○ five ○

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Para mim parecia um tanto ruim o fato de não  ter nenhuma mensagem em minha caixa de entrada ou redes sociais. Mas nada que me fisesse muito infeliz ou depressiva, não  como aos sábados  a noite.
   Era sempre a mesma dor interna  por não  ter ninguém.  Enquanto  meus poucos  amigos  estavam se divertindo,eu era a única   solteira do campus inteiro.  O quão  patética  eu era para esse titulo incrível de " a órfã   que nunca  namorou ".
   Sim,era um apelido bem específico.
    Admito,era extremamente  difícil  me sustentar e estudar ao mesmo tempo,e as reações  alheias  eram sempre as mesmas, pena e incredulidade.
    Mas,algo que me encomodava,que não   era comum. Era a solidão, depois   de certa idade,a carência  era constante. Mas depois de conhecer James,a carência  por afeto só piorou drasticamente.
    A aparição  do meu ex quase  namorado,tinha acabado  com a minha instabilidade  naqueles  dias seguintes.
    Eu corri assim que as portas do trem se abriram e o deixei plantado com o sorisso perigoso   e lindo  de sempre.
    Torsi muitas vezes para que ele não  aparecesse  do nada  em lugares  dos quais eu frequentava.
    James notou minha inquietação  aquela noite no Jardim,e se dirigiu á mim enquanto  plantava algumas mudas nos fundos da cantina.

- está  meio estranha hoje. Aconteceu  algo?.
 
   Eu sentia  minha pele  gelada pelo sereno fino que cobria o céu  extremamente  escuro daquela noite que acabara de começar. Minhas mãos  se esforçavam para fazer o trabalho com as mudas e a terra adubada.
    Meus olhos ardiam um pouco também, mas senti  uma temperatura  diferente  e mais alta  quando ouvi a voz dele se aproximando  mais dos meus ouvidos.

- sabe que pode me contar oque quiser.  - ele ficou colado comigo sorrindo doce - não  sabe?

    praquejei mentalmente  milhares   de vezes antes de me atrever a olhar para ele.

- estou  bem.

Sorri como pude e voltei  a acabar de colocar a muda no lugarzinho feito  minutos atrás.

  Senti uma medeixa de meu cabelo  cair  para frente  dos meus olhos,e ia o por no lugar  novamente, mas antes senti os dedos  gelados  de James fazendo isso por mim. Colocou os fios pouco  enrolados para trás  da minha orelha,que se encontrava  fervendo  como o meu rosto.
    Levantei  meu olhar até  ele, e me vidrei nos olhos bonitos por certos segundos.

- você  está  vermelha como um morango querida. - ele sorriu aberto - é algo  novo pra mim.

  Sim, foi brega. Bem brega, sério? Como um morango?. Quantos  filmes clichês  você  viu garoto.
    Mas, de alguma  forma. Eu faria  de tudo e mais um pouco,para ouvir  aquilo denovo. Parecia que tinha ganhado na loteria,pois meus lábios  destacaram  em um sorriso  que eu nem sequer havia dado por vontade  própria.

  
  

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