ive had that dream a 1000 times

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Seis meses depois.

O século era XVIII, o local era precário mas tinha certo charme justamente por isso, sua roupa estava muito apertada na região da cintura por conta do corset fortemente amarrado em si e a respiração além da sua própria ali naquele quarto a fez olhar em volta assustada.

– Quem está ai?

Agora que se permitiu olhar ao redor avistou uma clarabóia como a única fonte de luz naquele comodo, tirando a porta com uma pequena grade na altura do rosto. Uma cama enorme com dossel aparentando estar coberto por poeira fez um barulho engraçado quando alguém em cima dela se moveu, Camila deu um passo para trás com medo de quem estivesse ali.

– Sou eu. – A garota respondeu.

– Lauren? – apertou os olhos e chegou mais perto.

– Por que estamos em um calabouço? – Ela perguntou confusa olhando para suas próprias roupas, no mesmo estilo que as de Camila.

– Eu não sei, acho que estamos em perigo, ou precisamos nos esconder. – Ela não sabia de nada disso, apenas estava dizendo o que seu cérebro processava e chegando mais perto de Lauren cada vez mais. – Você está bem? Está tremendo.

– Sinto frio – admitiu abraçando seu próprio corpo.

Camila andou pelo quarto pequeno que antes parecia maior, agora não havia mais uma clarabóia lá no teto, e sim uma janela com grades na parede ao lado da cama em que Lauren estava sentada. A menor se aproximou o suficiente se preparando para abraçá-la e assim que estava com o rosto quase na mesma altura que Lauren pode perceber seu olhar assustado.

– Não chegue tão perto... – Pediu a de olhos claros.

– Por que não? – Camila ficou confusa.

– Não devemos.

Um estrondo forte vindo do corredor do lado de fora as assustou, fazendo Camila se afastar rapidamente e observar Lauren ainda com a expressão aflita em cima da cama que agora estava com lençóis de ceda e o dossel extremamente limpo. Pelo pequeno quadrado que tinha na porta na altura do rosto era possível ver sombras de pessoas passando para lá e para cá no corredor, o que fez Lauren se levantar rapidamente da cama e fechar aquele quadrado como uma pequena janela, fazendo com que nada nem ninguém pudesse ver dentro daquele cômodo escuro em que estavam.

– Não devemos o que, Lauren? – quis saber sugestiva enquanto a maior ia em sua direção, a forçando a dar passos lentos para trás até encontrar a parede batendo em suas costas.

– Sentir isso, fazer isso...

Segurou o rosto de Camila com uma das mãos e passou a observar seus lábios como quem precisasse do toque deles como ar em seus pulmões para respirar, já que estava ofegante sem motivo nenhum aparente. Lauren passou a língua por seus lábios e olhou pela primeira vez nos olhos cor de chocolate da garota confusa a sua frente cheia de expectativa.

– Não podemos.

Correu até o outro lado do quarto e se encolheu na cama como antes. Camila a olhou com o cenho franzido e logo seus pés já estavam a levando para aquele lado do calabouço.

– Vem aqui... – Falou bem baixinho assim que parou na frente de Lauren que tinha as pernas penduradas para fora da cama, logo posicionando seus joelhos um de cada lado do quadril da garota maior, erguendo aquele vestido cheio de tecido que usava e sentando em seu colo de forma suave. – Fique calma. – Tomou seus lábios tão ternuramente que se sentiu flutuar com o ato, era molhado na medida certa, tinha a pressão perfeita e a textura perfeita... Era simplesmente o paraíso.

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