Consegui finalmente me virar e... E era só o Bryan tocando em meu ombro. Me levantei o abraçando rapidamente.
— Ai meu Deus, Bryan... O que... – ele me olhou confuso, eu ainda estava muito assustada.
— Ei, calma Louren, – ele sorri - o que foi que aconteceu?
— Como você consegue sorrir depois de tudo isso? – o olhei incrédula.
Ele me olha surpreso. — Depois de você pegar um pedaço de um espelho e o arremessar de volta no chão? Por que eu deveria não conseguir sorrir? – ele finaliza a frase dramaticamente.
— Ai meu Deus! Bryan, eu tô ficando louca, eu tô ficando louca... Ai meu Deus! – falo um pouco chorosa, minha voz nitidamente emitia preocupação.
Ele me abraça e deposita um delicado beijo em minha testa tentando me tranquilizar.
— Ei, calma! Vai ficar tudo bem, você só deve estar cansada... Vamos sair daqui e depois você me conta melhor o que aconteceu, tá bem? – eu apenas afirmo com a cabeça.
Bryan me trouxe em casa, meus pais ainda estavam no festival e eu não queria ficar sozinha então ele me fez companhia até minha mãe chegar, eu não queria falar sobre o que aconteceu na floresta então ele não tocou mais no assunto.
Quando minha mãe chegou o Bryan a cumprimentou e então fomos até a porta para nos despedirmos.
— Obrigada por ficar. – sorrio.
Ele sorri de volta pra mim e alisa o meu rosto com sua mão direita. Eu o olho e então lentamente ele puxa o meu rosto para mais próximo do seu, selando assim nossos lábios.
Nos afastamos.
— Me desculpe por... – eu o interrompo.
— Tudo bem! – sorrio segurando em sua mão — Você precisa ir...
Ele me olha e afirma com a cabeça, nos despedimos e quando ele estava saindo eu o chamo:
— Ei! Bryan?
Ele pára e se vira me olhando, então digo:
— Eu gostei!
Vejo um sorriso em seu rosto então entro e fecho a porta. Vou direto para meu quarto e ligo para a Mel, convido-a para dormir na minha casa essa noite.
Um tempo depois a Melissa chega, minha mãe prepara a outra cama do meu quarto para ela e depois vai dormir, então fecho a porta do quarto para conversarmos mais à vontade.
— Mel, aconteceu algumas coisas hoje... Eu não sei por onde começar.
— O que foi amiga? Sabe que pode me contar tudo – ela me olha apreensiva, acho que notou meu nervosismo. — Tem a ver com o Bryan?
— Não! Quer dizer... Sim! Mas não é só isso, bom, não é só ele.
— Amiga você não está falando coisa com coisa, me explica devagar tá!
— A gente se beijou... – a olho relutante e noto sua cara de "ai meu Deus", mas continuo falando —
Na verdade foi mais um selinho do que um beijo, mas não é sobre isso Mel... Está acontecendo umas coisas muito estranhas, eu acho que estou ficando louca.— Como assim? O que está acontecendo Louren? Me conta!
Eu comecei a contar tudo do início; contei de quando me cortei e depois contei sobre o pesadelo que tive, a Mel não estava entendo qual era a relação do corte com o pesadelo, aí eu comecei a contar do meu passeio na floresta com o Bryan, o pedaço de espelho que era do mesmo formato e tamanho do que eu me cortei...
— Mel, eu só não juro que era o mesmo pedaço de espelho porque eu o trouxe pra casa. Eu vi Mel, era nitidamente a mesma garota do meu pesadelo e desta vez ela se aproximava de mim, eu estava
com tanto medo, eu estava paralisada...Conto sobre ter visto o Bryan, ele parecia estar morto e eu tinha sangue nas minhas mãos. A Melissa apenas escutava cada detalhe que eu a contava, então contei sobre a mão esquelética que segurava o meu ombro e sobre a dor agonizante que me causou.
— E depois de tudo isso era só o Bryan, ele estava parado ali atrás de mim e pra mim já havia passado um grande tempo, mas para o Bryan... – eu a olho. — Foi como se eu apenas tivesse pegado e soltado o espelho. Coisa de segundos!
Melissa me olhava atônita, ela ficou um tempo sem saber o que dizer, mas depois me disse:
— Na floresta Loure, talvez tenha sido uma brincadeira do Bryan, ele pode... – a interrompo.
— Mel, o Bryan jamais faria isso! Você o conhece. E o pesadelo, não tinha como ele saber, até o clima mudou, não tem como ninguém ter organizado aquilo.
— Você tem razão, mas talvez aquele pesadelo só deve ter te abalado um pouco e você acabou tendo uma rápida alucinação, não deve ser nada demais. Você deve se sentir melhor se jogar esse pedaço de espelho fora!
— Você tem razão!
Me levanto e vou até o meu guarda-roupa pegar a caixa, em que eu havia guardado o pedaço de espelho, para pegá-lo e jogar fora.
— Mel? – ela se vira para mim. — A droga do espelho não está aqui... – respirei fundo. — Não está aqui Mel!
— Você tem certeza que deixou aí?
— É claro que eu tenho certeza Melissa! Não é o tipo de coisa que a gente esquece.
— Seus pais podem ter... – interrompo-a novamente.
— Meus pais não entram no meu quarto, muito menos mexem nas minhas coisas assim, e também, mesmo se eles tivessem entrado aqui, mesmo se tivessem encontrado o espelho, não tinha porque jogá-lo fora sem me avisar.
— Tá amiga, você tem razão, mas relaxa! Vamos procurar aqui pelo quarto e se não encontrarmos a gente esquece isso tá? – ela segura minhas mãos. — Foi só coisa da sua cabeça Louren. Você não está doida, deve ser nervosismo, teve o festival, o seu acidente, você ficou um tempo sem sair de casa e todas essas coisas acabam te deixando confusa.
Apenas afirmo com a cabeça e continuamos a procurar pelo resto do quarto, não sei se as palavras da Melissa me ajudaram ou me deixaram mais confusa, mas evito o assunto.
Depois de revirarmos todo o quarto em busca do pedaço de espelho a única coisa que conseguimos foi um quarto muito bagunçado e duas garotas extremamente cansadas. O espelho definitivamente não estava mais em meu quarto.
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O Tormento Do Espelho
HorreurMuitas pessoas buscam os tranquilos campos floridos de Sunflowers Hill para esquecerem um pouco da vida corrida das grandes metrópoles. Não foi diferente com o Sr. e a Sra. Jhones, que se mudaram para a colina logo após o casamento, fugindo da bagun...