Não estou bravo, apenas preocupado. - fui sincero.

- Você acha que fiz mal? - Wanda agora havia se virado e encarava meus olhos.

- Não é questão de ter feito mal ou não, mas eu não gostaria que tivesse carregado tudo isso sozinha. Eu compreendo e respeito as suas razões e decisões, mas me dói te ver assim, irmã. - confessei, sentindo as lágrimas voltarem aos meus olhos.

- Eu nunca quis causar dor a ninguém, todas as minhas atitudes foram justamente para evitar isso. Eu não suportaria ter que fazer diferente e ter que... - Wand tentou falar, mas eu a impedi quando beijei o topo de sua cabeça e a abracei fortemente.

- O passado não pode ser mudado, e eu estou aqui agora. Eu vou cuidar de você. Eu te amo, minha pequena. - sussurro enquanto sentia minha irmã começar a chorar novamente, repetindo baixinho o quanto me amava. - Eu estou orgulhoso de você.

Permanecemos deitados até que Diana retornou, trazendo uma bandeja e acompanhada de Sif. Ficou claro para mim que as três queriam um momento a sós, afinal, Diana ainda estava processando a conversa que tivera com minha irmã ontem à noite, e estava tão preocupada quanto eu.

Saí da tenda de minha irmã e fui em direção à tenda principal, precisava tomar e meu desjejum e Tony certamente já estava a minha espera.

Quando entrei na tenda, a primeira coisa que notei foi um par de olhos verdes me encarando em confusão: Natasha. Minha bebê se aproximou, e eu já sabia o que viria a seguir.

- Onde está Wand? - a mais nova me questionou, e senti a minha garganta arder.

- Nossa irmã está indisposta, então preferiu ficar em sua tenda, para se recuperar. - eu não havia mentido, apenas havia omitido alguns detalhes.

- Ela está doente? Eu vou vê-la. - meu coração gritou neste momento, em pânico.

- Nat, se Wanda está indisposta, talvez seja melhor deixá-la descansar, e além disso, tenho certeza de que Diana e Sif estão fazendo tudo para que ela melhore rápido. - suspirei aliviado com a intervenção de Bobbi. - E nós duas precisamos conversar.

Dito isso, a loira saiu puxando minha irmã para fora da tenda, deixando-me livre para respirar e me acalmar. Tudo o que eu precisava agora era de Tony, precisava abraçá-lo e me permitir chorar em seu colo. Com ele, eu estava em casa.

Author's POV.

Natasha e Bobbi caminhavam lentamente pela praia, enquanto a ruiva franzia o semblante em sinal de preocupação com a irmã. Prevendo os problemas que isso poderia acarretar, Bobbi logo tratou de distrair a mente da mulher.

- E então...eu fico longe por algumas semanas e te encontro pintando o arco-íris para outra loira sorrir? - Bobbi disse, em tom de brincadeira.

- Com ela é diferente, Bobbi. Sinto-me uma iniciante. - a ruiva confessou.

- Claro que sim! Você nunca amou. Lembro-me de quando conheci Hunter, e das sensações novas que ele me trouxe, especialmente no sexo. Sexo com amor é algo indescritível, você não concorda? - a loira comentou.

Natasha sentiu-se empalidecer naquele momento. Era bem verdade que não tinha pressa em fazer as coisas com Carolina, mas no quesito sexo, sempre fora rápida e determinada em seus desejos.

- Você ainda não transou com ela, não é mesmo? - Bobbi foi certeira.

- Eu não sei como fazer isso. Sexo para o nosso povo é diferente. Eu tenho certeza de que Carolina nunca esteve com alguém, e gostaria de fosse especial. - Nat se defendeu, cabisbaixa.

- Você a ama? - Bobbi questionou.

- Eu a amo mais do que a quantidade de água do oceano. - a ruiva respondeu, com os olhos brilhando.

- Então se existe alguém que pode tornar isso especial, esse alguém é você. Não fique planejando, só faça. Mas se está tão nervosa assim, por que não prepara algo? - a loira disse, erguendo a sobrancelha.

- Pelos deuses Bobbi, você é um gênio! Já sei o que fazer, e você vai me ajudar! - Natasha saiu correndo pela praia, puxando a amiga!

- Por que eu não me calei? - Bobbi suspirou, antes de sair correndo atrás da ruiva. - Você poderia pelo menos me deixar participar!

Inner Circle - Season IOnde histórias criam vida. Descubra agora