Nas terças nós jogamos indiretas para o Orochi; |concluída|

Orochi is missing

(Algum tempo antes)
O cara que vocês odeiam
Ps: T3ddy.

AS COISAS CADA VEZ MAIS ESTÃO A DIFICULTAR PARA O MEU LADO, e eu já não sabia mais o que fazer. Luba e Orochi estão todos os momentos juntos, praticamente, e não sobrava se quer espaço para eu me juntar a eles em uma das mesas do restaurante, já que agora Guaxinim e Mount haviam chegado para cá.

Mas foda-se, eu não me juntaria a mesma mesa que aquele idiota com deficiência mental que era o Orochi.

Eu estava no meu quarto, jogado na cama e olhando para o teto enquanto a vida passava do lado de fora da porta. Só levantava poucas vezes que era pra ir comer, mas fora disso eu não tinha muita vontade para fazer outras coisas, a não ser ficar vendo séries na televisão e comer pipoca até meus lábios ressecarem com o sal. Mas hoje, infelizmente, eu teria de fazer algo útil, pelo menos.

Já tinha acordado faz algum tempo, tomei um banho rápido e estava preparado para sair do quarto e ir para o YouTube, quando encontro Lucas do lado de fora do quarto de Orochi batendo repetidas vezes em sua porta. Nos limitamos em trocar poucas palavras e eu o olhei dos pés a cabeça. Ele não parecia o mesmo Luba que eu conheci durante minha vida toda, acho que no fundo eu nunca havia conhecido o real Lucas antes do Orochi chegar e isso me enojava.

Dei as costas para o rapaz enquanto seguia para o restaurante, eu levaria comida dessa vez até o YouTube para que não tivesse que comer tendo a presença de Orochi respirando o mesmo ar que eu. Isso pode até parecer paranóico, mas eu estou em meu estado de sã consciência.

Enquanto caminhava até o YouTube space, me lembrava de que havia conversado com Jennifer novamente na noite anterior. Lembro-me de ter dito à ela que já não sabia mais o que fazer para separar esses dois logo após ela ter me mandado tomar no cu e desligado.

-- Essa garota ainda vai se foder muito por causa disso. -- falo mim mesmo, enquanto mordia o sanduíche que estava em uma das minhas mãos.

Jennifer ainda não havia voltado para o Brasil e eu teria que aproveitar a oportunidade de ela ainda estar aqui para fazer alguma coisa que eu não sei ao certo para separar o Orochi do Lucas. Ultimamente minha vida tem se focado nisso: separar esses dois.

Veja bem, o Lucas é uma pessoa legal, fofa, divertida, simpática, bonita e ainda faz crossfit. E o Orochi? Bem, ele tem... Vida? Se é que isso possa ser uma característica exuberante, mas perto de quem morreu pelo menos já é alguma coisa.

Lembrei-me também na noite anterior, enquanto estava andando pelos corredores do hotel a procura de algo interessante para fazer (na verdade eu estava indo ao restaurante) e quando passei em frente ao quarto de Orochi ouvi alguns sons  que foram específicos demais. Embora as paredes sejam protegidas para não transmitir sons para os outros quarto, as portas, diferente do proposto às paredes, só eram meros pedaços de madeira com uma maçaneta que passava cartão. Então se alguém passasse naquele momento um pouco perto da porta poderiam ouvir muito bem do que de tratava.

Aquela situação me dava raiva e mais nojo que eu já tinha. Lucas e Orochi não combinam, eles não deviam estar junto, não devia existir "eles". Eu já tinha algo planejado faz algum tempo para que enfim eles pudessem se separar e o Lucas de fato ver quem é o verdadeiro Orochi.

-- Alô? Jennifer? Não desliga, eu tenho uma proposta e acho que você vai gostar.

(Agora)

Namorado do Orochi.

-- Ele tá demorando muito, cara. -- Eu andava de um lado para o outro, balanço alguns ingressos que estavam em minhas mãos enquanto esperava Guaxi terminar de comprar os dele.

-- Fica calmo, amigo, logo logo ele aparece. -- Mount disse com suas mãos dentro dos bolsos jeans. -- Afinal, por que você tá tão preocupado assim? Tipo, eu sei que vocês sãos amigos mas, sei lá, tá estranho.

-- É que... Eu e o Orochi nos aproximamos muito durante o tempo que ficamos aqui, então sempre saímos juntos. Não é normal ele se atrasar tanto assim.

-- Entendi. -- Mount falou logo ficando em silêncio. -- Bem, acho que ele já está vindo.

Esperamos que Guaxi comprasse seus ingressos. Haviam no total 15 para cada um, eu poderia logo comprar o de Pedro, mas acho que os meninos acharam estranho. Não que eu queria esconder nosso relacionamento, mas acho que está cedo demais para que eles fiquem sabendo.

-- Bem, amigos, onde vamos primeiro? -- Guaxi perguntou abrindo um sorriso fofo, enquanto trocava o olhar entre mim e o Mount.

-- Não sei. -- respondo logo.

-- Vamos olhar primeiro os brinquedos que tem pra depois a gente decidir, tá bom? -- Mount falou guardando seus ingressos sem amassa-los no bolso.--

Eu e guaxinim apenas concordamos enquanto seguimos o garoto pelo parque olhando para alguns brinquedos ao redor. Embora minha real atenção esteja voltada para ver se Orochi estava próximo.

-- Vamos na roda gigante? -- Guaxi disse após um curto período de tempo.

-- Ai, roda gigante? -- faço uma cara de quem não quer, mas deixo me comover pelo olhar de mendigo do rapaz.

-- A gente pode ver todos os brinquedos que tem encima dela! -- Mount disse como se aquela decisão fosse a mais genial criada.

-- Ah, tá bem. -- concordo sem muito interesse em ir.

A fila da roda gigante estava relativamente curta, algumas pessoas subiram antes que, enfim, pudéssemos entregar nossos ingressos para poder subir. Bem, era muito alto, tenho que admitir. Era mais alta do que as que eu costumava ir enquanto estava no Brasil e aquilo me dava um desespero ao perceber que as cabines se mexiam pela movimentação de dentro, parecendo que a qualquer instante iria cair.

Era para eu ter perguntando se essa roda tinha passado por supervisão antes de entramos. Se eu morrer vai ser por erro meu.

-- Nossa, isso é muito alto. -- Mount disse enquanto estamos a alguns pés de distância do chão. -- Muito alto mesmo.

-- Acho que eu me arrependi. -- Guaxinim disse soltando uma risada enquanto eu estava me segurando firme nas barras de proteção.-- Qual a probabilidade disso cair?

-- Muita.

-- Gente, pelo amor de Deus, parem. -- falo interrompendo a conversa dos rapazes, que apenas riram e ficaram olhando os brinquedos que tinham ali.

Não pude mentir, era de fato uma bela vista para ser observada. Penso que se tivéssemos vindo de noite ficaria ainda melhor, mas mesmo de dia a beleza era exuberante. A beleza e o medo de morrer agora estavam dominando meus pensamentos enquanto, com o vento, a cabine balançava de um lado para o outro. Alguns barulhos vindos da sua estrutura me assustava e eu olhava de vez e outra para os rapazes, que continuavam a discutir sobre os brinquedos.

Na descida, quando estávamos próximos do chão, meus olhos focaram em uma imagem. Pra dizer a verdade, focaram em uma pessoa que estava andando como de estivesse perdida. Eu conseguiria identifica-lo em qualquer canto.

-- O que o T3ddy tá fazendo aqui? -- Guaxinim disse, olhando para o mesmo canto que eu.

-- Eu não sei.