Entre Dois Mundos

O que houve com William?

- Ei garota. - Gritava o militar.

- O quê? Eu estou aqui?

- Sim, ficou maluca é?

- Não, mas eu estou aqui no mesmo instante que saí.

- Saiu?

- Sim, eu não?

- Você esteve o tempo todo aqui. Quero dizer, você saiu correndo e levou uma queda ali atrás, mas eu te alcancei exatamente agora.

- Então, não se passou nem um segundo aqui?

- Claro que passou. Do que você está falando?

- Merda! O William!

- Que William?

- O garoto... Ele... AÍ MEU DEUS!

- Não tinha ninguém aqui, você ficou maluca!

- Não! Deixe-me voltar, eu preciso salvar ele...

- Salvar o quem? Voltar para onde?

- Você não está me ouvindo, seu desgraçado! Largue-me!

- Atenção todas as unidades, eu preciso de reforços...

- Me larga infeliz...

A garota chuta acanela do militar, que a solta.

- AI!

- Eu vou voltar lá.

- Estou com uma garota histérica aqui.

- Eu não... Eu não consigo voltar. Ele deve ter... Deve ter morrido.

- É, ele morreu. Já chega de brincadeiras, vamos! - O soldado a captura novamente e a arrasta.
Viollet chorava de maneira inconsolável.

- William meu amor...

- Você realmente pirou. - Falou o militar, inconformado com a mudança súbita de comportamento da garota.

A garota foi levada para a detenção, mas o seu pai adotivo conseguiu soltá-la.  Ela não parava de murmurar coisas estranhas e dizer que só aconteciam coisas ruins com ela. A pobre jovem entrou em uma depressão profunda. Ziovaski fez de tudo para salvá-la, mas a mente dela parecia perdida em um lugar obscuro escondida de toda a sociedade. Ela passou três longos anos vivendo de forma vegetativa em seu quarto.