Arthur
Repasso minha conversa com a minha mãe.
Ela está certa na maioria das coisas que disse, já magoei muito Sophia no passado, não quero magoar novamente.
Só eu sei o quanto me senti culpado e o quanto fiquei triste quando ela parou de falar comigo, foram os piores meses da minha vida. Demorou muito até ela voltar, nunca quero passar por isso novamente.
Sei que fui errado, ainda lembro com detalhes de tudo que aconteceu.
Há cinco anos atrás éramos dois adolescentes cheios de tesão, Sophia era uma menina com corpo de mulher e eu já tinha uma quedinha por ela, e uma grande admiração pelo seu corpo. Acabou acontecendo, perdemos nossa virgindade um com outro, foi maravilhoso e resolvemos tentar algo escondido, sem alarmar nossa família para o que tinha acontecido, ficamos assim por dois meses.
Até que meu pau falou mais alto do que o meu respeito.
Eu a trai com uma menina da escola.
Sophia nos pegou no flagra em um dos banheiros da escola, ela ficou sem falar comigo por um bom tempo, só depois de muita paciência e esforço resolveu me perdoar.
A atração e o sentimento que tenho por ela só aumentaram com o tempo, mas o medo de perde - lá foi maior.
Desisti da Sophia mulher, para ter a Sophia amiga. Antes isso do que não ter nada dela.
Me arrependo até hoje pelo que fiz. Se tivéssemos nos envolvido agora, com a maturidade que tenho, nunca teria a traído, mas agora é tarde!
Estou tão concentrado nos meus pensamentos que não vejo a hora que a porta se abre, e Sophia entra.
— Desculpa, não sabia que você ainda estava aqui. Seus pais já foram embora — ela está sem graça.
— Se você soubesse, não teria vindo? Tem me evitado o dia inteiro.
— Não estou te evitando.
— Imagina, o único que tem sua atenção é o bondoso Miguel, falando nele, cadê que não está atrás de você?
— Já disse que não estou te evitando e não fala com ironia do Miguel, ele realmente é um ótimo moço. E não que seja da sua conta, mas ele já foi embora, na verdade todos já foram, você se trancou no quarto, sabe que horas são?
— Nossa, que defesa!
— Arthur — repreende.
— Desculpa!
Respiro fundo, essa conversa não está indo nada bem.
— Ontem você foi embora cedo, nem se despediu de mim. — Mudo o rumo da conversa.
— Estava com dor de cabeça, resolvi ir embora, não me despedi porque você estava dançando com a noiva, não ia atrapalhar — ela morde o lábio.
Porra!
Esse movimento me chama a atenção.
A atração que tenho por ela nunca passou e duvido que um dia passará.
Estar em um lugar fechado, sozinho com a Sophia não é uma boa coisa.
Ela me encara e eu sei que está sentindo a mesma coisa que eu.
A confusão dos meus pensamento e sentimentos se misturam com a necessidade de ficar perto dela e eu não luto contra isso, não mais.
Vou em sua direção e ela permanece parada, quieta no canto como se esperasse eu tomar alguma atitude, e é isso que eu faço.
Encosto nossas testas juntas e colo seu corpo no meu, mantendo minha mão apertando sua cintura.
— Não deveríamos estar fazendo isso — sua voz soa rouca.
Grudo seu corpo ainda mais no meu, tentando espantar suas dúvidas.
—Eu sei, mas não consigo mais me segurar — mordo seu pescoço.
—Arthur — geme.
—Sabe, todo esse tempo estando perto de você e não podendo te tocar, te beijar, isso vem me deixando louco! Parece que toda mulher com quem eu fico é em você que estou pensando, é você que quero. Não aguento mais isso princesa, eu quero você, me dá mais uma chance de provar que posso ser o cara certo, quero mudar, por você, só por você.
Saí assim, sem que eu possa segurar, tudo que está acumulado e enterrado em mim, eu a quero, porque negar? Vale a pena a perder para outra pessoa quando o que sentimos ainda está tão vivo em nós.
Ela se afasta e me encara.
Sei que soltei tudo muito rápido, mas já não aguento mais, eu a quero, sempre quis, estou disposto a mudar para a ter de novo na minha vida.
Sophia não diz nada, apenas sela os nossos lábios, e é aí que eu sei que tomei a decisão certa.
Depois de anos finalmente estou em paz, estou com a pessoa que eu quero!
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Desejo Inevitável - Degustação
RomancePara quem leu Coisas do amor, está é a historia de Arthur e Sophia, e o primeiro livro da trilogia Irmãos Vernier. Todos os livros são independentes e podem ser lidos separadamente. Plágio é crime, então por favor, colabore.