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Sentei no sofá de Matt e esperei ele voltar com as xícaras de chá e sentou ao meu lado

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Sentei no sofá de Matt e esperei ele voltar com as xícaras de chá e sentou ao meu lado.

— É tão difícil achar alguém que goste de chá — tomei um gole.

— Na verdade, eu não gosto muito, só tomo porque você toma.

— Ah, é?

— Sim, mas o gosto é bom.

Envolvi as mãos envolta do copo, sentindo o calor queimar de leve a palma da minha mão.

— Acha que se o Cade não me matar primeiro, o Damon vai? — Perguntei.

— Tudo sobre o Damon é uma questão, mas acho que não — respondeu, não muito confiante. — Ele matou o Tyler e se arrependeu por isso, ele não vai te matar sabendo que é importante para muitas pessoas com quem ele se importa.

— Acha que eu sou uma pessoa má ou "uma versão feminina do Kai" por escolher ele ao invés da Elena? Eu sei que ela é importante para vocês e praticamente todo mundo aqui, mas não é para mim. Eu mal conheci a Elena e me pareceu óbvio escolher ela.

— Não, você não é má — respondeu, com um olhar sincero. — Você fez o que tinha que fazer pensando em você em primeiro lugar. Não é crime isso. E o Damon não pode te culpar, ele também pensa só nele quando as coisas apertam. Além disso, ninguém aqui é júri, juiz ou carrasco.

Suspirei, fitando o chão e pensando sobre o assunto. Eu não era uma pessoa má, mas o jeito como o Cade falou de mim me fez repensar isso, e agora talvez eu tivesse tomado algumas decisões ruins.

— Quando o Damon me mordeu naquela noite, eu estava entre a vida e a morte, literalmente, e o Cade me disse o quanto eu era uma pessoa ruim — falei, ainda sem o olhar. — Ele disse que eu era tão ruim quanto os vampiros no qual eu passei a vida odiando. Que eu escolhi alguém inocente para mandar ao inferno ao invés de alguém que realmente merecia estar lá. Não sei... não sei se sou mesmo uma pessoa boa.

— Não vou negar que, na minha opinião, sua decisão não foi a melhor, mas você não é má. — Segurou minha mão com as duas mãos, deixando o calor da sua passar para a minha. — Acredite nisso, Connie.

Sorri de lado, querendo acreditar nele, mas falhando.

Separei minhas mãos da sua, pegando o celular e verificando se havia alguma ligação do Kai, mas nada, nem uma mensagem.

— Problemas com o Kai? — Matt acertou meus pensamentos.

— Não sei o que ele tem, acho que está magoado.

— O Kai é capaz de sentir alguma emoção além de ódio?

— Não fala assim dele, Matt. O Kai é muito bom para mim.

— Eu não vou falar mais nada então. Minha opinião sobre ele não vai mudar.

Fiquei em silêncio, pensando alguns minutos sobre o Kai e tudo que aconteceu hoje.

— Eu vou ir encontrar ele — falei me levantando. — Quero saber o que está acontecendo com ele.

— Eu vou com você. — Matt se levantou também.

— Não precisa. Não é surpresa que vocês dois se odeiam e isso vai piorar as coisas.

— As coisas já estão piores. Não confio no Kai e eu espero tudo vindo dele, até te machucar.

— Ele não me machucaria.

— Eu achava que ninguém em sã consciência mataria a família inteira, mas as pessoas surpreendem.

— O Kai se arrependeu disso. Ele não é mais assim.

— Isso é o que ele diz. — Matt deu de ombros. — Alguém muda tão rápido assim?

Abri a boca para responder, mas preferi ficar em silêncio. Mesmo que a Caroline e o Matt digam o contrário, eu sei que o Kai não é mais aquele matou os irmãos. Ou pelo menos eu quero acreditar nisso.

Entrei no carro com medo e segui pelas ruas escuras da cidade até chegar na casa de Kai, que também estava escura.

— Kai!! — Gritei batendo na porta. — Sei que está aí.

A porta abriu sozinha e entrei. Matt ficou esperando no carro, vigiando a rua.

Entrei e vi ele sentando no sofá, imóvel e com um copo de sangue na mão.

— Oi — falei, me sentando ao lado dele. — O que foi?

— Eu só quero ficar sozinho — respondeu seco. — Pode sair?

— Fala comigo, Kai. — Segurei a mão dele, mas ele a afastou. — O que aconteceu?

— Nada.

— Foi alguma coisa que eu fiz ou é sobre os seus irmãos estarem vivos? — insisti, mas ele não respondeu. — Por que não fala comigo, Kai?

— Porque eu não quero falar com você agora, Connie. Qual parte não entendeu disso?

— O que foi que eu fiz?! — gritei, exigindo muito mais que isso de resposta.

— Você estava abraçada com o Matt, trocando juras de amor após ter dito que me amava — respondeu, finalmente olhando em meus olhos. — A Katherine me avisou que você só estava me usando para conseguir o que queria, mas eu não acreditei. Eu mostrei bondade e piedade por você, Connie. Eu até aceitei trazer meus irmãos de volta, mesmo não querendo isso.

— Você está querendo dizer que eu te usei e estou tendo um caso com o Matt? — Perguntei novamente para ter certeza do que eu ouvi.

— Eu estou afirmando, Connie!

— Eu não te usei, Kai — falei, calma, sentindo as lágrimas invadirem meus olhos e tive que me segurar para não chorar. — E eu não tenho um caso com o Matt. Eu não menti sobre os meus sentimentos por você.

— Sem mentiras ou enrolação, Connie, você me ama realmente ou foi tudo uma mentira? — Ele perguntou, deixando de lado o copo de sangue.

— Eu te amo, Kai. — respondi, olhando dos olhos dele. — Mas não vou deixar você me machucar. Eu achei que confiasse em mim, achei que me amava também.

— Eu amo você, eu só estou mal pelo que aconteceu hoje — falou, segurando minha mão. — Me desculpa por isso.

— Eu perdoei quando você colocou um feitiço em mim e me prendeu nessa cidade, e por isso o Damon quer me matar e o Cade quer a minha alma. — Empurrei suas mãos que insistiam em segurar as minhas. — Mas eu não vou perdoar esse tipo de acusação. Eu confiava em você e você mentiu para mim. Disse que se arrependeu, que queria seus irmãos de volta, mas não era bem isso que você sentia.

— Eu nunca disse isso. Você só escutou o que queria ouvir.

— Então foi o contrário quando eu escutei que você me amava?

— Isso foi real...

— Eu não quero ouvir mais nada, Kai — interrompi ele, me levantando e indo até a porta. — Não se dê ao trabalho de dizer mais mentiras.

Sem esperar por respostas, sai correndo e entrei no carro de Matt.

— O que aconteceu? — Ele perguntou, vendo as lágrimas caírem em meu rosto.

— Você estava certo — falei, limpando as lágrimas. — Ninguém muda tão rápido assim. Vamos embora, por favor. Me leve até a casa da Anna.

Sem dizer mais nada, Matt me levou até a casa da Anna e insistiu para ficar comigo, mas recusei e ele foi embora.

— Coração partido? — Anna perguntou, me abraçando e concordei com a cabeça. — Quer que eu faça chá? — Sorri com aquilo e concordei novamente.

𝑃𝑟𝑖𝑠𝑜𝑛 ➷ 𝑇𝒉𝑒 𝑉𝑎𝑚𝑝𝑖𝑟𝑒 𝐷𝑖𝑎𝑟𝑖𝑒𝑠 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora