Capítulo 4 - O Vulto

45 8 15
                                    

Notas da autora: A partir desse capítulo o livro ainda não foi revisado.

-Louren? Louren eu escolhi você! Precisa me ajudar...

-Louren?

Me disperso dos meus pensamentos quando ouço a Melissa me chamar:

-Louren? Você está aqui? Terra chamando Louren! - ela ri.

-Hmm.. - apenas murmuro.

-Amiga, você está bem?

-Claro Mel! - a olho e sorrio - Eu vou dar uma volta, nos vemos na sala de aula.

Sai para caminhar pela escola, faltava poucos minutos para a aula começar, mas eu não estava com cabeça para ir para sala.

Já se passaram 15 dias desde aquele dia em que eu e o Bryan estavamos na floresta e as coisas estão ficando esquisitas, eu não sei o que está acontecendo comigo, e tenho medo de comentar com os meus pais ou os meus amigos e eles acharem que estou ficando louca. As vezes ouço a garota me pedindo ajuda, mas ela não aparece em lugar algum, o espelho aparece e some novamente e os pesadelos estão cada vez pior.

Melissa as vezes me pergunta sobre aquele dia e eu a digo que ela tinha razão, eu só estava cansada, mas eu realmente não acredito nisso, eu só digo para tranquilizá-la e...

Alguém chega por trás de mim e usa as mãos para tapar os meus olhos,  meu coração rapdamente acelera e eu tento desvencilhar-me de suas mãos para entender o que está acontecendo, quando ouço sua voz:

-Adivinhe quem é!

-Ai meu Deus Bryan, você me assustou. - ele me solta.

-Calma Loure! Foi apenas uma brincadeirinha. Porque anda tão assustada? - ele toca meu nariz em um gesto fofo.

-Não é nada! - sorrio - Só me assusto fácil.

Ele me decide me acompanhar pela escola, eu estava indo para a quadra, pois lá tinha alguns lugares em que eu podia ficar sozinha e tudo que eu mais queria era ficar só, mas com a companhia do Bryan isso não seria possível, mesmo assim permiti que ele me acompanhasse.

Chegamos na quadra e nos sentamos em um canto afastado da arquibancada que ficava abaixo de uma árvore frondosa, então ele me pergunta:

-Porque está matando aula? Não costumo vê-la fazer isso com frequência.

-Eu só estou cansada!

Ficamos observando as pessoas que passavam ao longe, ele passou o braço envolta do meu pescoço e eu me apoiei em seu peito. Ficamos assim por um tempo, então ele disse:

-Você pode contar comigo, - ele me olha - pra tudo!

Afirmo com a cabeça e ficamos em silêncio novamente. Bryan era mais alto que eu, então me sentia perfeitamente encaixada em seu abraço, ele tinha os cabelos castanhos que pareciam estar sempre perfeitamente despenteados, seus olhos de cor âmbar, me trazem uma tranquilidade que eu não sei explicar, ele os puxou da mãe, a professora Heloísa.

-Loure... - ele me olha - Como estamos agora? Não dá pra continuar fingindo que nada aconteceu.

-Bryan... - ele me interrompe.

-Tudo bem se não gostar de mim como gosto de você, só não me deixe sem resposta.

-Eu gosto de você, mas não estou pronta para... - ele me interrompe novamente.

-Eu te espero! - ele me beija na testa em um gesto de proteção e carinho e eu sorrio em resposta.

Bryan ficou fazendo carinho em meu cabelo encaracolado e depois da troca de professores fomos pra sala para assistir a última aula.

No fim da aula me despedi da Melissa e do Bryan e fui pra casa, decidi pegar o caminho mais longo que passa em frente a estrada que vai para a colina, olhei pro alto da colina, a mansão Miller imponente no topo dela, resistindo a natureza e ao tempo, um arrepio passou por minha espinha e eu segui meu caminho.

Eu moro do lado da colina e dos campos de girassóis e também em frente ao cemitério da cidade, mas já me acostumei com isso, além de mim e dos meus pais, tem os Scarlett's que também moram em frente ao cemitério.

Os Scarlett's são meus vizinhos, dois irmãos, Tom e Toby Scarlett, eles são apaixonados por basquete e possuem duas pizzarias em frente a praça. A cidade inteira se reune por lá, principalmente no grande clássico de Los Angeles, Lakers versus Clippers, já que as pizzarias são temáticas levando as cores e símbolos das duas equipes, metade da cidade se reune do lado do Toby torcendo pelos Lakers e a outra metade torcendo pelos Clippers com o Tom. É sempre muito divertido.

Os senhor e a senhora Vallery são meus vizinhos de fundo, eles tem uma quitanda em frente a casa deles e um pomar atrás do campo de girassóis, eles me deixam colher algumas frutas lá as vezes, eles tem o meu pai como um filho e eu também os tenho como meus avós.

Chego em casa, mas a porta estava trancada, nesse horário meus pais costumam estar em casa então estranho a ausência, chamo por eles e não obtenho resposta, também não ouvia barulho algum, acredito que não havia ninguém em casa. Procuro pela chave que eles costumavam deixar estrategicamente abaixo de uma das plantas da entrada, mas também não estava lá. Tento ligar para os meus pais, mas só dá fora de área, estava pronta para ir nos Vallery's ver se o meu pai não havia dado alguma informação mas antes de eu sair achei que tinha visto alguém passar atrás de mim.

Me viro e não havia ninguém, fico parada por um tempo observando o nada e me assusto com um bate no portão do cemitério.

-Acho que foi o vento. - penso sozinha.

Ouço alguns passos vindo em direção a mim, mas não vejo ninguém, devo estar realmente louca. De repente o barulho para e um vento forte assopra, olho para a direção do campo de girassóis e vejo um pequeno vulto loiro atravessar entre as flores e sumir ao longe, meu corpo gela imediatamente começando pelos meus pés que repentinamente ficaram extremamente frios.

Olho para baixo e lá estava, parado em frente aos meus pés, como se já estivesse ali a muito tempo, o maldito pedaço quebrado do espelho, mas ele não estava lá antes, eu tinha certeza, ou eu o teria visto quando procurava pela chave.

Fiquei parada sem tirar os olhos do meu reflexo no espelho e...

-Louren?

O Tormento Do EspelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora