I Can't Fall In Love Without You (Clace) ~EM RECONSTRUÇÃO~

Capitúlo 1

Clary.
Mais um dia o sol nasce e entra pela minha janela, mas não é por isso que acordo.
Acordo com os gritos de meu miserável pai no andar de baixo da pequena casa de madeira, no meio da floresta, na pequena cidade de Brocelind.

Minhas férias acabaram no final de semana o que significa que hoje eu volto para o inferno, o único motivo para eu continuar na escola é que eu espero um dia sair dessa casa. Posso ser irreverente e minha vida pode ser uma merda, mas me esforço para tirar boas notas e conseguir uma bolsa na faculdade, porque não posso pagar a mensalidade.

Rolo pra fora da cama e olho pela janela tudo que posso ver são árvores, morar em um chalé no meio do nada me proporciona isso, a minha vantagem é conhecer essa floresta inteira, cresci aqui.

Tomo um banho rápido, para a conta não vir alta, e me arrumo para ir a escola, não visto nada extravagante até porque não podemos pagar por roupas muito caras, apenas uma calça jeans surrada, minhas botas velhas e uma blusa de banda que era do meu irmão, a blusa me traz saudades de seu cheiro que já não está mais lá, faz dois anos que ele se foi em um trágico acidente de carro, ele era a unica razão pela qual eu aguentava essa vida, mas sei que ele não iria querer que eu me matasse, ele iria querer que eu lutasse, e é isso que eu vou fazer.

Desço as escadas e dou de cara com um velho gordo que já foi o maior galã da cidade, meu pai, Valentim Morgenstern, que estava gritando com o nada provavelmente acabou de voltar de uma noite de farra.

Apenas pego uma maçã para comer no almoço e saio antes que ele perceba a minha presença, nós vivemos da pensão da minha mãe que morreu quando eu nasci, meu pai não trabalha mas gasta todo o dinheiro que temos em bebidas, drogas e putas, então sobra para mim trazer dinheiro para casa, depois da escola eu trabalho em uma lanchonete no centro da cidade, não me da muito dinheiro, mas o suficiente para sobreviver.

Ponho-me a andar em direção ao colégio e chego em dez minutos, normalmente esse caminho duraria 30 minutos, mas existe um atalho pela floresta, que eu descobri quando tinha doze anos, que me economiza tempo.

Quando chego sento debaixo de minha árvore favorita e observo a movimentação normal do primeiro dia de aula em uma escola de ensino médio, os nerds de um lado portando seus livros impecáveis e calculadoras cientificas, os atletas do outro com suas bolas de futebol e casacos do time e o grupo que eu mais odeio na escola, os riquinhos, eles acham que só porque os seus ancestrais fundaram a cidade, são donos de tudo por aqui, mas não é bem assim, Sebastian é o líder deles, já dormimos juntos algumas vezes mas nada sério, seus cabelos cor de gelo e o olhos negros como a noite encantam qualquer pobre coitada que os olha por muito tempo, mas não eu.

Mal percebo quando o sinal toca anunciando o início das aulas guardo meus pensamentos e sigo para a sala da minha primeira aula, como sempre me sento atrás o mais afastada possível de tudo e todos. Enquanto observo os outros entrarem uma pessoa me chama atenção, um menino que eu nunca vi na vida, os cabelos loiros e os olhos dourados como o sol somados ao corpo forte e musculoso de atleta fazem dele um colírio para os olhos. O menino misterioso olha em volta e para seu olhar em mim só ai percebi que o encarava, corei e abaixei o olhar, mas não antes de vê-lo sorrir e caminhar em minha direção, ele senta ao meu lado por livre e espontânea vontade o que me deixa surpresa, afinal as pessoas não gostavam muito de mim.
Ele se acomoda na cadeira e sorri para mim, percebo que o encarava de novo, desvio o olhar a tempo de ver Sebastian e sua turma entrarem na sala, ele olha pra mim e depois pro novato e diz:

-Cuidado com ela novato, ela pode te roubar- e riu.

Eu apenas revirei os olhos e senti o olhar do menino em mim, me virei pra ele, ele estava com um olhar de confusão em uma interrogação silenciosa, para sanar suas dúvidas, respondi:

-Ano passado, roubei comida do mercadinho no centro porque não tinha o que comer.-dei de ombros- se não quiser ficar perto de mim tudo bem eu entendo.

Ele apenas riu, o que me deixou desconfortável, e disse:

-Não tenho medo de você, mas se quiser posso dividir meu almoço no intervalo. Meu nome é Jace, e você é a...?

-Clary, e eu tenho almoço obrigada- sorri e ele também

Esse poderia ser o início de uma boa amizade, ou algo mais...