Capítulo 23

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Os olhares foram diretamente em Peter, assim que ele entrou na passarela.

O rosto sério, altivo, aristocrático, mostrando sua beleza em meio a uma peça que somente conseguia finalizar todo um conjunto nos mínimos detalhes, ressaltando a adequação da linha de Carter aos padrões modernos da moda.

Ninguém podia negar o óbvio, Peter Clarke sempre havia demonstrado ser a pessoa perfeita para o mundo da moda, principalmente quando tudo dizia respeito à uma beleza e simpatia tão aparente a ponto de representar não só uma esfera propriamente dita, mas conseguir estar nas mais diferentes realidades e se manter imperante com talento e uma humildade, que para muitos não era nenhum pouco questionável. Ainda que os críticos europeus não se preocupassem muito com esse quesito, principalmente quando se destinava aos modelos, até porque dificilmente conseguiam um brilhantismo a mais somente por desfilar. Isso difícil acontecia, principalmente considerando que desfilar era algo básico diante de muitas outras coisas, e sempre havia funcionado dessa forma, os modelos deveriam ser apagados diante das peças que estavam usando. Nada mais eram que manequins andantes que deveriam ser ofuscados, sendo somente um detalhe desconsiderável em meio à algo grandioso ─ o que muitos eram ─ mas Peter havia trilhado o caminho oposto, ele não era somente um modelo que havia estado nos melhores desfiles e em ocasiões importantes sendo bastante visível, era muito mais que isso. Era um empresário do mundo da moda, alguém que estava nas maiores colocações do empresariado europeu, conquistando nomeações em organizações mundiais e sendo o nome mais falado em toda a Europa.

Com relação ao mundo da moda, as novidades eram semelhantes e muitos críticos haviam notado que quando ele estava à frente de uma linha ou qualquer coisa que simulasse a apresentação de um produto desta indústria, tudo parecia ser alavancado muito rapidamente, como se os grandes estilistas dependessem dele para que a evidência e a visibilidade de suas obras fossem realmente conquistadas. Como se o mundo da moda sofresse uma mudança conformacional e deixasse de ser existente a linearidade que sempre havia existido e feito muitos se acostumarem com tal percepção. Não havia nada de novo no que ele fazia, somente conseguia andar em uma passarela mostrando uma peça que provavelmente conseguiria ser avaliada de forma positiva ou negativa por um bando de críticos, afiados no conhecimento sobre a moda, continuando uma sequência de circunstâncias que culminariam no fim de um desfile e aprovação por toda a comunidade. No entanto, isso realmente não acontecia, não quando a pessoa em questão não conseguia somente mostrar a peça que ele estava vestindo e sim todo o conjunto que fazia aquela peça fazer sentido. Os críticos podiam sim estar se deixando levar por algo além do foco, mas era fato que Peter Clarke conseguia dar sentido as peças com as quais aparecia vestido. Sempre foi fato que os modelos davam sentido, até porque eram eles que vestiam, mas existia a questão de serem ignorados porque para nada eram importantes. Poucos conseguiam atrair olhares para todo o conjunto e necessitava realmente muita beleza e competência para o mesmo.

Era inegável que a beleza de Clarke sempre havia chamado a atenção de todos ditado por muitos que era isso o mais importante por ele ter todo o êxito e sucesso que tinha no mundo da moda. Era um empresário mais bonito e jovem de Londres, ainda que na realidade o empresariado era dominado por homens bem mais velhos, com ar de autoridade e controle que não ousava ser quebrado. Isso deveria ser um ponto referencial para que tal perspectiva continuasse vigente, mas não era assim. Ele sabia realmente desfilar, como se dominasse a passarela de uma forma aparente a ponto de tudo concorrer para a beleza que todos pareciam esperar, esta não só física e sim nos mínimos gestos que eram prescritos em rubricas para os modelos, mesmo que isso realmente não existisse, até porque o treinamento deles não envolviam outras normas que simples rubricas que eram usadas em ritos. O andar dele era firme, decidido, bem treinado e aristocrático. Sua postura era simples, como de todos os outros, mas mesmo assim conseguia ser bem melhor por toda a altivez que dele parecia emanar, como se estivesse sido treinado por reis e rainhas em meio a normas de etiqueta destinados aos membros da família real, que na perspectiva de se manterem superiores inclusive em modos, pareciam demonstrar isso com muita clareza. Muitos diziam que Peter Clarke poderia ter parentesco com membros da família real britânica, mesmo que nunca havia sido nada confirmado por ele, mas as suspeitas sempre haviam estado nas grandes revistas de fofocas, comprovando muitas semelhanças e comprando muitas polêmicas. Bom, talvez fosse realmente uma teoria de ser levado em conta, até porque o conde de Oxford, Augusto d'Ellegent estava sentado com sua mulher e filha, Liza Whitman d' Ellegent bastante cordiais e sorridentes à todos que pareciam passar perto deles a cumprimentá-los.

Apenas um Desejo Latente (Uncontrolled Guys Series Book 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora