Capítulo 2

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As aulas acabaram tão rápido quanto começaram passei todas elas conversando com Jace.

Ele me disse que se mudou nas férias para a cidade com sua avó que possui uma rede de lojas de roupas de luxo e vai abrir uma aqui em Brocelind, isso me deixa com um pé atrás com ele porque isso significa que ele é rico e eu não me dou bem com mauricinhos. Ele também me disse que mora com a avó porque os pais morreram em um acidente de carro quando ele tinha seis anos.

Contei pra ele da minha mae e do meu irmão mas omiti o meu pai, ele pareceu curioso quando não o mencionei mas percebeu que eu não queria falar sobre isso, então não perguntou.

-=-=-=-

Estava a caminho da lanchonete quando um carro parou do meu lado e então abriu-se a janela do carona revelando Sebastian e Camile sua namorada, que não gosta de mim, uma garota linda para a maioria com cabelos loiros, olhos verdes e o corpo escultural, e mais o resto da sua gangue atrás.

-Eaí Clary, quer carona? Estamos indo para a lanchonete-Ele deu um sorriso cafajeste. Se eu não o conhecesse diria que está tentando ser gentil mas sei que não é do feitio dele.

-Ai Sebs deixa ela andar, ta precisando perder uns quilinhos mesmo-Camile disse debochada fazendo todos dentro do carro rirem, eu apenas revirei os olhos.

- Obrigada Sebs, mas eu me viro-Respondi educada.

-Ok então, você que sabe-E saiu cantando pneu.

Ao chegar na lanchonete avistei meu patrão Jerry Stevens contando o dinheiro do caixa.

- Tá atrasada Morgenstern!- Ele falou duro sem levantar o olhar para mim.

O senhor Stevens não gosta de mim, tudo por causa do meu pai que comeu a esposa dele, ele só me mantem no emprego porque assim é mais fácil me torturar.

- Desculpa senhor Stevens sai mais tarde da escola hoje- Me desculpei e ele apenas murmurou algo em resposta.

Fui vestir meu uniforme de trabalho, que consistia em uma saia rodada e quadriculada minúscula e uma blusa de botões com mangas bufantes e branca super apertada, odeio o uniforme mas não tenho escolha.

Quando estava pronta fui para trás do balcão e o senhor Stevens mandou eu servir a mesa sete, o problema é que Sebastian estava na mesa sete.

Peguei a bandeja e levei até a mesa.

-Finalmente! O serviço aqui é péssimo!-reclamou Sebastian, Camile deu uma risadinha.

-Você pode reclamar com meu chefe Sebastian, ele pode dar um jeito nisso- falei e sorri falsa.

Servi os pratos e quando fui servir as bebidas, Raphael, um dos amigos de Sebastian, esbarrou em mim, de propósito,  e me fez derramar tudo em cima da Camile.

-Sua inútil, você é uma incompetente, sabe quanto custou esse vestido? Claro que não! Você é uma pobretona!- Camile gritou estridente.

O senhor Stevens apareceu logo depois com um pano e pediu mil desculpas pela minha incompetência. Ele puxa o saco dos ricos assim como todos na escola.

Volto para trás do balcão pensando se eu tinha cuspido na cruz ou alguma coisa parecida.

Após o termino do meu turno, volto para casa e me deparo com meu pai chorando cercado de garrafas de bebida vazias, tento não fazer barulho mas falho quando a porta bate atrás de mim.

Meu pai se vira para mim e começa a gritar

-Foi tudo culpa sua, você matou sua mãe, devia ter sido você não ela!

Ele jogou uma garrafa em mim e eu desviei, mas a garrafa se chocou contra a parede espalhando vidro pra todo lado, gritei, mas ninguém ouviu, ninguém nunca ouve. Ele caminhou em minha direção com ódio e eu tentei correr mas ele me deu um soco no olho, fiquei desnorteada, outro soco dessa vez na boca, senti gosto de sangue, mais um soco, esse, no estômago, cuspi sangue. Não conseguia me levantar e meu querido pai me ajudou me pegando pelo pescoço e me prensando contra a parede, estava ficando sem ar e me debati, mas não adiantava ele é mais forte que eu, finalmente consegui acertar um chute nas suas bolas e ele se contorceu de dor, aproveitei a deixa para sair correndo para fora de casa e para dentro da floresta, ninguém  conhece essa floresta como eu ele não ia me achar.

Só parei de correr quando esbarrei em um tronco, não um tronco de árvore, mas sim um tronco humano, o tronco de Jace Herondale que eu conheci na escola apenas algumas horas atras.

- O que faz aqui?- perguntei, não era possível ninguém conhece essa parte da floresta.

- Estava correndo e me perdi- respondeu- O que houve com o seu rosto?- ele só percebeu agora meu olho que provavelmente estava roxo e o sangue que escorria do meu lábio.

Não consegui responder, apenas chorei e o abracei, não sei se tínhamos intimidade para isso mas eu precisava de alguém para me apoiar e ele era o único ali no momento.

Ele me abraçou de volta enquanto fazia carinho no meu cabelo e sussurrava palavras de consolo no meu ouvido como: " vai ficar tudo bem" e " agora eu to aqui".

-Vem vamos para a minha casa-Ele falou e eu ia protestar, falar que não precisava, mas ele foi rápido em me cortar-Não foi uma pergunta-Apenas assenti.

Ele olhou em volta e parecia perdido.

- Você sabe sair daqui?- ri e guiei ele para fora da floresta em direção ao centro.

Talvez eu tenha achado alguém para cuidar de mim, ou talvez eu esteja me precipitando e não seja nada disso, só sei que quando estava nos braços de Jace me senti segura e é assim que quero me sentir para sempre.

I Can't Fall In Love Without You (Clace) ~EM RECONSTRUÇÃO~Onde histórias criam vida. Descubra agora