Capítulo 01

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Íris

Sentada no sofá, observo todos em torno da mesa, felizes, por saberem que Mariah está grávida, todos comemorando, pois a família cada vez mais esta crescendo. Sorrio, minha família veio para o primeiro Natal aqui, me sinto feliz, por ter todos aqui, todos juntos.

Vejo Vicentt brincando com Héctor, de um lado, sorrio, eu o amo, mas tenho medo. Medo de não dar certo, medo de que ele esteja se aproximando por causa do filho, e não por me amar. Medo de me entregar novamente, e acabar me machucando.

Desde que voltei para o México com ele, o mesmo nunca tocou no nome da Marina, a sua noiva falecida. Nem sinal, nada que envolva ela. Simplesmente nada. As meninas dizem que ele deixou o passado para trás, que se permitiu a viver novamente, mas como disse, o medo não me deixa acreditar.

- Você está bem? - Me viro e vejo Alejandro, ele se senta ao meu lado. - Está pensativa.

- Estou bem. - Digo a ele. - Estou pensando na vida.

- Deveria dar uma chance a ele.

- Já conversamos sobre isso. - Digo a ele, que faz sinal de negação.

- Deixa o passado para trás, segue em frente. - Ele diz, e aponta o dedo mostrando Vicentt que está rindo, enquanto faz aviãozinho com Héctor nos braços, o mesmo sorri cada vez que o pai o ergue. - Ele já deixou a tempos, quando ele voltou da Austrália, ele voltou outro, ele foi até o túmulo da Marina, se despediu do passado para sempre, porquê ele sabia, que se quisesse ser feliz com você, ele teria que seguir em frente.

- Eu...Eu, preciso de tempo. - Digo a ele. Na verdade eu não sei o que dizer, ele nunca me falou nada disso. Sempre dizia que já tinha deixado o passado para trás. Mas também cada vez que ele tentava, dizer algo, ou uma aproximação, eu sempre o asfasto.

- Cuidado Íris, o tempo voa. - Ele diz e se levanta saindo. Fico ali, sentada sozinha, pensando, o que fazer, que decisão tomar.

Olho todos, felizes, eu tenho medo dessa felicidade toda, tenho medo que a qualquer momento, tudo vai acabar, o momento encantado que todos estão tendo se acabar. Tenho medo de tudo. Insegurança, isso também faz parte de mim.

- Esse pequeno Tor, está com fome. - Vicentt diz e o olho brava, já disse que não quero que o chame de Tor. Acho ridículo chamar a criança de tor.

- Já disse, não quero que o chame assim. - Digo pegando Héctor dos braços dele para dar de mamar.

- Chamar meu pequeno Tor, de Tor? - Ele diz rindo, e o pior é que quando ele fala Tor, Héctor sorri levantando a cabeça. Seis meses, e já é tão esperto, e cada vez mais parecido com o pai. - Viu ele gosta, só você que não. "Né meu amor, mamãe é chata, e o papai pode chama-lo de meu pequeno Tor, pode sim." - Ele diz e Héctor deixa de mamar para sorrir para ele, um sorriso banguela que deixa todos bobos de amor.

- Você está estragando a criança. - Digo a ele que solta uma gargalhada. Não sei se o que falei é motivo de risada. - Qual a graça?

- Você, dizer que estou estragando a criança. - Ele diz ainda rindo.

- Há sim, isso é motivo de muita risada, não sei porque não estou rindo, já que é tão engraçado. - Digo com sarcasmo a ele que apenas sorri. Irritante.

- Talvez seja pelo motivo, de você se prender ao passado, deve ser por isso que não sorri, não quando eu estou por perto. - Ele diz, só que agora ele não sorri, está sério, e vejo tristeza em seu olhar, minha vontade é de abraçar ele, dizer que o amo, que quero ficar para sempre com ele, mas o medo, a insegurança, não deixa. - E saiba, que quando vivemos do passado, ele nos engole, não nos deixa seguir em frente, é preciso muito esforço para conseguir seguir em frente, e deixar ele para trás. Eu deixei o passado, mas parece que você está cada vez mais presa a ele Iria. - Ele diz saindo.

Série Amores Latinos - Ya Te PerdonéOnde histórias criam vida. Descubra agora