Andando em largos passos, os jovens conseguiram chegar à grande construção.
Afobados e ansiosos, subiram correndo as escadas do local, reparando em tudo que a penumbra os permitia enxergar.
— Hyung, esse lugar é enorme! — Falou para o recente loiro.
— Ele é lindo! — Exclamou, assim que pode ver o enorme telescópio a sua frente.
Mesmo sem querer, o mais novo acabou comparando a altura de seu hyung com o imenso objeto. Mesmo tendo apenas quinze anos e muito tempo ainda para crescer, ele conseguia ser menor do que a maioria da sua idade.
— Olha essa vista! — O loiro correu para a varanda, o tirando de seus pensamentos.
Olhando-o da posição em que estava, era uma vista incrível. Via o céu estrelado, com uma grande lua. Porém, mais importante que tudo, via seu hyung. Ele brilhava muito mais que todas as estrelas no céu e, incrivelmente, até mesmo que a lua. Talvez a culpa fosse, mais uma vez, da aura do outro, que estava se fazendo esplendidamente presente.
E seus cabelos loiros pareciam ser um emissor de luz, fazendo tudo ao seu redor brilhar.
Tinha sido claramente contra quando ele tinha lhe contado de seu desejo de pintar o cabelo, mas agora, com aquela vista que lhe roubou o fôlego e algumas batidas de seu coração, reparou que aquela tinha sido uma excelente ideia.
— Hyung... — chamou a atenção do outro. — Você... você é a lua! — Falou rápido, se sentindo tímido. Na verdade, queria dizer que ele era a lua do seu céu. Falar que ele trazia luz para suas noites escuras, brilhando com toda a sua graça, iluminando a vida de todos. Porém, toda sua timidez e inexperiência com o assunto acabou fazendo com que sua fala ficasse completamente desajeitada.
Mas poxa! Não tinha como cobrar mais daquele jovem menino, com apenas seus 14 anos, descobrindo pela primeira vez o que era gostar de alguém. A adolescência por si só já era complicada e confusa, e, quando vinha acompanhada de um friozinho na barriga e borboletas valsando no estômago, se tornava uma louca bagunça interna.
— Está me chamando de gordo? — Perguntou confuso e ofendido.
— N-não! Definitivamente não! É que você é brilhante, quero dizer, está brilhante, e a sua posição faz parecer que você faz parte do céu... — deu um suspiro contido, esperando que o mais velho tenha entendido a mensagem.
— Tudo bem. — O acalmou, rindo. Era engraçado o provocar, deixá-lo nervoso. Ele conseguia ficar incrivelmente mais adorável.
Sentaram juntos, encarando o céu estrelado, que parecia brilhar muito mais naquela noite. Parecia querer proporcionar um espetáculo único para os dois, dar o mais incrível cenário, apenas para eles.
— Por que você acha que aqui foi fechado? — O moreno perguntou baixinho, como se estivessem segredando algo.
— Acho que estão construindo um observatório maior na capital. Manter os dois em funcionamento custaria muito para o governo.
E ambos ficaram encarando o céu em silêncio, apenas admirando. Cada um de se perdendo em seu mundo, navegando pelo cosmos utilizando apenas da sua imaginação, mas mesmo assim sempre juntos. Eles não sabiam, mas até mesmo em seus mais aleatórios devaneios, estavam juntos. E só foram sair de seu mundo de fantasias quando viram uma estrela cadente.
— Olha, uma estrela cadente! Rápido hyung, faz um pedido! — Ordenou, fechando os olhos com força, torcendo para que seu desejo se realizasse. Ao abri-los, reparou que era encarado, e logo ruborizou. — O-o que foi?
— Estou olhando para o meu pedido. — Deu um sorriso sincero, fazendo o moreno contemplar as estrelas de pertinho, flutuando em sua cabeça como em um desenho animado, depois de ter sido acertado em cheio com aquele riso bonito.
— Mas n-não faz sentido você estar olhando para mim! — Ficou ainda mais vermelho, virando o rosto para o lado. Não conseguia mais sustentar o olhar. — Como eu poderia ser seu pedido? — Perguntou em um volume tão baixo que poderia facilmente ser confundido com um murmurar.
— Mas você é. — Sua voz saia um tanto baixa e tremida, mas firme o suficiente para dar a certeza que realmente queria falar aquilo. Não eram apenas palavras jogadas ao vento, eram verdades.
Entrelaçou calmamente os dedos com o mais novo, também tímido por estar se declarando para ele, daquela forma tão simples, mas tão significativa.
— O que você-
— Eu gosto de você. — Resolveu ser direto, o cortando, percebendo que o moreno não estava entendendo.
E aquela pequena frase, de apenas quatro palavras, fez a mente do mais novo entrar em pane. Não sabia como reagir, nem o que pensar. Era como se o universo tivesse parado naquele instante, e algo como o Big Bang estivesse acontecendo dentro de si.
Delicadamente, o loiro se aproximava. Com muita calma, para não assustar o outro e lhe dar tempo de fugir, foi aproximando ambos os rostos, até estarem próximos o suficiente para que as respirações ficassem tão entrelaçadas quanto as mãos, que ainda não tinham se separado. Ficou parado ali, ainda inseguro de dar o próximo passo.
Envergonhado, porém ansioso, o moreno acabou com a distância, juntando ambos os lados.
Era um simples e inocente selar de lábios. Apenas para demonstrar os sentimentos. Apenas para comprovar aquilo que sentiam, tanto para si mesmos quanto para o outro.
E mesmo sendo tão simples, conseguiu ser tão significativo ao ponto de fogos de artifício estouraram no interior de ambos. Seus corações batiam rápido, o sangue fluindo rapidamente por suas veias fazia seus corpos se sentirem mais aquecidos, e ofegantes, separaram-se, ambos vermelhos de vergonha, porém com singelos sorrisos no rosto. Estavam felizes, e estavam juntos.
E, talvez aquele observatório não durasse por tanto tempo, mas nada, nem mesmo a vida ou a morte seriam capazes de apagar o amor que aquelas paredes haviam visto nascer ali.
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Mein Mond .•°[Jikook]°•.
FanfictionJeongguk sempre foi fascinado pelas estrelas. Na verdade, nem era só pelas estrelas, tudo ligado a astronomia o encantava. Em uma noite, indo contra as ordens de sua mãe, subiu em sua bicicleta e rumou em direção ao seu sonho: o observatório abando...