Capítulo 7

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A caminho de Londres, Sarah refletia sobre sua lua de mel. Tinha vivido um sonho ao lado de Thomas. Ele fora carinhoso, atencioso e juntos desfrutaram momentos de pura luxúria. Passaram grande parte do tempo dedicados aos projetos de planejamento agrícola, assim como nos planos da fábrica de maquinários. James aceitara a sociedade satisfeito e apresentara novos projetos, que revolucionariam a agricultura de Suffolk.

Em perfeita harmonia, Thomas e Sarah passaram uma semana surpreendente, nem mesmo em seus sonhos poderia imaginar que estar casada fosse tão perfeito. Seu marido resolvera viajar durante a madrugada, queria que chegassem a casa a tempo para o café da manhã. Sarah estava ansiosa para conhecer o novo lar.

Thomas estava adormecido com os projetos de James no colo. Ela os recolheu com cuidado e apagou a vela da carruagem quando os primeiros raios da manhã entraram pela janela.

— Acorde, querido, estamos chegando.

Os odores de Londres invadiram o ambiente e, à medida que a diligência avançava pelas ruas, a ansiedade de Sarah aumentava; estava prestes a iniciar uma nova vida. Ao abrir os olhos, Thomas bocejou, vendo que ela refazia o nó de sua gravata.

A lady franziu o cenho ao perceber que a carruagem não parou em Mayfair e que, em vez disso, seguia direto, afastando-se do Hyde Park.

— Não aluguei uma casa em Mayfair. — Tocou a mão da esposa. — Pensei que, quando me tornasse marquês, você, assim como eu, não gostaria de viver em Hervey House. Espero que não se incomode de não ter a vista do Hyde Park, pois terá seu próprio jardim.

Apesar do alívio, Sarah ainda estava confusa. Thomas continuava a acariciar seus dedos com um sorriso travesso. Nunca o vira daquela maneira. Recostou-se no ombro dele enquanto observava as ruas de Londres cobertas por suave neblina.

Logo que a carruagem entrou pelos portões que davam acesso a um enorme jardim, ele bateu no teto da carruagem. Ajudou Sarah a descer e jogou o xale em seus ombros. Era primavera e, apesar do frio, as cores coloriam toda a paisagem. De onde estavam era possível avistar uma imponente construção ao fundo, mas os arcos de folhas e flores impediam a visão da casa. — Espero que não se incomode de caminhar um pouco, lady Hervey. — Tomou-lhe a mão com carinho. — Quero lhe apresentar seu novo lar.

— Thomas, isso é incrível. — Sentiu-se tomada por uma emoção esmagadora.

Os pássaros pareciam saudar os novos moradores e o aromas das flores lembravam os jardins de Lilleshall.

— Temos um lago que congela no inverno, podemos patinar. — Ele a abraçou enquanto caminhavam. — Este é o presente de casamento de lorde Granville.

— Ele realmente tem muito apreço pelo senhor.

— Não, querida. Este é o presente dele para você. — Abraçou-a. — Ele sabia que não seríamos felizes em Hervey House e nos presenteou com uma casa onde podemos construir nossa própria história. Bem-vinda a Groove House.

— Seremos muito felizes aqui, meu amor. Tenho certeza de que será capaz de me amar e corresponder aos meus sentimentos. Nossa lua de mel...

Thomas se afastou e Sarah pôde perceber seus ombros tensos.

— Não sou dado a sentimentos, lady Hervey. Mas acredito que passaremos momentos agradáveis aqui.

Sarah se arrependeu do comentário que fizera. Seu marido se transformara novamente, perdera toda leveza que desfrutaram após o casamento. Ele estendeu o braço para que ela segurasse, mas não a encarou. Apesar do olhar contemplativo, admirava a paisagem sem dizer nenhuma palavra.

A Marquesa (Repostando)Onde histórias criam vida. Descubra agora