Inner Circle - Season I

Capítulo 40. Blood Mary.

Música do capítulo: Castle - Halsey ( The Huntsman: Winter's War Version)

Link da música: https://open.spotify.com/track/6ZiugV6tjgjnoQkImGitvI?si=yMdcLdLAREGvHZ8jIHfrcg

Author's POV.

(Dêem play na música)

O som dos saltos finos batendo contra o mármore era a única coisa que escutava dentro do salão. A seda do vestido negro com detalhes dourados revelava o poder detido por aquela que o vestia. Havia sido feito para uma rainha.

Em sua mão esquerda, ostentando o anel do soberano no dedo indicador, dava ênfase ao poder que possuía.

Seus longos cabelos negros, seu rosto perfeitamente esculpido e sua pele angelical indicavam que havia nascido para estar ali, havia nascido para governar. E sempre esteve disposta a passar por cima de quem fosse para suceder em seus desejos. Possuía a força de seu pai.

Conforme caminhava dentro da sala do trono, todos em seu caminho prestavam às devidas reverências, até mesmo seu marido, o rei consorte, Francis.

Quando finalmente sentou-se em seu trono, ouviu o grito de seus súditos a saudando.

- ''Deus salve a Rainha!'' - disse um deles, sendo acompanhado pelos outros.

Sim, sua rainha estava ali. Rainha Mary Tudor I, The Blood Mary.

A corrente de ouro, com um pingente em forma de cruz cravejado de rubis denunciava a religião da rainha. Era católica, e não hesitaria em defender aquilo que acreditava. Passaria por cima de qualquer pessoa, família ou não.

- Duque de Norfolk, a que devo a honra de sua presença? - a rainha questionou.

- Perdão pela solicitação de última hora, Vossa Majestade, mas é com muita tristeza que trago a notícia de que navio de minha filha, Lady Carolina, naufragou, e apesar de seus amigos e marinheiros terem sobrevivido, não há sinal de Carolina. - o duque falou, pesaroso.

- Você está me dizendo que a minha possível herdeira morreu? - Mary levantou-se do trono.

Lady Carolina era filha do Duque de Norfolk, Nicholas Fury Danvers. Devido ao fato da Rainha Mary e do Rei Francis não terem filhos, o Duque era o favorito para ocupar o trono, tornando Carolina uma possível herdeira da Inglaterra. Além disso, Mary e Carolina eram amigas próximas, haviam crescido juntas, e Mary nutria um grande carinho pelo loira. Era a sua pessoa favorita em toda corte, uma pessoa que confiança, com que dividia a sua fé.

A mera ideia de Carol estar morta fez com que Mary se desesperasse e tomasse medidas drásticas.

- Lord Quill, reúna os seus melhores homens e parta atrás de Lady Carolina. - Mary ordenou, mas antes que Quill pudesse se pronunciar, a filha mais velha do Duque, Margareth, conhecida como ''Peggy'', se pronunciou.

- Com todo o respeito, Vossa Majestade, mas talvez fosse melhor mandarmos os marinheiros e amigos de Carolina para procurá-la, afinal eles sabem por onde começar a procurar. Eu me ofereço para ir com eles, e se Carolina estiver viva, trazê-la de volta. - Peggy falou, um pouco preocupada.

- Talvez seja melhor mesmo que nós fossemos no lugar de Lord Quill, uma vez que o mesmo não tem tanta experiência marítima assim, e pode se perder. - foi a vez de Lord Scott Van Dyne se pronunciar. Ele e sua esposa Hope, eram grandes amigos de Carolina.

- Pois muito bem, podem ir. Mas quero deixar bem claro que sei que Carolina está viva, e eu quero que a tragam de volta, por bem ou por mal. - Mary disse, sentando-se novamente em seu trono e fazendo o estômago de Peggy revirar.

Após prestarem as devidas reverências, Peggy, Scott e Hope saíram da sala do trono, indo em busca de seus outros amigos que também estavam a bordo da embarcação. Porém, antes que conseguissem sair do palácio, o Rei Francis surgiu em sua frente, os fazendo para.

- O carinho que sente por Carolina está nublando às percepções de minha esposa, mas não às minhas. Sei o que estão escondendo algo, vão me falar, ou terei que ser mais persuasivo? - Francis disse, em tom de ameaça.

- Meu Senhor, não estamos escondendo nada, só nos preocupamos com a segurança de Lord Quill e com as esperanças da Rainha. - Scott respondeu, de forma plena.

- Muito bem, mas cuidado, a Rainha não gosta de ser contrariada. - Francis advertiu, saindo em seguida.

- Nos preocupamos com a segurança de Quill? Ficou louco Scott? Você o odeia tanto que poderia jogá-lo no mar com uma pedra no pescoço. - Hope falou, espantada.

- De fato, e me arrepia a espinha pensar que Mary deseja o casamento de Carol com este imbecil. - Scott confessou.

- E então, por que essa mentira? - Peggy questionou.

- Eu andei pesquisando o mapa de onde naufragamos, e parece-me que fica perto de uma parte da Irlanda pouco explorada, onde há relatos de tribos pagãs que praticam...- a frase morreu na boca de Scott.

- Bruxaria. - Hope e Peggy pronunciaram juntas, aterrorizadas.

Todos conheciam a história de Mary e o apelido "carinhoso" que a mesma possuía. A chamavam de "Blood Mary" por ser uma católica fervorosa que declarava guerra contra aqueles se religião diferente, inclusive contra a sua própria irmã, Elizabeth, que era protestante.

O trio sabia que se a rainha descobrisse que havia uma parte da Irlanda habitada por pagãos, ela não hesitaria em mandar o seu exercício destruir e queimar tudo e todos pelo caminho, apenas para garantir a sobrevivência da fé católica.

Tinham consciência de que deveriam guardar segredo, ou a vida de muitas pessoas estaria em risco.

Entretanto, o que eles não sabiam é que enquanto tentavam falar o mais baixo possível, havia uma pessoa atenta a toda conversa, com um sorriso perverso no rosto: Lord Peter Quill.