Inner Circle - Season I

Capítulo 46. Você sabe como fazer.

Author's POV.

Ao chegar em sua tenda, algumas horas mais tarde, Natasha se deparou com uma cena que fez o seu coração aquecer. Carolina estava deitada, enrolada em seus lençóis, e em sua mão segurava uma das blusas de treino da ruiva. Queria sentir o seu cheiro.

Natasha se aproximou, sentando-se na cama, e gentilmente passou seus dedos por entre os cabelos de Carolina, em forma de carinho.
Lentamente a loira abriu os olhos, que estavam quase em tom de mel, o que faz Natasha suspirar.

- Perdoe-me, eu não queria te acordar. - a bruxa se desculpou.

- Não acordou, eu só estava tentando me concentrar no seu cheiro. - Carol respondeu, causando um sorriso em Natasha. - Eu senti a sua falta.

- E eu senti a sua, mas agora eu estou aqui. - a ruiva falou, deitando-se ao lado da loira, que automaticamente se aninhou em seu pescoço.

- Carol? - Natasha chamou.

- Sim? - a loira levantou a cabeça para olhar para a mulher.

- O que você e a Valkyrie tiveram? - a ruiva perguntou emburrada, fazendo Carolina sorrir largamente.

- Ah...nada demais, nós só demos alguns beijinhos. - a inglesa respondeu, fazendo a ruiva olhar torto para ela.

- "Só", Carolina? - Natasha falou, trincando o maxilar.

- Só, porque ninguém tem o direito de tocar o meu corpo, além de você. - a loira disse, beijando o pescoço da mulher ao seu lado.

Natasha lentamente foi se acalmando, e seus suspiros e gemidos passaram a ser mais frequentes, algo que fazia o corpo de Carolina vibrar. Descobriu que a sua maior fonte de prazer era ver a sua ruiva sentindo prazer.

Ficaram entre beijos e carinhos até as duas adormecerem, no colo uma da outra, sendo embaladas e protegidas pela noite. Depois de tudo o que passaram, ambas sentiam que nada poderia mantê-las afastadas.

Enquanto isso, do outro lado das tendas, Wanda vagava pela floresta, sendo rumo, apenas esperando que os deuses enviassem algum sinal para si, na tentativa de entender os seus sentimentos.

- Está tarde para andar pela floresta. - a voz de Sif se fez presente, despertando a ruiva de seus devaneios.

- O que está fazendo aqui? - Wanda perguntou, assustada.

- Você sabe o que eu estou fazendo aqui. - Sif respondeu, tocando a mão da mais nova. - Ela está feliz, todos estamos.

- Sim, todos estamos. Mas porque não consigo fazer parar de acontecer? - a mais nova falou, sentando-se no chão.

- Tem piorado? - a morena perguntou, repetindo o gesto da amiga.

- Cada dia mais, e eu não entendo. Depois daquela noite, eu achei que pararia, que eu conseguiria ao menos dormir. - Wanda disse, para então confessar - Eu estou com medo.

- Eu também estou. Eu não imagino ter que viver desta forma, mas eu sinto a sua dor. - Sif disse, abraçando Wanda.

- Creio que não há mais nada que possamos fazer. Mas Sif, você tem que cumprir a sua promessa. - Wanda lembrou.

- Eu não sei se estou preparada para isto. - confessou.

- Precisa ser você, eu não vou estar aqui. - a ruiva disse, antes de derramar uma lágrima.

- E como eu vou fazer isso? - Sif questionou, segurando as lágrimas.

- Você sabe como fazer, eu lhe ensinei. - a ruiva sorriu, tocando a face da outra mulher, e colocando o punhal em suas mãos, antes de se levantar e sair.

Sif permaneceu sentada, observando a natureza sob a luz da noite, e pensando. Faria tudo por Wanda, não só por dever a sua vida à ela, mas porque entendia o que estava acontecendo e as razões por trás daquilo. Porém, não conseguia evitar de sentir dor, não conseguia evitar de chorar.

Mas talvez o seu maior pesar fosse não conseguir evitar o que estava por vir.