theres a blue bird in my heart

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O soar do sino em cima da porta da cafeteria fez com que Camila desviasse o olhar do casal na mesa em que ela anotava os pedidos, a procura de um par de esmeraldas envoltos pela pele alva de uma certa garota que não deixava seus pensamentos; Mas o que encontrou foi ainda mais impressionante, uma pele escura e um sorriso largo em sua direção, Normani usava uma das mãos para puxar uma cadeira e a outra para acenar em sua direção. Camila finalizou seu atendimento e foi até cozinha entregar o pedido, logo depois andando sorridente até a mesa que a morena tivera escolhido para se sentar.

– Oi, Mila – saudou animada quando a latina se aproximou.

– Mani – sorriu e abraçou a amiga. – O que faz aqui?

– Marquei de encontrar com a Dinah, e como sei que trabalha aqui aproveitei para ver como você está – Disse com um tom de voz compreensivo, o que fez o coração de Camila amolecer por saber do que ela estava se referindo.

– Não sei dizer exatamente como estou – se deu por vencido e se sentou na cadeira logo a frente da garota, apoiando os cotovelos na mesa. – E você? Está bem?

– Ah, eu estou ótima – fez um gesto com a mão como se afastasse o assunto para longe. – Mas eu estou aqui para saber de você, imagino que não esteja sendo fácil... Por mais que eu não esteja entendendo muita coisa.

Camila suspirou e se sentia agradecida por poder falar sobre isso com alguém além de Dinah, queria saber um ponto de vista além do seu para ter certeza de que não estava louca em querer tanto que Lauren fosse dela de uma vez por todas. E isso era difícil quando se mantinha tantas coisas em segredo.

– O que ela te contou? Vocês conversaram sobre isso?

Normani negou com a cabeça lentamente.

– Lauren é bem reclusa, principalmente quando se trata de sentimentos, então conversamos pouco. – A morena tomou seu tempo para ver as expressões de Camila mudarem gradativamente. – Lauren está muito mal... Imaginei que não estivesse fácil para você também, por isso vim até aqui.

A latina ergueu os ombros e os largou novamente demonstrando sua exaustão e sentiu as mãos de Normani alcançarem as suas em cima da mesa, lhe passando confiança.

– Eu estou um pouco melhor do que na primeira semana que nos afastamos, mas eu realmente queria que as coisas não tivessem que ser dessa maneira. O que mais me sufoca nisso tudo é o fato de que eu não posso fazer nada para mudar. Sabe? Não depende de mim. – Apertou os lábios e desviou o olhar. – Isso me deixa sufocada, saber que basicamente a bomba está nas mãos dela e de mais ninguém.

– Não acha que poderiam resolver isso juntas?

– Lauren me disse que precisava se afastar porque não se sentia bem estando ao meu lado sabendo do que Keana ainda sentia por mim. Então não acho que tenha como eu ajudar nisso, me sinto como um fardo.

– Não fale assim – repreendeu Normani apertando um pouco sua mão. – Você não é um fardo nem nada parecido, eu só acho que ela precisa de um tempo para organizar tudo o que está acontecendo.

A mesa no canto da cafeteria agora fazia do silêncio seu porto seguro, Normani percebendo que a amiga estava divagando em sua cabeça preparando algo para lhe dizer, e ela esperando pacientemente mostrando que estava ali para o que ela precisasse. Camila fora chamada por um dos homens que ficavam na cozinha para pegar o pedido da mesa seis que tivera ficado pronto, a garota se levantou e foi rapidamente até lá fazer seu trabalho. O estabelecimento não tinha muito movimento naquela tarde e isso facilitou para que ela voltasse á mesa que sua amiga estava para continuar a conversa.

– Você acha que sou egoísta por pensar assim? – começou ao se sentar novamente, e tratou de explicar-se. – Eu acho que, ter empatia é uma coisa... Mas anular os sentimentos dela por conta de uma outra pessoa, é algo totalmente diferente.

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