Viollet

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OITO ANOS DEPOIS.

- Caos... Isso aqui está uma bagunça terrível, Mercúria! - Gritou o pai, mas sem perder a postura de um homem sereno.

- MEU NOME É VIOLLET! Eu já te disse. - Vociferou a filha.

- Não é mais. Eu mudei, você não se lembra? - Perguntou o pai, que manteve o tom calmo e confortante em suas palavras.

- Pois eu vou mudar de novo! - Esbravejou Viollet.

Viollet era uma garota com um estilo rebelde, meio obscuro, como dizia o pai adotivo; Cabelos cor violeta, ela dizia que era para que se lembrassem do seu nome de verdade; tinha 1,60 de altura, magra e possuía olhos escuros como a noite.

- Olha filha, é um nome bonito. É um nome bastante presente na sociedade antiga, claro que no masculino. - Tentou explicar o pai.

- Um elemento químico, é isso que esse nome significa! - Disse ela com rispidez.

- Não é verdade, tem um planeta também. Que por consequência o nome vem da mitologia. - Insistiu o pai, ainda mantendo o tom anterior.

- Cala a boca! Você só está dizendo isso porque aquela porra de meteorito tinha mercúrio em sua composição. - A menina parecia ainda mais irritada.

- Minha filha eu sei... - Iniciou o pai.

- Saia do meu quarto e eu não sou sua filha! - Interrompeu a garota, de maneira bastante grosseira.

- Mas...

- Agora!

- Está bem, mas arrume isso querida.

- Fora!

...

- Ela está bem Luka? - Perguntou Charles.

- Está sim Charles, deve ser a TPM. - Respondeu o pai.

- Ah, elas ficam terríveis. Bom, indo direto ao ponto, você já conseguiu a licença para adentrar o distrito 17? - Questionou o Doutor Charles.

Charles é o melhor amigo de Ziovaski, ele é um astrofísico muito competente e possui um grande prestigio. Ele é negro, baixo e rechonchudo.

- Desde a última eleição eu não venho tendo bons resultados, o novo imperador cortou minhas provisões científicas, mas eu consegui um avanço essa semana. - Justificou o Doutor Luka Ziovaski.

Ziovaski é um homem de meia idade; tinha olhos azuis e usava óculos redondos que a maioria das vezes estava quase na ponta de seu nariz; um pouco calvo, loiro, alto e magro.

- Ótimo! O que você conseguiu?

- Uma visualização do pedido! - Respondeu Ziovaski, sem esconder certa empolgação.

- Sério? - Ironizou o amigo.

- Sim! - Respondeu Ziovaski, que não notou a ironia.

- Você não faz muitos pedidos dessa natureza de modo burocrático, não é? Tipo, sem o jeitinho brasileiro ou será que devo dizer ZLI-3leiro?

Ziovaski riu e respondeu:

- É... Acho que é minha primeira vez.

- Deu para notar.

- O que você quer dizer com isso?

- Vai levar pelo menos um mês para você receber uma resposta real, se tiver sorte.

- Isso não! Não temos um mês.

- Exatamente. O que você sugere?

- Como assim?

- Tipo, não vamos ficar parados ou vamos?

- Não, com certeza não!

- E então?

- Vamos invadir!

- É o quê?

- Reúna o pessoal, eu vou bolar um plano.

- Somos cientistas Ziovaski, não soldados.

- Exato! Lá é uma zona de quarentena, só cientistas e soldados podem entrar. Eles usam aqueles trajes difíceis de identificar quem está dentro.

- Pensando assim pode dar certo.

- Tem que dar. Caso contrário nunca saberemos.

- Verdade. Agora eu tenho que ir.

- Tchau Charles.

- Tchau Luka.

Entre Dois MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora