Capítulo 3

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Arthur 

Acordo com uma dor de cabeça muito irritante.

Merda!

Acho que passei dos limites um pouco ontem na bebida.

Sinto um corpo quente perto de mim, olho para o lado e vejo uma das contratadas do buffet nua na minha cama.

Sento na cama tentando processar os acontecimentos da noite anterior.

As lembranças voltam com força total.

Minha dança com Sophia, eu a procurando pela festa e o Lucas tirando sarro falando que ela foi embora com aquele tal de Miguel, o primo bonzinho e legal dele.

Depois disso só me lembro de beber todas, chamar a garçonete para ir embora e acordar agora. Nem de fazer sexo com ela eu me lembro, mas devo ter feito ou não teria embalagens de camisinhas vazias no chão.

— Não precisa ficar com essa cara de enterro, bom a não ser que você seja comprometido, ai você precisa ficar sim — diz uma voz doce ao meu lado.

Me viro encarando a moça enrolada em um lençol, ela me da um sorriso sonolento.

—Eu... Hum...

Fico sem saber o que falar. Não lembro nem seu nome.

— Você deve estar com uma ressaca daquelas, bebeu todas ontem, não deve nem lembrar seu nome, quem dirá o meu — ela ri descontraída. — Me chamo Amanda, é um prazer te conhecer sóbrio, Senhor...

—Arthur, meu nome é Arthur. Olha Amanda, sobre a noite de ontem...

—Não precisa falar nada, nós dois estávamos precisando daquilo. Eu estava com tensão demais na minha vida e você com dor de cotovelo, foi bom aliviar um pouco disso com sexo, para ambos. — Fala enquanto se levanta, sem se preocupar com sua nudez.

—Sim, acho que foi bom ­— falo sem muita certeza, afinal minha mente esta uma bagunça.

—Sabe Arthur, eu acho que seu problema é bem mais fácil de resolver do que o meu. — Diz enquanto pega sua mochila que estava guardada em um canto.

—Como assim?

— Você está sofrendo por amor, e pelo que entendi, é correspondido. Então a minha pergunta é: O que você esta esperando para ir atrás dela?

Me levanto um pouco incomodado com o assunto. Acho que além de beber mais do que deveria, também falei demais.

— Não é tão simples.

—Não é tão simples ou você dificulta?

—Eu sinceramente não sei — sou honesto.

Ela me da um sorriso compreensivo e a observo bem. Ela é nova, teve ter no máximo 20 anos, tem um rosto sapeca, mas um olhar de alguém que é muito mais maduro do que sua idade diz.

—Acho que estou em desvantagem aqui, pois você sabe tudo sobre o meu "problema" e eu não lembro de nada do seu.

Amanda solta uma gargalhada antes de responder.

—Você não lembra porque não te contei. Digamos que ontem foi mais sobre ouvir as suas dores do que as minhas.

—Me desculpe, devo ter sido uma péssima companhia.

— Já tive piores, pode ter certeza.

Encaro o relógio na minha cabeceira e fecho os olhos contendo um gemido.

Estou atrasado. De novo.

O almoço de domingo na casa da minha avó é uma lei absoluta, não posso nem sonhar em faltar.

Desejo Inevitável - Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora