Aviso legal: Esse capítulo aborda assuntos como aborto e gravidez na adolescência, minha intenção não é escolher lados ou romantizar uma coisa que não é assim na vida real, nem causar atritos ou desconforto nos leitores.
Essa história visa o ponto de vista da personagem, não o meu.Boa leitura
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Foram longas horas de viagem, mas finalmente cheguei a Nova York. Não tinha ideia do que eu ia fazer, eu tinha um dinheiro guardado das gorjetas mas precisaria trabalhar, também precisaria de um lugar para morar, não posso morar na rua.
Peguei minha mochila grande, que eu trouxe com minhas roupas e fui em direção a um pequeno hotel que tinha no bairro do Brooklyn, ficaria ali até achar um lugar para morar.
Paguei o moço da recepção e fui em busca de emprego.
E assim começa minha nova vida
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2 meses se passaram desde que fugi de casa e deixei tudo para trás. Eu achei um lugar para morar, um pequeno loft em cima de uma lavanderia, que fica a cinco minutos do meu trabalho.
Consegui um emprego pela manhã em uma lanchonete, que foi fácil de pegar por causa da minha experiencia. O trabalho é bem parecido com o que eu fazia em Brocelind, atender mesas, servir, limpar e repetir, a única diferença é que eu gostava do meu patrão, diferente do senhor Stevens, Joe é um cara legal e bem humorado, ele é apenas três anos mais velho que eu, ele me contou que herdou a lanchonete de seu pai e a mantêm em honra a sua memória, eu diria também que ele é afim de mim, mas pode ser só coisa da minha cabeça.
Na parte da tarde eu trabalho em um bar, um pouco mais afastado de casa, mas não tão longe, diferente da lanchonete, eu odeio esse trabalho, toda hora eu atendo velhos bêbados e pervertidos e meu patrão também não é dos mais legais, ele é rabugento e não aceita menos que a perfeição.
A noite eu ia para a escola para terminar o ensino médio e talvez conseguir uma vaga na faculdade.
Minha vida está dura mas eu não reclamo, está difícil mas eu vou conseguir, vou me esforçar ao máximo e minha vida vai melhorar, tenho certeza.
Mais um dia acordei com meu despertador para ir trabalhar, mas diferente dos outros dias, hoje, eu acordei enjoada. Assim que me levantei sai correndo para o banheiro e botei tudo que comi ontem para fora.
Droga, péssima hora para ficar doente Clarissa! Pensei comigo mesma.
Apenas ignorei e fui para a lanchonete, hoje o dia seria cheio, Sam, minha colega de trabalho, não ia trabalhar hoje e eu teria que trabalhar dobrado.
Chegando na lanchonete cumprimentei Joe.
-Bom dia Joe!
-Bom dia Clary! Preparada para hoje?
-Mais pronta impossível-menti. Na verdade eu estava cansada e aparentemente doente, mas não ia falar isso para o meu patrão.
-Ótimo, vamos começar então-Ele disse me puxando para trás do balcão.
Estava no meio do meu turno quando me senti mal, estava em pé então sentei e abaixei a cabeça deitando nos meus braços.
-Clary você ta bem?-Joe pergunta quando me vê.
-Claro- respondo, rapidamente me levantando, o que não foi uma boa ideia, logo caio no chão e apago.
Quando acordo estou no escritório de Joe, deitada no sofá. Estava sozinha até que a porta se abriu revelando o mesmo.
-Esta melhor?-Perguntou preocupado.
-Sim, mas o que aconteceu?
-Acho que você levantou rápido demais-Deu de ombros-Olha Clary, eu poderia te liberar mas estamos sem uma garçonete então...-Falo cauteloso.
-Tudo bem, eu consigo, foi só um susto.
-Ta mas prometa que vai ao hospital depois-Ele exigiu.
-Prometo-Menti de novo, não tenho condições para pagar uma consulta em um hospital.
-Ok, vamos-Segurou minha mão e me guiou para fora do escritório.
Meu turno acabou três horas depois, não tive mais desmaios, mas tive dores e tonturas.
Chegando no bar onde trabalho pela tarde o cheiro de cerveja e cigarro me invade e fico enjoada, corri para o banheiro e vomitei meu almoço.
-Isso é muito nojento garota, pode tirar o dia de folga-Ouço atrás de mim, era meu chefe com cara de desgosto.
-Obrigada-Respondi ainda ajoelhada na frente do vaso.
Lavei minha boca e sai dali em direção ao meu loft, cheguei, cai na cama e dormi imediatamente. Acordei assustada, já estava de noite e eu estava atrasada para a aula, levantei rápido mas me sentei de novo, estava me sentindo tonta, decidi não ir a aula hoje, ao invés disso vou a farmácia comprar um remédio para enjoo.
Quando chego na farmácia, passo pelo corredor de bebês e gelo, algo imediatamente me vem a cabeça. Eu estou atrasada dois meses, me desespero e procuro por testes de gravidez, peguei logo três.
Não pode ser, não pode ser, era a unica coisa que eu conseguia pensar.
Pago pela minha compra e corro para casa, começo a beber muita água para ficar com vontade de ir ao banheiro, já que tinha ido antes de sair de casa. Quando fico com vontade, pego os testes e os faço.
Na caixa diz para esperar cinco minutos, foram os cinco minutos mais longos da minha vida. Eu pensei em tudo, como seria minha vida daqui para frente? O que eu diria para Joe? Eu contaria para Jace? Não definitivamente não.
Ouço o barulho do meu celular avisando que já se passaram cinco minutos e olho os testes, os três tem o mesmo resultado: Positivo
Me desesperei, eu tenho 18 anos não posso ser mãe, sou muito nova. Comecei a chorar e passei quase uma hora só chorando até que me levantei e comecei a pensar, aborto é a melhor solução para mim, sim é isso que eu vou fazer, mas como? Clínicas clandestinas ou são muito caras e muito perigosas, posso morrer, não, é muito perigoso, me restam as pílulas, é isso que eu vou fazer, pego meu casaco e vou em direção a uma farmácia diferente da que eu fui antes.
Procurei muito e finalmente achei em uma farmácia em um lugar estranho da cidade.
Compro as pílulas com direito a olhar reprovador da moça do caixa e volto para casa. Passo o caminho todo pensando no bebê e em Jace, como ele teria reagido? Será que ele teria gostado? Não está na hora de pensar nisso Clarissa! me repreendo mentalmente.
Chego em casa, pego um copo d'água e tiro uma pílula da caixa, encaro ela por um tempo e em um ato de coragem, ou covardia, a engulo, me arrependo imediatamente e corro para o banheiro me forçando a vomitar até ver a pílula.
choro de novo e me odeio em silêncio eu quase matei meu bebê.
-Me desculpa, me desculpa-Falava enquanto acariciava minha barriga e chorava-Eu não vou desistir de você eu prometo.
Naquela noite fiquei pensando no meu bebê e em tudo que ele seria um dia.
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I Can't Fall In Love Without You (Clace) ~EM RECONSTRUÇÃO~
Romance! História em reconstrução ! Clarissa Adele Morgenstern nunca teve uma vida fácil, perder a mãe e o irmão, e ser deixada sozinha com um pai abusivo levaria qualquer um à beira do precipício, mas ela mantém sua fachada forte e indiferente vivendo um...