Apenas um Desejo Latente (Uncontrolled Guys Series Book 1)

Capítulo 13

Tyler estava perseguindo algo; algo que não estava claro para Peter, mas era embaraçoso como o inferno ter que lidar com toda a proximidade, convivência e depois de tudo, com ele sempre ao seu lado desmanchando o seu juízo.

Entender a situação para defini-la parecia uma capacidade tão longínqua e inalcançável, mas realmente necessária. Naquele momento, necessária, até mesmo, para a estabilidade de Peter que parecia perdida em um universo alternativo sem possibilidade alguma de retornar. Poderia culpar-se a todo custo pela sua ineficiência em permanecer rígido e inacessível perante Carter, bem como às suas mãos, boca, corpo e afins, mas estava cada vez mais complicado lidar com algo que parecia maior que a vontade de protestar contra. Não tinha poder algum sobre ele quando estava perto daquele homem, como se Carter tomasse conta de todas as suas ações e reações e modelasse cada uma delas à seu gosto e vontade.

Peter não era assim. Pesasse que era o garoto mais inacessível de Londres, os quais homens gays com autoridade, dinheiro e poder desejavam e queriam na sua cama, e isso fosse um fator realmente importante para todo o seu ego supervalorizado. Esse caráter tão inacessível instigava muito mais esses homens chegarem até ele com propostas e convites realmente excitantes, que pareciam somente fortalecer a teoria de que todos estavam aos seus pés, mas ocultava um outro fato e era o de que ele não estava imune a estar em algo totalmente estranho, com um homem que odeia, que nem chega aos pés de todos os outros que já passaram em sua vida, mas que sabe apertar os botões corretos nele.

Era totalmente estranho ter que entender qual era o ponto chave de toda a sua atração fora do normal por Carter. Ele não tinha nada de novo, a não ser uma arrogância que realmente era superior a sua, mas mesmo assim, isso não era o que atraía Clarke. O fato era, com ele, Peter sentia-se adorado, desejado, mimado, importante e satisfeito. E esse último não era somente por causa do sexo que faziam; não era só por isso. Carter parecia a todo momento querer satisfazer todas as vontades e necessidades dele a ponto de não medir qualquer obstáculo para conseguir isso ─ mesmo que a palavra obstáculo não fosse considerada por ele ─ e era fodidamente estranho tê-lo tão perto da forma que estavam.

Era tão aditivo estar no foco da atenção daquele homem.

Peter era extremamente egoísta para muitas coisas, mas estava percebendo que era bem mais quando o assunto era Tyler Carter, porque se sentia o centro do universo dele ─ Peter sempre quis ser o centro do universo de alguém ─ e era assim que estava na vida do homem, da forma que sempre quis, ainda que prezasse por manter-se bem longe da vida dele, mas Carter parecia puxá-lo com muita força para dentro, a ponto de desfazer todas as suas defesas de manter pelo menos sua mente a salvo, mas era tão complicado, porque um questionamento parecia assaltar seu equilíbrio mental.

Teria essa mesma sensação se fosse com outro homem?

A resposta era totalmente desconhecida por ele, mas considerando uma parcialidade sua, essa sensação estava completa por que era Carter. Era uma sensação única, como se tudo nele fosse importante para aquele homem, como se nada existisse ao redor e a todo momento Carter estaria ali com aquele olhar rigoroso, frio e ao mesmo tempo aterrorizante de desejo.

E estava.

Aquele olhar já era tão familiar para Peter, que já estava acostumado com aquele frio no seu interior e com aquela corrente elétrica percorrendo a sua espinha dorsal e sua mente apagando no exato momento em que aquelas mãos grandes e fortes chegavam à sua cintura atraindo seu corpo ao dele ou até mesmo castigando o local, como ele sempre fazia.

Não queria acostumar-se com Carter. Era o seu maior medo, porque sabia que o dano mental com relação à isso seria quase catastrófico na sua vida, mas como nada estava sob o seu controle, ali estava ele, totalmente envolvido com Tyler Carter, sem forças e coragem para pedi-lo que desista e vá embora ─ ainda que isso nem passasse pela mente de Peter ─ mas era uma alternativa, ainda que Peter estivesse extremamente viciado por Carter, como se ele fosse uma droga forte. Ainda sim, seu otimismo ainda acreditava em salvação, mas estar perto dele não ajudava em nada. Bom, estar a grande parte do tempo com Carter parecia descontruir, na sua cabeça, todos as possíveis protestas de manter em contato consigo mesmo, principalmente considerando o seu esforço de manter pelo menos isso em sua vida, mas a dificuldade à sua frente era maior que sua capacidade de lutar contra ela, principalmente quando o homem parecia não conhecer o significado de espaço pessoal.