Capítulo 6 - Vozes

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-AAAAAHHHHHHHH!

Meu pai segurou em meus braços me despertando do meu pesadelo.

-Pai? - o olho confusa - Já chegou?

-Sim querida! Já está tarde. - ele me mostra o relógio na parede.

Observo a mesa de centro e não havia nada nela, pego meu celular e abro a câmera frontal observando meu pescoço que estava normal e sem marca alguma.

Será mesmo que tudo não passou de um pesadelo? Um pesadelo dentro de outro pesadelo? Ou será que quer dizer algo a mais? A garota me pedindo ajuda, será que realmente posso ajudá-la?

-Louren?

-Oi pai? - grito da sala.

-Não te chamei querida! - ele responde de volta lá da cozinha.

-Cadê a mamãe? - pergunto mudando o assunto.

-Ela vai ficar até mais tarde no trabalho, chegou algumas entregas que ela terá que arrumar.

-Tudo bem! - respondo em afirmação.

Vou para o meu quarto tomar um banho para relaxar um pouco, ouço meu celular tocar ao longe enquanto a água quente caía sobre o meu corpo. Quando saio do chuveiro vejo uma chamada perdida do Bryan, mas espero por ele me ligar, o que não demora muito, pois logo meu celular toca.

-Bryan?

-Oi linda, quer sair hoje? Podiamos ir comer algo. O que acha?

-Pizzaria, me pega em meia hora. - posso imaginar seu sorriso convencido do outro lado do telefone.

-Ta bem linda! Em trinta minutos.

Desligo o telefone e começo a me arrumar, não se passa muito tempo e o meu celular toca, era o Bryan novamente, imaginei que pudesse estar desmarcando por causa de algum outro compromisso. Atendo o celular, porém a ligação estava muda e eu acabei não conseguindo falar ou ouvir nada. Então mandei mensagem:

"Bryan, tentou falar comigo?"

Logo recebi sua resposta:

"Não meu bem, até daqui a pouco."

Provavelmente o celular dele estava no bolso e acabou me ligando sem que ele percebesse.

Estava escolhendo entre dois vestidos quando meu celular toca novamente e dessa vez era restrito. Atendi o celular e tudo que eu ouvia era chiados e grunhidos estranhos do outro lado da linha. Antes que a ligação caísse consegui ouvir um sussuro:

-Louren? - me arrepiei toda com a voz infantil, porém morbida do telefone.

Assim que a ligação caiu terminei de me arrumar, confesso que a ligação me deixou apreensiva, mas tentei ignorá-la naquele momento.

Fui na cozinha e avisei meu pai que iria sair com o Bryan, ele me fez um elogio e depois algumas "breves" recomendações, se é que me entendem, coisas de pai.

Pouco tempo depois o Bryan chegou, eu peguei uma bolsa, meu celular e uma jaqueta, pois já estava esfriando e quando estava pra sair meu pai me chamou:

-Louren?

-Pois não pai? - falei voltando a cozinha.

-Não te chamei querida, bom passeio. - ele sorri e eu sorrio de volta.

-Obrigada pai!

Eu cumprimentei o Bryan e a gente saiu, já que costumavamos revesar fomos a Pizzaria LA Lakers, pois da última vez tinhamos ido a LA Clippers.

A noite juntos foi muito agradável, o Bryan sabia me fazer sorrir, ele era carismático, engraçado, tinha um bom papo e além de tudo era muito bonito. Falamos sobre várias coisas, mas não ousei tocar no assunto que me atormentava tanto, as vezes eu tinha a impressão de estarmos sendo observados pelas vitrines da pizzaria, imaginei que fosse fruto da minha imaginação devido aos últimos acontecimentos.

Depois que comemos o Bryan me levou em casa e ficamos sentados no passeio conversando um pouco mais.

Olhei para o cemitério e um vulto loiro de vestido branco, porém manchado de sangue atravessou o cemitério, na verdade não era bem um vulto, pois consegui ver a figura perfeitamente.

Me virei pro Bryan um pouco assustada e ousei perguntar:

-Você viu aquilo? - pergunto com a voz trêmula.

-Não. O quê? - ele me olha.

-A garota que passou logo ali. - aponto.

-Não, eu não a vi. - ele me olha - Sinto muito!

Ele passa o braço envolta do meu pescoço me puxando mais para perto de si e acaricia meu cabelo me deixando mais confortável.

-Tem alguém me chamando Bry... - murmuro depois de ouvir novamente aquele sussurro que me perseguia.

Vejo Bryan olhar para todos os lados em uma expressão preocupada e então ele me diz:

-Não tem ninguém te chamando Loure. - ele me olha - Vem, vamos entrar.

O Bryan me ajuda a levantar e nós dois entramos para casa, meu pai e minha mãe tinham acabado de jantar e estavam indo ver um filme. Convidaram o Bryan para nos acompanhar e ele prontamente aceitou.

Meus pais ficaram nos sofás e eu e o Bryan nos sentamos no tapete no chão. Ficamos assistindo o filme até mais tarde, era uma comédia romântica muito divertida, mas como eu estava muito cançada acabei dormindo escorada no peito do Bry enquanto ele me fazia um delicioso cafuné.

Havia muito tempo que eu não tinha uma tranquila noite de sono, mas dessa vez, graças ao Bryan eu consegui. Dormi muito bem, sem nenhum pesadelo, acordei com o Bryan me levando no colo para que eu pudesse me deitar em minha cama.

-Podia ter me chamado. Eu viria andando. - sorrio.

-Relaxa princesa! - ele sorri de volta.

Ele me colocou na cama e logo em seguida me cobriu com o edredom depositando um beijo em minha testa.

-Bry?... - ele me olha - Fica essa noite aqui? Por favor!

Ele sorri e afirma com a cabeça.

-Vou avisar seus pais!

Ele desceu as escadas e eu o esperei, pouco tempo depois ele já estava de volta.

-Disseram que tudo bem, desde que deixassemos a porta completamente aberta. - ele sorri - Coisa de pais. - dou uma pequena risada também.

Bryan pega o cochão da outra cama do meu quarto e o coloca no chão próximo a minha cama, mostro pra ele onde fica cobertor e travesseiro e logo ele também já está deitado. Ficamos conversando sobre algumas coisas até que pegamos no sono com nossas mãos entrelaçadas. Ele no colchão e eu na cama ao seu lado.

Acordo com um vento gelado que entra pela janela que eu devo ter esquecido aberta. Bryan ainda dormia perfeitamente. Me levanto para fechar a janela.

-Louren? - alguém sussurra.

-Droga! - murmuro.

O Tormento Do EspelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora