I DON'T KNOW WHAT THE FUCKING DO

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Orochi.

EU NÃO SEI MAIS QUE PORRA EU VOU FAZER DA MINHA VIDA. Ao mesmo tempo que eu queria levar um tiro eu queria enterrar minha cabeça em um buraco ou virar uma mosca pra ir voando até Santa Catarina e ver o que o Lucas esteja fazendo.

Eu tinha perdido toda a coragem que havia tomado quando enviei a primeira mensagem. Eu estava apto para contar que (talvez) eu esteja gostando dele, mas parece que ele não era digno o suficiente da minha declaração.

Ou eu era muito frouxo? Foda-se.

Enquanto eu estava tentando falar com o Luba, muitas pessoas ainda me atacavam no Twitter por supostamente ter feito abuso psicológico com a Jennifer. Como se ela não tivesse fodido com a minha vida também.

Eu não entendo. Eu realmente não entendo, acho que pelo fato dela ser mulher a pilha caiu toda encima de mim como se eu fosse o vilão da história, quando na verdade nós dois fomos dois grandes escrotos na vida um do outro. Se eu pudesse eu nunca tinha namorado com ela, acho que ela pensa o mesmo.

Era difícil acreditar que, embora tudo isso tenha acontecido, eu realmente amei ela. Porque é verdade, eu amei a Jennifer, mas visto todas as coisas que aconteceram durante isso meu amor acabou e, mesmo que as pessoas acharem que isso foi muito filhada puta da minha parte, eu namorei com ela mesmo sem ama-la.

Mas agora a situação era completamente diferente, ela havia me acusado por abuso psicológico sendo que o psicológico de ambos tá todo lascado. É meio como se ela mesmo se denunciasse por também ter abusado do meu. Mas agora eu não criar mais confusões, eu só quero paz. Eu quero paz e que nenhum tipo de ameaça chegue até ela.

Mais cedo o oficial de justiça havia batido na porta de entrada, ele trazia consigo a notificação judicial de comparecimento a um tribunal. Eu não sabia que ela havia chegado tão longe.

Eu tinha que ir ao tribunal em até trinta dias antes deles entregarem mais três notificações, e eu não sabia o que fazer.

Eu não sabia o que fazer em relação a tudo.

Ao Lucas, à diaba da Jennifer, ao meu canal, ou a porra da minha cabeça. Acho que mais fácil enfiar a cabeça no cu e desisti do mundo.

Me jogo encima da cama tipicamente com as mãos na cabeça. Eu não queria ter que aguentar tudo isso, pelo menos não sóbrio.

Me levanto rapidamente e sigo ao guarda-roupa procurar uma roupa pelo menos apresentável pra sair na rua e logo saio do quarto, colocando as chaves e o celular no bolso dianteiro da calça e saio de casa, verificando se a porta estava realmente trancada.

Coloco as mãos em ambos dos lados do moletom e sigo para fora. O sol estava fraco por estar entardecendo, hoje milagrosamente eu havia acordado cedo, não sei o motivo ao certo mas talvez esteja relacionado o valor ou ao Lucas. Acho que era o calor.

Chego ao bar que sempre vinha e cumprimento com um breve sorriso alguns pinguços que lá haviam e sigo ao balcão mais adentro, onde o barman já me conhecia e me cumprimento com um aceno de mãos em sinal de continência.

-- O de sempre, Henrique? -- Carlos falou me chamando pelo sobrenome enquanto limpava o balcão de maneira clara que já estava um pouco deformado.-- O que foi dessa vez; querendo não se lembrar dos memes que viu hoje pra amanhã ser uma surpresa ou outra coisa?

Nas terças nós jogamos indiretas para o Orochi; |concluída|Onde histórias criam vida. Descubra agora