Peter não conseguia descrever a sensação tão completa e singular que dominou seu ser quando entrou no salão, na qual todos pareciam bastante envolvidos uns com os outros, mas, naquele momento, todos os olhares indo em sua direção e de Carter, sendo completada pelo som de aplausos tão demorados e tão agradáveis a ponto de um sorriso realmente sincero, ainda que isso raramente acontecesse, surgir no seu rosto, a ponto de não saber ofuscá-lo.
Seu rosto voltou-se para o homem ao seu lado, que já estava lhe olhando, com a aquela mesma intensidade, daquela mesma forma ─ fixo e profundo ─ fazendo seu interior ficar quente, agradável, absolutamente desconhecido para ele mesmo. Conseguia ver um brilho cintilando nos olhos dele, como se estivesse bem com tudo aquilo, como se estivesse bem estando ao seu lado, como se estivesse bem estar olhando tão fixo seu rosto e de uma forma tão forte, bonita e extremamente excitante.
Talvez estava, qualquer coisa entre eles naquele momento parecia ser enaltecida, tudo ao redor deles havia sido apagado muito rapidamente.
Aquele olhar escuro e intenso, conseguia fazer uma corrente elétrica tão forte correr a espinha dorsal do garoto, arrepiar seu corpo, suas pernas perderem a capacidade de se manter estáveis e seu coração acelerar tão rápido a ponto de não querer que a mescla de sensações fosse interrompida dessa forma.
Peter podia sim queixar-se que seu corpo reagia estranho à Carter e que isso para nada era algo confortável, mas não podia negar que eram as melhores sensações que ele podia experimentar na vida, a verdade seja dita. Sabia que isso era a pior debilidade que poderia demonstrar em sua vida e que tudo eram efeitos de um descontrole que deveria ser suprimido, principalmente quando se dignava a estar muito perto dele.
Estar perto dele era sinônimo de turbilhão de sensações, principalmente quando estava no foco do olhar mais duro, intenso, profundo faminto, excitante, necessitado e principalmente de descontrole que ousava tentar codificá-lo, mas parecia ser uma tarefa extremamente difícil, principalmente quando perdia-se naquelas órbitas escuras do olhar dele, como se quisesse ler sua alma e sua intimidade, ainda que já soubesse de muitas coisas, ou pelo menos o suficiente sobre tudo o que se passava na sua vida. Peter conseguia sentir tantas coisas com um simples olhar, mesmo que aquilo não tivesse nada de simples, mas estava tão familiarizado com o olhar de Carter nele, que em todas as situações conseguia sentir aquilo preencher seu ser, realizar coisas no seu ser, estabilizar tudo e principalmente incendiar seu corpo de forma tão potente e ligeira que realmente se perguntava se ele tinha o controle sobre seu corpo tão facilmente assim.
Peter sentia-se bem, mais que bem. Totalmente realizado, como se tudo naquela noite estivesse direcionado para eles dois, mesmo que toda a situação apontasse para Carter, pelo menos em teoria sim, mas sabia que olhar daquele homem em sua direção, penetrando seu ser, dizia que ele também era importante. Não sabia como conseguia codificar isso em um simples olhar, mas Carter conseguia demonstrar isso muito bem, conseguia demonstrar que era importante, que era importante para ele. Poderia estar iludindo-se copiosamente, já que ele poderia estar apenas encenando aquilo como algo a ser feito para demonstrar comunhão entre eles, mas mesmo assim conseguia ver algo a mais, como uma afirmação de que era realmente importante e que ninguém ali era mais que ele.
A mesma sensação de satisfação e realização explodiu dentro de Peter, como se fossem fogos de artifício em pleno céu. Porra, amava aquela sensação; amava aquele olhar dele e principalmente amava aquele olhar em sua direção, mesclado com o calor de Carter que ousava dominar seu corpo sem muito esforço.
Sorriu para ele, recebendo o mesmo sorriso em troca.
Peter raramente via Carter sorrir. Seu rosto sério, autoritário e fechado para tudo conseguia ser a expressão mais cotidiana dele, talvez fosse devido seu trabalho e todos os mecanismos que ele tinha que manter no mundo empresarial, principalmente considerando que a indústria da moda era para nada um ambiente bastante agradável e calmo de se lidar, pelo contrário, conseguia ser bastante hostil e cansativo quando analisados a guerra de ações que existiam entre os empresários um querendo se sobrepor sobre outros. Podia existir, em momentos como desfiles, toda uma atmosfera de sorrisos, simpatia, cordialidade e outras coisas taxadas como normais, talvez fossem apenas uma capa que evidenciasse um levantamento de bandeira branca, mas escondendo bem mais outras coisas por trás; coisas que eram concernentes aos negócios, até porque sabia que a falsidade conseguia ser aparente em muitas pessoas nas quais seus olhos conseguiam ir sem muita cerimônia, bem como os sorrisos direcionados. Pesasse que a seriedade de Carter fosse mais por isso ou quando ousavam a discutir seriamente, Peter sabia que um sorriso que aparecesse no rosto daquele homem, em sua direção, conseguia ser o mais verdadeiro que poderia conseguir um dia, o sorriso dele era lindo, conseguindo iluminar muitas coisas no rosto dele, completar toda sua beleza. Peter lutou contra a vontade de se jogar contra ele e beijar sua boca tão necessitado, porque realmente estava dessa forma. Há poucos minutos, estavam se beijando e conseguia estar bem mais necessitado dele que antes disso. Talvez fosse natural. Não, não havia nada de natural nisso. Estava parecendo alguém doente por Carter e sabia bem mais que isso era fodido como inferno e que devia ser mais controlado que isso, ainda que ser controlado fosse uma capacidade longínqua e distante, da qual seu sistema parecia não ser tão atualizado para receber tal capacidade, talvez fosse um sonho seu, ser controlado, como conseguia ser perto de outras pessoas. E com Carter somente conseguia ser ele mesmo e isso, em todas as teorias e hipóteses, era assustador. Com muita força de vontade, mas queixando-se por dentro, desviou seu rosto de Carter indo diretamente nas pessoas, que ainda aplaudiam sua entrada. O sorriso era evidente na maioria dos rostos, em alguns a seriedade predominava, o que era realmente considerável diante da proximidade que todos tinham com Carter: quase nenhuma.
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Apenas um Desejo Latente (Uncontrolled Guys Series Book 1)
RomancePeter Clarke é o modelo inglês mais bem sucedido em toda a Europa. Um garoto mimado, dono de um comportamento extremamente egoísta e prepotente. Vive cercado pelos flashes das câmeras e estampado nas mais importantes revistas de moda da Europa sendo...