Apenas um Desejo Latente (Uncontrolled Guys Series Book 1)

Capítulo 12

Quando chegaram em casa, Peter parecia querer se esconder de todas as formas e Amanda percebeu todas as ações dele de escapar de sua presença e de uma possível conversa de irmãos com a qual sempre estavam acostumados a estar.

Bom, Amanda podia estar se fingindo de cega pelo fato de que seu irmão parecia estar cauteloso demais para não transparecer demais a sua mudança de comportamento, bem como toda a atmosfera tão estranha que era evidente quando estava muito próximo à Tyler Carter. Não precisava de muita explicação e muito menos queria demais de Peter a ponto de uma entrevista invasiva que trouxesse à claro tudo o que estava se passando com ele; não era isso. Seu irmão era muito fácil de ler, a ponto de algo lhe chamar atenção. E era exatamente como ele parecia estar, como estava agindo e principalmente como uma barreira havia sido levantada entre eles; barreira provavelmente levantada pelo medo de Peter em ser julgado e deixar de agradar até mesmo à ela.

Sabia o quanto Peter parecia se importar em agradar as pessoas, mesmo com todos os comentários referentes a sua personalidade, ainda que ninguém tenha efetivamente observado com clareza isso, principalmente as pessoas externas à ele, mas sua imagem como o simpático, agradável, carinhoso e bem humorado, parecia ser algo muito importante e necessário, principalmente considerando o seu trabalho como modelo de destaque e representante de causas sociais; o desejo de agradar parecia como uma necessidade gritante e isso era ocorrente desde que era adolescente. Peter parecia querer sempre estar no foco das pessoas mais corretas, visíveis, de respeito e aparentemente agradáveis, a ponto de ser usado como exemplo à outras pessoas que ousassem fazer uma comparação. A sua imagem era sua maior arma e sua melhor defesa contra qualquer ponto sobre ele, que mesmo com fundamento existente, seria realmente questionado. Várias vezes havia sido considerado cidadão ilustre de Londres e direcionando às pessoas todo o brilho de uma simpatia que sabia que poderia não ser tão verdadeira, mas partia de um ponto importante dele, da personalidade dele em ser sempre amado. As raízes disso poderiam sim estar em um passado que ambos queriam esquecer e ela sabia muito que isso tinha efeitos ali, porque Peter não queria ser julgado, talvez não queria ser chamado atenção e também, não queria estar no foco de uma chamada de atenção dura e crítica em igual proporção por parte dela.

Mas ela tinha que fazer isso, o rumo que as coisas pareciam caminhar não agradavam toda a análise que Amanda fazia, principalmente considerando que tudo se configurava em um distanciamento entre eles ─ que estava sendo existente ─ Amanda não queria ficar longe da vida de Peter, o simples pensamento sobre isso parecia ser tão estranho e desconhecido a ponto de sufocar. Em toda a vida pareciam estar unidos por um laço forte, algo tão potente e que fortalecia cada mais o conhecimento sobre eles e entre eles. Olhava todo o medo e distanciamento de seu irmão, com um nó na garganta, como se ele estivesse escondendo coisas importantes dela; coisas que no passado, nunca esconderia e simplesmente chegaria, logo depois de acontecer, esclarecendo todos os pontos, como forma que trabalharem juntos aquilo.

Amanda tinha toda a certeza que tudo incluía Carter e isso não despertava nenhum tipo de ciúme ou possesividade nela, o que despertava era somente um desconforto pelo fato de que Peter parecia esconder algo, parecia esconder uma sequência de acontecimentos que talvez fossem importantes ou desgastantes para ele, porque não tinha sentido estar tão nervoso, com medo e apreensivo no seu dia a dia, como se alguma situação pudesse modificar todo o seu estado de equilíbrio e que somente estivesse restando ali, um menino medroso com medo de compartilhar, com a irmã, todos os possíveis fatores que estavam provocando isso.

Peter não era assim, mas existia uma questão a ser considerada ali e era o fato de que não poderia ser invasiva com seu irmão mais novo, muitos menos tinha o dinheiro de obriga-lo a falar, sendo que poderia não estar confortável à ele toda a situação. Porém, Amanda conhecia suficientemente Peter para saber que uma pergunta poderia dar à ela muitas outras respostas e que uma simples manobra de conversa em perguntas objetivas ou talvez sugestivas o fariam observar que estava toda a situação suficiente boa para esclarecer pontos importantes; não era que quisesse ter controle sobre seu irmão, longe disso, no máximo poderia se configurar em uma estratégia de protegê-lo, mas bem mais, para ajudá-lo.