Capitulo 2

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Eu não tinha como não achar as pessoas fúteis, era impossível! Valorizavam o dinheiro, as posses, o poder aquisitivo, a monarquia, e esqueciam de valorizar suas vidas. O que eu não daria pra poder ter uma vida normal, pra poder viver sem fugir, pode ter uma família, poder amar, ter filhos.

Família, filhos..

Sonhei minha infância toda com isso. Lembro-me de brincar com minhas irmãs, fantasiando uma vida perfeita, com um amor incondicional e meus belos filhos. Bom, isso foi antes de eu descobrir o que realmente era e para que eu realmente nasci. Eu vim de uma antiga linhagem de vampiros poderosos, diferentes, com dons. Atualmente só existem 3 famílias, os Csilla, os Adrestias e os mais temidos, os Deméter. Antigamente havia mais uma família, os Fallen, que infelizmente foram dizimados pelos Deméter. Porém, os Csilla tinham herdeiros Fallen na família, o que lhes traziam grande poder, e é claro que os Deméter se aproveitavam disso. Cada criança vampira que nasce, através de um pacto e um ritual, é prometida a outro vampiro, geralmente de outra família para fortalecer alianças e não causar mais dizimações. Eu, era a primeira das filhas de Cézak Csilla, portanto fui prometida ao líder dos Deméter.

Fui prometida, usaram meu sangue quando criança, fui condenada. Condenada a ser forte com Ele, a ter meu poder absoluto apenas com Ele, a poder gerar herdeiros apenas com Ele! E foi por isso que eu fugi, eu odiava a tradição dos Deméter, eles matavam sem do, por diversão, e isso me influenciava, tudo que vinha dele me influenciava. Eu era mais forte perto dele, minhas emoções se ampliavam, minha força aumentava, e a dele também. Era por isso que ele precisava de mim, e foi por isso que eu fugi. Depois da morte do meu pai, ele tomaria o trono comigo, iria liderar duas família, iria ter poder, iria prometer nosso herdeiro a alguém da família Adrestias e o conhecendo, iria achar um jeito de comanda-lá também. Ele iria acabar com a realeza vampírica!

Eu daria tudo para ser humana, ou até mesmo uma simples vampira, uma vampira da minha casa que não tinha sangue real, sangue original. Eu queria ter a opção de escolher, mas não, a minha única opção é fugir!

Minha dinâmica era simples, eu passava dois dias no máximo em uma cidade e se sentisse cheiro de vampiro, ia embora. Em cada cidade eu tinha um nome e história diferente, e eu aprendi a lidar com isso.

-Renna!- tirei meu capuz e sorri para o lorde que desde que cheguei na cidade(ontem), não para de correr atrás de mim

-Olá, Zerot! O que posso ajudá-lo?- sorri e ele me entrega algumas flores

-São para você! Rogo-te para que fiques mais uma noite em minha casa!- ele implora

-Agradeço pelas flores e pela maravilhosa noite, mas sinto-lhe enfornar que irei embora agora mesmo!- sorri calmamente e vi seu semblante se entristecer

-Não ficará nem mesmo pra o festival? Ocorre de 50 em 50 anos, por favor, Renna, fique!- meu coração bateu forte, não sei explicar o porquê minha reação foi concordar

Aparentemente, a cidade estava limpa de vampiros e o festival não seria grande, não haveria riscos. Passei o resto da tarde observando os pequenos mercadinhos montados no centro da cidade, optei por comprar algumas coisas úteis e depois me retirei para a casa de Zerot, que morava apenas com a irmã chatinha. Fugi de ambos o dia todo e quando já era noite, eu me encontrava arrumada, alinhada é bonita para a ocasião. Escutei três batidas na porta e abri a mesma sorrindo calmamente.

-Estás tão bela, deslumbrante!- Zerot sorri de orelha a orelha e cora

-Obrigada, Zerot! Também estás muito bem!- sorri calmamente, isso era entendiante

-Vamos, vamos! Vai começar, vai começar!- escutei a vos da irmã insuportável de Zerot, a menina parecia uma caturrita!

Saímos todos até o centro da cidade, que era apenas alguns minutos da casa de Zerot! As pessoas estavam bem vestidas e tinha muitas fogueiras, algumas apresentações e danças típicas e um pouco estranhas. Havia muito colorido, muitas crianças brincando é uma voz assustadora contando a história da cidade.

-As pessoas viviam felizes, era tudo muito lindo, até eles chegarem! Vestidos de branco, em pele de humano, com alma de demônio! Eles dizimaram nossa cidade, nosso continente!- arregalei os olhos quando percebi do que a voz falava -Nossos herdeiros se tornaram como eles, e graças a Huphert Wonzer, fomos salvos e nossa cidade ficou conhecida como..- ela pausou

-Caça vampiro!- arregalei os olhos quando falamos juntas. Obviamente eles não poderiam me pegar, mas esta é a cidade mais turística para todos os vampiros, como fui tola em ficar aqui?

-Renna, tudo bem?- Zerot pergunta preocupado

-Está tudo ótimo, amei a história! Porém eu preciso ir.- sorri me soltando dos braços do homem

Meus poros se encheram de cheiro de sangue, e com minha audição pude escutar alguém gritando de longe. Outro cheiro invade meus poros, cheiro que apenas alguém da realeza sentia, alguém da realeza tinha. Vampiro!

-Mas a festa acabou de começar! Oras, por favor, fique!- Zerot segura meu braço e eu bufo o empurrando no chão e o fazendo cair com tudo.

-Humano idiota!- resmungo e sigo meus passos graciosamente até a floresta, quando chego na mesma corro o mais rápido que consigo, até ser desestabilizada por algo forte e rápido que me fez voar para cima de uma árvore. Meus olhos ficaram laranjas e encarei o maldito! Ou melhor, a maldita!

-Eu não posso acreditar no que estou vendo! Os boatos eram verdadeiros? A princesa está viva!- ela gargalhou morficamente

-Angra!- rosno e logo sinto a presença de mais três vampiros, me fazendo rosnar mais

-Olha só quem está aqui? Veio aproveitar o festival? Espero realmente que tenha aproveitado, porque será o seu último.- a risada nojenta invade meus ouvidos e sinto nojo

-Conrad! Acha mesmo que são páreos para mim?- sorri debochada e sinto o vampiro atrás de mim que não se pronunciou ainda rir

-Sabe, Kova, eu pensei encontrar vampiros aqui, velhos amigos, mas nunca pensei em encontrar minha irmã!- meus olhos se arregalaram

-Kaius!- me viro encarando os castanhos olhos de meu irmão brilhando com a luz da lua cheia

-Sua força pode ser grande, mas sem seu amado rei não é párea para mim, principalmente quando estou com Angra!- ele diz firme e sério

-Me deixe ir!- pedi,  e ele sorri achando que já aceitei minha derrota -Não me deixe ser presa por um homem que não amo!- supliquei encarando a floresta densa -Você é meu irmão..- o encarei assustada

-Olha só que belo teatro!- Conrand sorri e quando Kaius o encara eu corro

Corro o mais rápido que consegui e quando cheguei na beira de um rio, paro bruscamente antes de pular. Quando finalmente pulo, meu braço é puxado para cima e meus olhos se arregalam quando vejo a mulher me segurando com grande força

-Olá, bebê!- ela sorri maligna

-Miral!- afirmo com raiva e quando vou revidar, meu pescoço estala e tudo fica breu

KOVA -1Onde histórias criam vida. Descubra agora