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Abri os olhos com dificuldade, sentindo algo fino e leve cair sob meu rosto

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Abri os olhos com dificuldade, sentindo algo fino e leve cair sob meu rosto. Eram cinzas de fogo, caindo do céu como neve e se espalhando por tudo ao redor.

Olhei para o lado e vi Kai deitado ao meu lado também, abriu os olhos e soltou um suspiro doloroso.

— Estamos mortos? — Perguntei.

— Eu acho que sim — respondeu com a voz falha.

— É o mundo prisão? — Me levantei, ajudando Kai.

— Sim — ele bateu as cinzas da roupa. — Odeio esse lugar.

Não respondi e segui ele pela rua deserta e silenciosa. As casas trancadas e vazias e o vento frio me fez sentir em um episódio de The Walking Dead, só que sem a parte dos zumbis.

— Aonde estamos indo? — Sussurrei para Kai.

— Para a minha antiga casa — ele sussurrou de volta.

— Você acha que seus irmãos vão gostar de mim?

— Por que se importa? Eles estão mortos mesmo.

— E se Bonnie não conseguir nos trazer de volta, também estaremos. Mas eu acho que o mundo prisão é melhor que o inferno.

— É porque você não passou anos presa aqui — me olhou, lembrando por trás dos olhos do passado. — O tempo não passa, depois de um tempo o lugar se torna a mesma coisa todos os dias, o mesmo jornal, a mesma previsão do tempo... Acordar de manhã se torna um sacrifício.

— Se estivesse com as pessoas que eu amo aqui, não seria um sacrifício.

— O lado bom é que se a gente morrer e ficar preso aqui, pelo menos vou estar com você — Kai me puxou sorrindo para um beijo.

— Esse futuro para mim está ótimo. — Sorri.

— Por que estamos sussurrando?

— Não sei — continuei sussurrando. — Acho que porque aqui é quieto demais, qualquer barulhinho se torna um eco.

Paramos em frente a uma casa branca, também trancada e silenciosa.

— Essa é sua casa? — Perguntei e Kai concordou. — Então tocamos a campainha ou...

Não pude terminar de falar quando a porta foi aberta e uma mulher com cabelos pretos e olhos azuis muito parecida com Kai, nos encarou com surpresa, sem tirar os olhos de Kai.

— Oi, maninha — Kai falou, sorrindo.

— Kai? — Ela perguntou, dando um passo para trás e apareceu uma garota e um garoto loiros atrás dela.

— O que faz aqui? — A loira perguntou com raiva. — Phas... — ela começou.

— Não! — Gritei, parando eles e ficando na frente de Kai.

— Quem é você? — A mulher perguntou.

— Eu sou Connie Forbes e viemos pedir a ajuda de vocês.

— Você é irmã da Caroline?

— Sim, e suas filhas são lindas — respondi, tentando ativar o lado emocional dela.

— As minhas filhas? Como elas estão? — Perguntou, com dor na voz.

— Podemos contar as fofocas depois? — Kai disse. — Não quero ficar morto por muito tempo e preso aqui.

— Você matou o Luke por poder, Kai — ela falou.

— É o que nós dois deveríamos ter feito, Jo. Somos gêmeos, o melhor deveria ganhar.

— Família não mata o irmão por poder. Não importa que a Convenção Gemini diga que sim, você não faz isso porque família é mais importante.

— As suas filhas terão que fazer isso um dia.

— Elas não são você.

— Elas têm meu sangue correndo nas veias, nosso sangue.

— Você não é mais meu irmão, por mais que o DNA diga o contrário.

Kai ficou em silêncio e deixou que eles o olhassem com desprezo.

— Meu nome é Connie — falei novamente, tentando quebrar o clima tenso.

— É, você já disse isso — a loira respondeu.

— Nós podemos entrar?

Jo pensou por alguns segundos, tentada a dizer não, mas por fim deu passagem e entramos.

Segurei a mão de Kai, vendo que ele estava estranhamente quieto, talvez magoado.

— O que acontece entre vocês dois? — Jo perguntou.

— Ah...

— Ela é minha namorada — Kai respondeu.

— É sério? — O loiro perguntou, como se fosse uma piada aquilo. — Ou você é muito burra ou muito mau caráter como ele.

— Não fale assim dela... — Kai andou até ele, mas o puxei de volta.

— Vai me matar como fez da última vez?

— Não queremos brigar — falei, apertando a mão de Kai. — Só queremos a ajuda de vocês.

— Com o quê? — Jo perguntou.

— O diabo, lateralmente, está em Mystic Falls, querendo levar todos ao inferno. O Cade ameaçou a Lizzie, sua filha, ele quer ela e a Josie — olhei nos olhos dela.

— Josie de Josette? — disse com lágrimas nos olhos.

— Sim — concordei, me aproximando.

— Mas como nós vamos ajudar?

— Bonnie e suas filhas estão fazendo um feitiço para nos trazer de volta à vida.

— Vamos ajudar — Jo respondeu sem pensar duas vezes. — Pelas minhas filhas.

Sorri em resposta, agradecendo.

— Esses são meus irmãos, Liv e Luke — apontou para os gêmeos loiros.

Eles apenas acenaram com a cabeça, com certeza não gostaram de mim por estar com o Kai.

Olhei para Kai, esperando que ele falasse algo.

— Eu só quero... dizer que sinto muito por ter feito coisas horríveis com vocês — ele disse, sem manter contato visual com eles.

— Você sente muito? — Luke perguntou. — Seus sentimentos não vão trazer minha magia de volta, não vão dar a chance da Liv ser feliz com o Tyler, não vai trazer de volta os anos que a Jo perdeu com as filhas dela. E tudo isso por quê?

— O Kai já se desculpou — falei, segurando o braço de Kai. — Ele errou, sim, mas está aqui querendo se desculpar. Vocês podem vê-lo como alguém horrível, mas ele é uma das pessoas que eu mais amo.

Kai me olhou surpreso por eu finalmente admitir ama-ló, mas eu não tenho mais tempo para guardar meus sentimentos.

— O que você viu nele? — Jo perguntou, não em tom de ofensa, mas orgulhosa por ver alguém amar e querer ajudar o irmão.

— Eu não sei — dei de ombros, sorrindo sem mostrar os dentes. — Acho que foi tanta raiva que ele me fez passar, que eu acabei me apaixonando — falei e arranquei um riso de Jo.

— Não temos tempo para declarações de amor — Liv falou. — Eu quero sair logo daqui.

Kai segurou a mão de Jo, dando a ela um olhar profundo de arrependimento, e segurei a mão de Luke e Liv, formando uma roda, e Kai recitou o feitiço, sendo seguido pelos irmãos.

𝑃𝑟𝑖𝑠𝑜𝑛 ➷ 𝑇𝒉𝑒 𝑉𝑎𝑚𝑝𝑖𝑟𝑒 𝐷𝑖𝑎𝑟𝑖𝑒𝑠 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora