Beijo da Felicidade

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Adriana:

Nesse exato instante, nosso beijo parece um refúgio. Parece uma fortaleza no meio das dificuldades do caminho. Um verdadeiro escudo contra as flechas lançadas. Nem ele nem queremos que o beijo acabasse. Depois de alguns instantes parados, sem abrir os olhos, eu coloquei minha mão em seu rosto e enxuguei sua lágrima. 

Começamos a nos olhar. Nossos problemas parecem pequenos perto da tamanha energia sentida entre nós nesse momento. Juliano dá uma risada e eu acabo rindo também. Não temos nem motivo e não importa mesmo.

- Caramba... quem diria que pra gente se encontrar decentemente teríamos que marcar pra isso? - digo.

- Pois é, né.

Nessa hora, a garçonete chega com nossa comida. Juliano come um prato de arroz, feijão, bife  e salada. Minha comida foi só uns legumes e verduras, prato especial desse restaurante.

- Vai comer só verde hoje? Não quer uma carninha não? - diz ele.

- Hum... não! Sou vegetariana!

- Sério??? Por que nunca me disse!?

- Porque você nunca perguntou.

Durante nossa conversa (e nosso almoço), conversamos e nos entendemos muito bem. Parece que mesmo que com o mundo desabando nos conseguimos ter uma conversa linda e civilizada.

- Ai, Juliano, eu sei que vou ter que encarar a fúria do meu chefe, José, porque não fiz isso, não fiz aquilo e o escambau. As vezes, eu só queria ir prum lugar de paz e harmonia, tipo...

- Uma ilha deserta? - responde Juliano, o que deixa surpreendida.

Essa era a minha resposta. Eu sempre quis passar uma temporada numa ilha, mas esse lance de ser "deserta" é muito da boca pra fora. Mas eu achei bem... impressionante essa resposta prática dele.

- Nossa, como sabia que eu iria falar isso?

- Não sabia, eu só chutei. - diz Juliano, enquanto come seu sorvete de flocos de sobremesa.

Acabamos de comer, pagamos a conta e fomos caminhar num parque aqui perto. O parque é pequeno e infelizmente, tem sido alvo do descaso do governo dessa cidade. Mas vamos lá.

- Juliano, você já tinha vindo aqui?

- Não. Eu não sou muito de vir para essas bandas não.

- E o parque? O que você acha disso aqui? - chegamos a uma árvore bem discreta, que fica perto de várias outras.

- É uma árvore normal, né. Tem folhas, galhos... ela tem algo de especial!?

- Pior que não, sabe. - me sento na grama verde do parque - Eu só a acho muito bonita.

Juliano se senta também, observa a árvore e diz:

- Ela não é feia, de fato. Olha ali uma flor aí do seu lado.

Em meu lado esquerdo, um bela e pequena florzinha estava caída e a peguei. Juliano também sorriu quando a peguei, mas disfarçou um pouco.

- Tive uma ideia para essa flor.

- Qual?

Juliano pega a flor de minha mão e a coloca em meu cabelo. Em determinada hora em que ele ajeita a flor, acaba escorregando e caindo sobre mim. Nossos olhos se grudaram nesse instante quase mágico.

- Você é a mulher mais linda que eu já vi?

- Só bonita?

- Não, bonita, inteligente, boa... quase... mágica.

Puro AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora